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Capítulo 10

Author: Isabelly Cardoso
Ele tinha assinado aquilo?

Edson de repente se lembrou de que, um mês atrás, Jaqueline tinha aparecido com uns papéis para ele assinar.

Daquela vez, ele achou que ela estava pedindo dinheiro de novo e nem prestou muita atenção, nem chegou a ler direito.

Só naquele momento ele entendia que, na verdade, tinha assinado o acordo de divórcio!

Mas por que Jaqueline não explicou direito?

Ela não era apaixonada por ele?

Não importava o quanto ele a tratasse mal, ela nunca o deixava.

Então, por que agora ela de repente queria se separar?

Edson percebeu que já não entendia Jaqueline.

Ele perguntou para Manuela:

— Por que você não impediu isso? Mãe, eu nunca pensei em me divorciar dela.

Manuela ficou ainda mais confusa.

Ela sempre achava que Edson não sentia absolutamente nada por Jaqueline.

Não esperava que ele nem tivesse considerado o divórcio.

— Edson, mas a Jaqueline já foi embora... Eu acho que dessa vez ela desistiu de verdade. Já que vocês se divorciaram, você precisa aceitar e seguir em frente.

As palavras de Manuela só irritaram Edson ainda mais.

— Eu não concordei com esse divórcio, então isso não vale nada. Além disso, ela é minha mulher. Nem morta ela vai deixar de ser minha. Eu não vou deixar ela escapar!

Manuela ficou sem reação.

Edson desligou a ligação com o rosto fechado de raiva. Ele olhou para a assistente e ordenou:

— Vá descobrir onde a Jaqueline está agora.

A assistente também ficou sem saber o que dizer.

O Sr. Edson não era apaixonado pela Srta. Violeta?

Se a esposa aceitou o divórcio e ainda saiu sem drama, era ótimo!

Por que ele estava agindo como um abandonado?

Violeta, que estava ao lado, também não conseguia entender nada.

Ela tinha certeza de que, assim que voltasse para o país, Edson largaria Jaqueline para se casar com ela.

Por que as coisas não estavam acontecendo como ela imaginava?

Será que Edson gostava de Jaqueline?

Impossível...

Se ele gostasse mesmo dela, por que tinha preferido ficar com ela todo aquele tempo?

Ela respirou fundo e se convenceu com uma explicação que parecia fazer sentido: Edson era orgulhoso demais. Ele até podia pedir o divórcio, mas não aceitava ser a parte abandonada.

Ele devia estar se sentindo humilhado e por isso não queria largar ela.

Com certeza era assim.

...

Jaqueline dormiu muito bem na casa nova naquela noite.

No dia seguinte, ela marcou com a assistente de Manuela e juntas foram cuidar da transferência da propriedade da mansão no Jardim do Mar.

Assim que terminou o processo, Jaqueline foi direto falar com a imobiliária, dizendo que queria vender a casa o quanto antes.

O corretor, percebendo que era uma venda grande, a tratou com todo cuidado e garantiu várias vezes que encontraria um comprador o mais rápido possível.

Jaqueline não estava preocupada com a venda, então, depois de deixar tudo com eles, parou de se preocupar.

Depois, ela foi visitar a mãe no hospital.

Yasmin Teixeira estava muito mais estável emocionalmente e até tinha feito amizade com outras pacientes, então não se sentia tão sozinha no dia a dia.

Quando Jaqueline chegou, encontrou a mãe animada, jogando cartas com outros pacientes.

Ela sorriu, colocou as frutas na mesa, lavou a faca e começou a cortar tudo com calma.

Depois, ela levou um prato de frutas para dividir com os tios e ainda espetou um pedaço com o garfo, oferecendo na boca de Yasmin.

Yasmin comeu naturalmente e perguntou:

— Querida, o Edson não veio com você?

A expressão de Jaqueline congelou por um segundo.

— Não... Ele está ocupado, mas vem quando tiver um tempo. — Respondeu ela secamente.

— Ah... E quando vocês vão me dar um netinho, hein? Estou esperando para cuidar do meu neto, viu?

Por causa da doença, Yasmin tinha perdido muitas das memória e esquecia com facilidade até o que tinha acontecido no dia anterior.

Até aquele momento, ela ainda acreditava que a empresa da família estava funcionando bem e que o pai de Jaqueline só tinha viajado a trabalho.

Além disso, pensava que Jaqueline tinha se casado há pouco tempo.

Logo depois do casamento, Edson costumava acompanhar Jaqueline nas visitas à mãe.

Mesmo de cadeira de rodas, Edson vinha de uma boa família e era muito bonito. Também era educado e respeitoso diante dos mais velhos, por isso Yasmin gostava muito dele.

Mas, depois, Edson parou de acompanhar ela nas visitas.

Mas Yasmin não se lembrava de nada daquilo e ainda achava que Jaqueline e Edson tinham um casamento ótimo.

Jaqueline, com medo de abalar a mãe, não pretendia contar sobre o divórcio tão cedo.

Ela tirou umas moedas da carteira, colocou em cima da mesa de jogo e mudou de assunto:

— Mãe, toda vez que você fala em neto, eu até fico com dor de cabeça... Jogue direito, viu? Não vai perder meu dinheiro todo, hein?

Yasmin sorriu do mesmo jeito de antes, inocente e sincera:

— Seu pai deixou o dinheiro comigo, nem preciso desse trocadinho seu.

Jaqueline a acalmou, brincando:

— Eu sei, mãe, o pai sempre mimou você!

Quando Yasmin finalmente terminou de jogar, Jaqueline ainda ficou com ela para tomar um pouco de sol.

De repente, Yasmin perguntou, com toda inocência:

— Jaque, já faz quase dois meses que eu estou internada... Por que seu pai não voltou ainda? Você ligou para ele?

Jaqueline respondeu tranquila:

— O papai ainda está ocupado com um projeto lá fora. Ele disse que volta assim que der.

Yasmin disse, suspirando:

— Esse viciado em trabalho! Quando está no trabalho, esquece até da família. — De repente, ela franziu a testa, confusa. — Mas eu mandei várias mensagens para ele... Por que ele não respondeu nenhuma?

Jaqueline sabia que no dia seguinte a mãe já teria esquecido da conversa, então mentiu com naturalidade:

— Não deve nem ter visto ainda, mãe. Você sabe como ele é, nem olha muito o celular quando está trabalhando.

Yasmin resmungou, aborrecida:

— Quando ele voltar dessa vez, não deixo ele viajar de novo! Já está velho demais para isso, deve deixar os subordinados cuidarem da empresa, né? Por que não fica mais comigo?

— Tá bom, mãe... Vou falar com ele direitinho para você.

A filha ficar do lado dela deixou Yasmin toda feliz.

Quando saiu do hospital, Jaqueline voltou para o apartamento que tinha alugado.

...

Depois de descansar por alguns dias, Jaqueline voltou a trabalhar.

Naqueles três anos, ela praticou piano todos os dias, então suas habilidades profissionais estavam ainda afiadas.

Logo passou na entrevista e na avaliação, entrando no período de experiência.

Rebeca sorriu, encorajando ela:

— Eu te falei que você ia tirar de letra! Quando você for efetivada, eu te levo para comer um banquete.

Jaqueline agradeceu na hora.

Na verdade, ela também estava um pouco nervosa.

Era a primeira vez que ela trabalhava de verdade, então, para não fazer feio na aula, ela ensaiou várias vezes antes.

Ainda bem que os dois alunos que ela tinha naquele momento eram tranquilos, e a relação entre eles era bem harmoniosa.

O período de experiência no centro era cheio de avaliações, então ela ficou ocupadíssima todos os dias. Todo dia deitava e já queria dormir, sem tempo nem cabeça para as lembranças ruins do casamento passado.

Numa noite, quando voltou para casa depois do turno, Jaqueline recebeu uma ligação de Fabiana Rodrigues, cuidadora do hospital, dizendo que a mãe dela tinha sumido.

Na mesma hora, o coração dela disparou. Ela pegou o celular e saiu às pressas.

Tão preocupada, ela acabou tropeçando feio e caiu com força no chão.

O tornozelo causou uma dor intensa para ela. Ela respirou fundo, se apoiou no corrimão tentando se levantar, mas sentiu que suas forças não eram suficientes.

— Você está bem? — Uma voz masculina soou atrás dela.

Jaqueline olhou para trás e, contra a luz, viu uma silhueta alta e esguia.
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