Ao despertar sufocada pela fumaça espessa, percebi no mesmo instante que havia renascido.Corri os olhos pelo ambiente em busca de Fabrício, lá estava ele, tentando atravessar as chamas para salvar a sobrinha sem laços de sangue.— Fabrício.Chamei seu nome.Fabrício Siqueira lançou-me um olhar irritado, mas não interrompeu o movimento de arrombar a porta.— Não precisa tentar me convencer. Mesmo sem laços de sangue, ela me chama de tio e eu tenho obrigação de cuidar dela.— Se quiser sair, saia. Eu não vou. Se não vai ajudar, então não atrapalhe.Nesta vida, não o impedi. Respondi, firme:— Está bem.Um instante de surpresa cruzou o rosto de Fabrício, o corpo dele hesitou, mas logo retomou o gesto de arrombar a porta.Sem hesitar, corri para fora.Meia hora depois, Fabrício saiu do incêndio carregando Mafalda Siqueira nos braços.Reparei de imediato que ele mancava, o joelho da calça, à esquerda, estava encharcado de sangue.Sem sequer me olhar, entrou na ambulância com Mafalda.Na vi
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