All Chapters of Quem Me Enterrou, Agora Me Quer: Chapter 31 - Chapter 40

Naquele dia ela tinha ido tão bem. Será que o papai a elogiou? Sabrina olhou para Afonso, que estava parado bloqueando a porta do lado do motorista. Ela respirou fundo e perguntou: — Tem algum problema? Afonso abaixou os olhos e percebeu que ela não estava usando a aliança de casamento. Sua voz ficou ainda mais fria: — Você vai voltar comigo. — Perdeu a memória? — Sabrina ergueu os olhos para ele. Estava prestes a falar sobre o divórcio, mas, com Cecília ali, ela preferiu evitar discussões. Sabrina respirou fundo e disse: — Saia da frente. — Você não ficou satisfeita com a forma como a situação foi resolvida hoje? — Afonso perguntou num tom casual, como se estivesse comentando algo trivial. Sabrina soltou uma risada fria, colocou as coisas que carregava sobre o capô do carro e olhou diretamente para ele. — Afonso, você acha que o desfecho de hoje foi um presente para Cecília? A realidade é que Diego errou, a acusou de trapacear e ainda foi ele quem a empurrou primeir

— Eu acho que você tem trabalhado demais cuidando das crianças sozinha. O Afonso nem parece se preocupar com o quanto você tem se esforçado. — Disse Paloma, com um tom de preocupação. Ao ouvir o nome de Afonso, Sabrina apertou os lábios e respondeu brevemente: — Ele está muito ocupado com o trabalho. Ela não queria mencionar o iminente divórcio diante de Paloma. Na vida passada, quando Cecília faleceu, Afonso sequer percebeu. Três dias depois da morte da filha, Paloma apareceu na casa onde Sabrina e Afonso viviam e pediu que eles fossem juntos a um evento da família. Naquele dia, Sabrina informou Paloma sobre o divórcio, mas não contou que Cecília havia morrido. Ela não falou sobre o quão infeliz e fria havia sido a relação deles. Mesmo assim, ao saber do divórcio, Paloma ficou extremamente abalada e, de tanto se culpar por não ter ajudado Sabrina, adoeceu gravemente e nunca mais se recuperou. Sabrina sempre considerou Paloma como uma avó de verdade, já que Paloma e sua avó

O homem tomou um gole de vinho, sem pressa, e comentou com indiferença: — Você não vai chamá-la pessoalmente? Sabrina, que estava chegando com Cecília, ouviu a provocação, mas escolheu ignorar. Fingiu que não tinha escutado. Na família Barreto, todos a tratavam como uma empregada, e isso só acontecia porque Afonso permitia. Paloma apareceu no momento seguinte e chamou Sabrina: — Sente-se ao lado do Afonso. A Cecília pode comer comigo. Paloma sabia que o casamento dos dois estava longe de ser harmonioso e, por isso, sempre tentava aproximá-los. Se fosse antes, Sabrina teria ficado radiante com essa oportunidade. Qualquer chance de estar perto de Afonso era algo que ela jamais teria desperdiçado. Mas agora, ela sentia apenas repulsa. Dividir a mesma mesa com ele já era o suficiente para deixá-la desconfortável. — Não estou com fome. — Respondeu Sabrina com um sorriso educado. — Por favor, cuide da Cecília. Vou subir para descansar um pouco. Com Paloma por perto, Sabri

Ao ver sua expressão, o homem franziu ainda mais as sobrancelhas. — Vou chamar o médico da família para cuidar disso. ... Sabrina estava no banho, mas sentia uma inquietação inexplicável crescendo dentro dela. Depois de terminar, ela se enrolou rapidamente na toalha, abriu a porta do banheiro e se preparou para vestir o pijama. No instante em que abriu a porta, seu corpo inteiro ficou paralisado. Afonso estava ali. Ela não fazia ideia de quando ele havia entrado. Ele estava sentado ao lado do sofá, com o rosto frio e impassível. Ao ouvir o som da porta, Afonso levantou o olhar e a encarou. O banheiro ainda estava tomado pelo vapor quente, e Sabrina, apenas envolta na toalha, tinha os ombros nus e a pele delicada brilhando suavemente no ambiente úmido. A visão, misturada à neblina, era cativante, quase etérea. O olhar de Afonso era intenso, carregado de uma invasiva autoridade. Até mesmo o leve sorriso que pairava em seus lábios parecia provocar. Sabrina, ao perceber

Afonso disse: — Eu não vou tomar café da manhã. No final, para não levantar suspeitas de Paloma, ele entrou no carro junto com Sabrina. O homem sentou-se no banco do passageiro e, de maneira natural, ordenou: — Vá para o Grupo Barreto. Com seus 1,90m de altura, Afonso parecia um gigante dentro do pequeno carro de Sabrina. Suas pernas mal tinham espaço para se acomodar, mas ele insistia em se aproximar, como se estivesse testando sua paciência. Sabrina respondeu de forma seca: — Eu não sou sua motorista particular. — Margarida vai estar na empresa. Você precisa pedir desculpas a ela. Sabrina soltou uma risada fria. Agora estava claro o motivo de ele ter decidido ir com ela. Queria garantir que sua amada Margarida não se sentisse ofendida e, para isso, estava disposto a obrigar Sabrina a pedir desculpas. Se não fosse por ainda estarem na Mansão dos Barreto, sob o olhar atento de Paloma, ela já teria chutado Afonso para fora do carro sem pensar duas vezes. Sabrina