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Capítulo 8

Author: Stella Pomelo
No instante em que a viu, Leonardo soltou a mão imediatamente.

Carolina, porém, apenas deixou o olhar deslizar com calma pelas mãos entrelaçadas dos dois. Já tinham feito o que fizeram... Tentar esconder era ridículo.

— Carol... — Chamou ele.

Carolina não respondeu. Seguiu direto para o quarto de hóspedes, onde estava hospedada.

— Léo, será que a Srta. Carolina ficou chateada? — Perguntou Larissa, balançando o braço dele. — Por que você não vai conversar com ela?

Leonardo franziu o cenho. Queria dizer que não era necessário, mas, por alguma razão, não conseguiu. Soltou a mão de Larissa com suavidade e foi em direção ao quarto.

O rosto de Larissa endureceu por um instante.

Ela só estava comentando, não queria que ele fosse de verdade! Mas, pensando bem, ainda precisavam do ventre de Carolina para ter um filho. Não havia como evitar.

"Se não fosse estéril, aquela vadia jamais teria essa chance!"

Carolina estava sentada à mesa, prestes a tomar mais um comprimido para o estômago, quando ouviu a porta se abrir atrás de si.

— Carol, por que voltou mais cedo hoje à noite? — Era a voz de Leonardo.

Ela sabia que era ele. Não se virou, tampouco respondeu.

Leonardo se aproximou e, ao vê-la tomando o remédio, perguntou com preocupação:

— De novo? Está passando mal?

Pegou a caixa de comprimidos ao lado e lançou um olhar rápido.

— O estômago voltou a doer? Por que não me contou?

— Não é necessário. — A voz de Carolina saiu fria.

O olhar dele escureceu.

— Está doendo muito? Quer que eu massageie um pouco?

Enquanto dizia, tentou estender a mão para tocá-la. Carolina se retesou inteira e recuou de imediato, arrastando a cadeira para trás com força. O ruído áspero ecoou contra o chão.

— Carol? — O rosto de Leonardo se fechou.

— Não precisa. — Ela se levantou. — Não estou tão mal assim. Preciso descansar. Saia, por favor.

— Você está chateada por causa de hoje à noite? — Leonardo a envolveu nos braços. — Carol, seja razoável. A Lari acabou de chegar na empresa. Se você não lhe der um pouco de consideração, como poderá se firmar no escritório da presidência?

— Com você ao lado dela, acha mesmo que precisa se preocupar com isso? — Carolina curvou os lábios num sorriso irônico.

— Foi só uma taça de vinho, não precisava se importar tanto. Não é como se nunca tivesse bebido antes.

Os dedos de Carolina se cerraram com força.

Leonardo exalava um forte cheiro de álcool, e sua voz, carregada de um tom arrastado, denunciava a quantidade que havia bebido naquela noite. Já Larissa... Carolina acabara de vê-la: olhos límpidos, rosto sereno. Provavelmente não tinha tocado em uma gota de bebida.

Leonardo a protegera com todo o zelo.

— Carol, você anda cada vez mais teimosa. — Disse ele, irritado. — Já entendi. Esse remédio para o estômago, você tomou só para me provocar, não foi? Ir embora sem avisar, tudo bem. Mas agora ainda faz esse teatrinho diante de mim? Foi só uma taça de vinho que a Lari lhe ofereceu. Como isso poderia estragar o seu estômago?

Ele sabia muito bem que o estômago dela vinha lhe causando problemas nos últimos tempos. Ainda assim, falava daquele jeito. No fundo, tudo não passava de uma forma de defender Larissa.

Carolina se sentia exausta. Não tinha forças para discutir. Apenas assentiu de leve, num tom indiferente:

— Valeu, você tem razão em tudo. Agora pode sair? Preciso descansar.

Por alguma razão, aquela calma dela o deixou ainda mais contrariado.

Leonardo sabia que ela sempre fora compreensiva, mas não totalmente sem temperamento. E, depois do que ele acabara de dizer, como podia não retrucar nada? E ainda queria mandá-lo embora?

"Será que não desejava mais dividir a cama comigo?

Impossível. Carolina me ama demais."

O olhar dele desceu, pouco a pouco, até a boca dela. Por causa do mal-estar, seus lábios estavam pálidos, sem cor. Mas, talvez pelo efeito do álcool, ele começou a lembrar-se do gosto dela.

Seu corpo reagiu de imediato. O pomo-de-adão subiu e desceu duas vezes, enquanto sua voz, rouca, chamou:

— Carol...

O coração de Carolina disparou. Ela viu, com clareza, o desejo escuro nos olhos de Leonardo.

— Eu já disse que quero descansar! Saia! — Exclamou, empurrando-o com a mão.

Mas ele segurou-lhe o pulso com firmeza. O calor de sua respiração parecia capaz de devorá-la inteira.

— Carol, eu não quero ir embora. Esta noite... Eu vou ficar aqui, para passar a noite com você.
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