All Chapters of A Amante que Virou Cunhada: Chapter 171 - Chapter 180

— Quando a gente se casou, foi porque eu te escolhi como minha parceira. E agora, não pretendo escolher mais ninguém. — Vicente hesitou por um segundo, completando a frase.No fundo, o que ele realmente queria era dar a entender que não se via mais apenas como um parceiro. Ele queria ter o direito de se declarar marido de Margarida, alguém em quem ela pudesse confiar de olhos fechados. Justamente porque ele a amava, jamais seria capaz de trair aquela confiança, escolhendo outra pessoa, não importava o motivo. Porém, entre eles, ainda havia um sentimento desigual. Vicente sabia que Margarida precisava de tempo depois de tudo que viveu com Augusto. Aquele primeiro amor que virou um pesadelo e deixou marcas profundas, tornando impossível para ela simplesmente abrir o coração tão rápido, seja na emoção ou no pensamento. No momento, talvez para Margarida fosse mais confortável ver tudo aquilo apenas como uma parceria de negócios, em vez de aceitar uma confissão de amor.Vicente entendia

— Vicente, isso aí é missão impossível. Como é que dois caras como a gente vão organizar um aniversário diferente para mulher? — Lorenzo já estava quase se afundando na cadeira, apoiando a cabeça nas mãos após ouvir a ideia do Vicente. O famoso encrenqueiro de Santarino tinha perdido totalmente a pose de malandro.Tudo começou uma semana atrás, quando Vicente pediu que Lorenzo e Marcos pensassem numa comemoração especial para o aniversário da Margarida. De aparência simples, mas com um grau de dificuldade absurdo.Passados sete dias, os dois já tinham apresentado umas oito ideias diferentes, e Vicente rejeitou todas, dizendo que nenhuma era especial o suficiente.Lorenzo se sentia o maior dos fracassados, nem nos projetos milionários da empresa ele ficava tão frustrado.— Vicente, eu já engulo romance por sua causa todo santo dia, agora você quer que eu invente treta para deixar tudo mais melado? Está maluco! — Lorenzo reclamou, largado de qualquer jeito na mesa, mais mole que um bonec

O clima na sala de reuniões ficou pesado que nem um cemitério, com aquela tensão gelada que dava para sentir na pele.Marcos e Lorenzo ficaram que nem duas estátuas, completamente em choque com o que acabaram de escutar, porque como diabos podia existir no mundo uma mulher escrota que nem a Luísa?Eles pensavam que ela só era ruim com Margarida, mas descobriram que a coisa era muito pior. Ela estava literalmente destruindo a vida da própria filha de propósito!Vicente saiu da sala com uma expressão que fazia qualquer um se benzer, as linhas duras do rosto carregadas de uma sombra pesada, mas sem falar uma palavra sequer enquanto caminhava com passos largos e decididos.Teresa correu atrás dele gritando:— Para onde você vai? Não vai mandar gente procurar a Margarida?— Vou eu mesmo. — Ele respondeu seco, com uma raiva assassina na voz que fez todo mundo gelar. — Vou direto na família Carvalho.— Família Carvalho! Ah, claro! — Teresa se deu um tapa na testa, percebendo como tinha sido b

Margarida ficou muda, apenas conseguia olhar para Vicente com os olhos perdidos e sem foco. As lágrimas que nem mesmo as cicatrizes e feridas diante de Luísa haviam conseguido arrancar agora brotavam como uma enchente devastadora que rompe todos os diques.— Eu só queria pegar de volta as minhas coisas... O que meu pai deixou para mim, a única lembrança que ainda me restou dele. — Murmurou ela entre soluços, lutando para formar cada palavra enquanto as lágrimas continuavam caindo.Vicente sentiu o peito apertar quando viu as lágrimas quentes de Margarida pingarem no dorso de sua mão. Cada gota parecia queimar um caminho direto até seu coração, deixando uma marca que ele sabia que não conseguiria esquecer.Luísa aproveitou o momento em que conseguiu se soltar do controle de Margarida, levantou-se num pulo do sofá e se apressou em explicar:— Vicente, a situação não é nada disso que ela está falando! Que história é essa de coisa do pai dela? Não tinha escrito em lugar nenhum que era só p

Em meio à confusão, mesmo sendo mantida no chão, Luísa piscou de forma estranha quando ouviu as últimas palavras de Margarida, como se algo a assombrasse de verdade.Margarida já não conseguia enxergar com clareza. A perda de sangue combinada com o turbilhão emocional fez sua visão escurecer em ondas sucessivas, e depois de destruir a bolsa de grife, suas pernas cederam e ela desabou para trás.Vicente, que não saía do seu lado nem por um segundo, a amparou nos braços antes que tocasse o chão e a levou dali num piscar de olhos....Vicente trouxe Margarida ao Hotel Luar, onde um médico particular de extrema competência começou a tratar dos ferimentos em suas mãos com muito mais agilidade do que qualquer pronto-socorro conseguiria.Na verdade, Margarida não havia desmaiado, apenas se sentia fraca demais para reagir. Os exames revelaram que, por sorte, os nervos da mão estavam intactos, mas ela ainda precisaria de uma pequena cirurgia. Vicente havia removido os cacos maiores da superfíc