LOGINHeitor não só ficou com todas as patentes dos designs de Patrícia, mas também manteve os 10% das ações do Grupo Vieira. Era como se ele tivesse lucrado anos da juventude e do esforço dela.Patrícia achava que isso já seria o suficiente para impressionar Heitor. A partir de agora, cada um seguiria sua vida sem interferir no caminho do outro. Se Heitor quisesse se casar com Tábata, ela jamais diria uma palavra contra isso.Enquanto Patrícia estava imersa em seus pensamentos, Marcelo apareceu. Ele havia acabado de cortar várias flores no jardim.Aquela mansão tinha sido comprada por Pietro, muitos anos atrás, para manter uma amante que era atriz de Hollywood. O jardim, por sua vez, era absolutamente único, com flores cultivadas de forma tão especial que uma delas chegava a valer milhões. Marcelo colocou um arranjo ao lado da cama de Patrícia, decorando o ambiente com o maior cuidado.Patrícia levantou os olhos e disse:— Dr. Marcelo, obrigada por cuidar tão bem de mim. Sem a sua ajuda, mi
A enfermeira pegou um envelope lacrado que estava no criado-mudo ao lado da cama e o entregou a Heitor. Ele achou estranho. Para deixar um endereço, era mesmo necessário algo tão formal? Com o coração inquieto, ele abriu o envelope e tirou o que estava dentro.O título no documento chamou imediatamente sua atenção:[Contrato de Divórcio]Heitor ficou paralisado, encarando o contrato de divórcio em sua mão. Por um momento, ele ficou completamente atordoado. No final do documento, já estava assinada a assinatura de Patrícia.As lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Heitor. Ele sabia que, no estado atual das mãos de Patrícia, ela não podia assinar nada. Isso só podia significar que ela havia planejado isso há muito tempo e deixado o contrato com Marcelo.A dor que inundou o coração de Heitor foi avassaladora. Era como se o mundo ao seu redor estivesse desmoronando. Ele não conseguiu suportar e desmaiou no local.A enfermeira, em pânico, chamou imediatamente o médico de plantão para
Patrícia percebeu que Flávio estava monitorando o estado de suas mãos 24 horas por dia, ajustando os medicamentos constantemente. Ela não conseguiu conter a curiosidade e perguntou:— Dr. Marcelo, o Heitor não levou o Dr. Flávio para tratar a Tábata?Marcelo evitava falar sobre o ocorrido, mas ao receber novas informações, quando foi questionado por Patrícia, ele decidiu contar:— Eu o impedi.Patrícia ficou surpresa:— Ele não perdeu a cabeça por isso?Marcelo balançou a cabeça lentamente.Na verdade, Patrícia havia ouvido um tiro naquele dia. Ao lembrar-se disso, ela concluiu que Heitor provavelmente havia sacado uma arma por causa de Tábata. Ainda assim, ela não esperava que Marcelo tivesse conseguido manter Flávio ali, mesmo diante de tanta pressão.Marcelo sorriu de maneira despreocupada e, com um tom quase sarcástico, comentou:— Acabei de receber notícias. A cirurgia de Tábata foi um fracasso. Ela destruiu as próprias pernas.Patrícia, que não estava ciente de tantos detalhes, f
Heitor estava prestes a beber a água quando, de repente, ele lembrou-se do tom estranho e das palavras suspeitas de Hana. Algo no que ela havia dito soava como “remédio” em seu dialeto.Ele baixou os olhos para o copo. A água parecia normal, sem qualquer alteração visível. No entanto, em vez de beber de verdade, ele apenas fingiu dar um gole, encostando o copo nos lábios, antes de colocá-lo de volta sobre a mesa.Tábata não conseguiu esconder sua decepção, mas não ousou insistir, para não parecer forçada demais.Ela observava Heitor se preparar para sair, sabendo que ele não voltaria. E pior, ele estava indo para ver Patrícia. O golpe emocional foi demais para ela suportar. Incapaz de se controlar, ela perguntou:— Heitor, o que eu fiz de errado? Por que eu não sou suficiente para você, como ela é?Heitor já estava cansado e irritado, e sua expressão ficou ainda mais sombria. Ele olhou fixamente para Tábata. Seu olhar frio e penetrante fazia com que ela sentisse o peso de sua presença.
Tábata, com os olhos cheios de lágrimas e os lábios trêmulos, estendeu a mão para segurar a de Heitor. A agulha do soro ainda estava presa no dorso de sua mão, e sua aparência frágil e desamparada inspirava pena.Hana rapidamente entrou na conversa:— Heitor, fique com a Tábata por um tempo. Você já passou noites com ela antes. Ela acabou de perder as pernas. Sem você aqui, esse golpe será demais para ela suportar.Se fosse em outros tempos, talvez Heitor acreditasse em Hana. Mas, há poucos minutos, ele havia ouvido a voz dela cheia de entusiasmo e satisfação. Aquela mulher não parecia nada com a figura de mãe aflita que agora ele tinha diante de si.Heitor gentilmente retirou a mão, afastando-se do toque de Tábata, e respondeu:— Se comporte, Tábata. Você tem sua mãe, que cuidou de você por vinte anos. Tenho certeza de que você será forte o suficiente para passar por isso.O olhar de Heitor pousou em Hana. O nariz dela ainda estava inchado e vermelho, resultado do golpe que ele mesmo
Tábata entendeu imediatamente o que Hana queria dizer.Seus olhos brilharam de alegria, mas logo seu rosto demonstrou preocupação:— Mas, mãe, eu estou assim agora... Será que vai dar certo?Hana respondeu com firmeza:— Esse remédio tem um efeito alucinógeno muito mais forte do que os anteriores. E é justamente porque você está assim, em um estado vulnerável, que ele vai se sentir ainda mais culpado se fizer algo com você.Tábata concordou com um leve aceno e estendeu a mão para pegar os comprimidos, que escondeu rapidamente.— Mãe, eu queria tanto ter um filho do Heitor... — Disse Tábata, mas, ao terminar a frase, lágrimas começaram a escorrer por seu rosto. — Mas ele tem aversão a sexo.Desde que Heitor descobriu que, naquela noite, ele havia “invadido” os limites de Tábata sem intenção, a realidade que ele sentiu foi completamente oposta: ele acreditava que havia sido a verdadeira vítima. O trauma psicológico o marcou profundamente, e ele desenvolveu uma severa aversão sexual. Dura







