Margarida lembrava até aquele tapa que Augusto havia dado nela tempos atrás. Por fora, ela sempre aparentava calma, parecia alguém alheia às disputas do mundo, mas, no fundo, era do tipo que guardava cada ofensa, sem nunca esquecer.No começo, apesar da postura sempre superior de Leonor, Margarida não a odiava com tanta intensidade quanto a Augusto, era por Augusto, aquele homem que enganou seus sentimentos e se perdia em indecisões, destinatário principal de seu ressentimento.Só que, com o tempo, Leonor passou de todos os limites com sua crueldade e perversidade. Foi baixa, traiçoeira, cavando a própria ruína sem precisar de ajuda de ninguém.Margarida tinha certeza de que, quando finalmente se casasse com Vicente, quando enfim se visse livre de toda aquela sujeira, devolveria a Leonor cada humilhação sofrida, e ainda por cima com juros.Mas, assim que esses pensamentos passaram, Margarida lançou um olhar hesitante para Vicente, tomada de incerteza, e perguntou:— Sr. Vicente, aquele
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