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Capítulo 7

Author: Stella Pomelo
Carolina ficou surpresa. Jamais teria imaginado que Daniel lhe diria algo assim. Além disso, ele parecia realmente um pouco contrariado.

Mas... Por quê?

Só porque ela estava doente e ainda queria voltar para o jantar? Eles nem tinham tanta intimidade assim.

— Não é bem isso. — Murmurou em voz baixa.

Na verdade, só queria retornar para cumprimentar os colegas e avisar que iria embora mais cedo. Mas, ao pensar na forma como Larissa estava sendo tratada como o centro das atenções, acabou achando que não valia a pena. Afinal, a protagonista daquela noite não era ela. Ninguém perceberia se saísse antes.

De repente, bateram algumas vezes na porta do reservado. Um homem com aparência de assistente surgiu na entrada.

— Sr. Daniel, todos estão esperando pelo senhor.

Daniel sempre era o centro de qualquer negócio. Sem ele, o encontro simplesmente não acontecia.

— Desculpe, Sr. Daniel, por tomar o seu tempo. — Disse Carolina rapidamente.

— Não tem problema. — Respondeu ele, voltando à expressão neutra de antes, como se a contrariedade de instantes atrás tivesse sido apenas fruto da imaginação dela.

Ele saiu do quarto e, ao passar pelo assistente, lançou a ele um olhar. O homem entendeu imediatamente e assentiu.

Depois que Daniel partiu, Carolina descansou por mais alguns minutos e então deixou o restaurante. Estava prestes a chamar um táxi na calçada quando um carro preto parou diante dela.

A porta do motorista se abriu e, de dentro, desceu justamente o assistente de antes.

— Srta. Carolina. — Cumprimentou com um sorriso. — O Sr. Daniel pediu que eu a levasse.

— Não precisa. — Disse Carolina depressa. — Já incomodei demais o Sr. Daniel hoje.

— Não tem problema, é algo simples. — Respondeu ele. — Além disso, nos últimos dois anos, o Grupo Macedo e o Grupo Queiroz têm colaborado bastante. Em breve, a parceria será ainda mais estreita.

Ele fez uma pausa e acrescentou:

— Então, cuidar da senhorita também é algo que o Sr. Daniel considera natural.

Carolina pensou que, se as duas empresas estavam realmente tão próximas, era provável que, mais cedo ou mais tarde, tivesse mais contato com Daniel. Recusar de forma insistente não parecia apropriado.

— Nesse caso, agradeço muito.

— Disponha, por favor. — Disse o assistente, abrindo a porta do carro para ela com toda a cortesia.

Enquanto isso, na sala VIP do último andar do restaurante, Daniel estava sentado junto à janela. Ele baixava os olhos para a rua e viu Carolina entrar no carro, que logo partiu sob o comando do assistente.

Alguém, com coragem, arriscou uma piada:

— O que há lá fora que prende tanto a atenção do Sr. Daniel?

Daniel recolheu o olhar e respondeu com frieza:

— Nada.

Ele não quis explicar, e ninguém ousou insistir.

Pegou o celular e abriu o WhatsApp. Primeiro, o olhar deslizou pela conversa com Carolina, mas logo parou na mensagem que a mãe lhe enviara na noite anterior:

[A família Queiroz já aceitou o casamento arranjado. Você não está na Cidade J agora? Ouvi dizer que a Carol também está aí. Vá vê-la. Você precisa se dedicar mais.]

Ele respondeu apenas com um "ok".

Naquele instante, sem saber ao certo o motivo, enviou outra mensagem:

[Mãe, a dra. Ana está onde agora?]

Fernanda Ramos, sua mãe, respondeu rapidamente:

[Ela? No mês passado viajou de novo para fora do país. Foi às pressas, nem me contou para onde. Agora não consigo contato. Por que você a procura?]

O olhar de Daniel se obscureceu.

[Não é nada. Mas, se conseguir falar com ela, me avise.]

O assistente de Daniel levou Carolina até em casa.

Parada diante da porta, ela respirou fundo algumas vezes. Aquele lugar um dia fora, em sua ilusão, um lar. Agora, não passava de uma moradia provisória e ainda por cima um espaço que lhe causava repulsa.

Se não fosse pela investigação do acidente, e pelo receio de alertar seus inimigos, jamais teria voltado ali.

Aproveitando-se da ausência de Leonardo e Larissa, revirou o apartamento de cima a baixo, especialmente o escritório de Leonardo. Mas não encontrou nenhuma pista útil. Era de se esperar. Já que Leonardo decidira proteger Larissa, não deixaria provas tão óbvias, muito menos dentro de casa.

Ainda assim, ela buscava agarrar-se a um fio de esperança.

Assim que saiu do escritório, ouviu o som da porta da frente se abrindo. Logo em seguida, Leonardo e Larissa entraram, de mãos dadas.
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