Três Anos Depois, Ele Voltou de Joelhos のすべてのチャプター: チャプター 11 - チャプター 20

— Ultimamente o Grupo Gonçalves está passando por uma atualização de produção. As fábricas vão trocar os uniformes e pretendem abrir uma licitação no mês que vem.— Ah… — Heloísa sorriu sem jeito.— Sr. Miguel, pra ser sincera, o nosso estúdio só tem eu e minha amiga. Não é nem questão de empresa grande... mesmo uma pequena, a gente já teria dificuldade pra dar conta.Ela e Yara normalmente faziam tudo à mão, modelagem, corte e costura de roupas femininas, e vendiam na própria loja online.Como o movimento era pequeno, conseguiam se virar, mas nunca tinham trabalhado com produção em larga escala.— Não tem problema. Vocês fazem os moldes, eu posso ajudar a contatar uma fábrica.— Ou, se preferirem, podem vender só os direitos de design dos uniformes.— Afinal, o estúdio de vocês ainda está começando. Talvez seja melhor ir com calma, um passo de cada vez.— Mas... um estúdio tão pequeno como o nosso tem mesmo direito de participar da licitação do Grupo Gonçalves?— O Grupo vai tentar tr

Faz sentido, no mesmo círculo da alta sociedade, como ele não a conheceria?Heloísa já não tinha paciência pra explicar a relação entre ela e Miguel.Viu quando Simão virou-se e abriu a porta do carro.Chamou, com a voz calma:— Simão. O movimento dele parou por um segundo. Virou o rosto na direção dela.— O que foi? Arrependida?— Quando tiver tempo, vamos assinar o divórcio.Como herdeiro direto do Grupo Franco, Simão era bajulado por onde passasse. Mesmo Heloísa, durante todos esses anos, nunca ousara lhe faltar com respeito. Mas hoje… hoje ela parecia enfeitiçada, repetia, sem parar, o pedido de divórcio.Se ele continuasse cedendo, que homem ele seria?Ele contraiu discretamente os lábios e soltou duas palavras, num tom gelado:— Quando quiser.— Ótimo. Amanhã, nove horas, no cartório.Simão permaneceu imóvel, observando as costas dela se afastarem, com tanta raiva que quase quebrou a porta do carro.…No dia seguinte, Heloísa chegou cedo ao cartório.Não hesitou, não se arrepend

Isso é classe social.A distância de classes entre ela e ele.Pensou Heloísa, amarga.Fabiana, todo sorrisinho de bajulação ao se despedir de Simão, virou a expressão e puxou Heloísa do chão.— Vai, volta pro carro! Heloísa foi empurrada para dentro do banco do carro.Ela resistiu, recusou, mas não conseguiu contrariar o destino que a mãe controlava.Ela se encolheu num canto do carro, ouvindo Fabiana despejar uma enxurrada de insultos cruéis sobre ela.O carro só parou quando Fabiana a puxou para fora, foi então que Heloísa percebeu que estavam no hospital.Fabiana nem se deu ao trabalho de explicar, puxou-a pelo corredor até o quarto do pai e a empurrou diante do leito, gritando:— Divorciar-se? Abre bem os olhos e olha pro seu pai, você tem condição de se divorciar?Heloísa foi forçada a ajoelhar-se ao lado do leito do pai.O rosto magro dele na cama fazia as lágrimas de Heloísa escorrerem em gotejamento.Ela acreditava que, se o pai estivesse acordado, não suportaria vê-la assim.

Nestes três anos, por causa da Sra. Denise, Simão quase nunca levava Heloísa à mansão da família. Mas no dia da cerimônia dos antepassados, ele sempre a levava.Mesmo que isso significasse ele ser o alvo das piadinhas veladas dos parentes, todos rindo do fato de ele ter se casado com uma surdinha, ele não tinha escolha.Heloísa era sua esposa, a mãe biológica de Igor.As formalidades não podiam ser quebradas.Como era o dia da cerimônia, a mansão da família estava especialmente movimentada.Sra. Denise segurava Igor no colo, conversando e tomando chá com alguns parentes, enquanto Isadora, ao lado, ajudava a cuidar do menino.Assim que viu Simão entrar, a Sra. Denise olhou logo atrás dele.Ao não ver Heloísa, o humor dela melhorou visivelmente.Sorridente, comentou com o grupo:— Simão anda tão ocupado que até pra vir à mansão chega atrasado.No mês passado, quando foi a Cidade J visitar o velho, ele ainda disse que queria deixar o mercado internacional totalmente nas mãos dele. Tá tent

— Não fui eu que contei pro Sr. Miguel, juro! É a primeira vez que a gente se encontra. Miguel deu um leve sorriso.— Precisa alguém te contar isso? As garotas sempre gostam das mesmas coisas. Heloísa olhou para o bolo pela metade nas mãos de Yara.Era de baunilha, o sabor preferido da amiga.Então, ele estava certo.Só escolhera os sabores que as mulheres costumam gostar, sem nenhuma intenção especial.Era a primeira vez que Heloísa visitava uma fábrica pessoalmente, e também a primeira vez que conversava cara a cara com os operários da linha de produção.Anotava com atenção todas as sugestões e necessidades deles.A maioria tinha mais ou menos a mesma idade que ela.Mesmo sem saber quem Miguel era, tratavam-na com gentileza, sem olhar diferente por causa da deficiência auditiva.Acostumada a olhares frios, Heloísa se sentiu quase desconcertada.— No fim das contas, as pessoas não são tão maldosas assim. Basta mudar de ambiente pra ver outra realidade.Ela nunca acreditara nisso.Ma