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##Capítulo 3

Author: Justa
Comecei a desenhar um novo projeto de joias no papel.

Depois de definir a estrutura e a escolha dos materiais, comecei a traçar os primeiros contornos.

Não sei quanto tempo se passou.

Olhei para a folha e ali estava uma peça deslumbrante.

Era um anel, com o aro formado por delicados fios de ouro roxo entrelaçados. A ornamentação era uma flor de violeta feita em platina, incrustada com uma rara ametista púrpura, transmitindo uma atmosfera misteriosa e nobre.

Dei a ele o nome de [Beijo da Violeta].

De repente, alguém exclamou:

— Uau! A Isabelly criou outro design novo, e esse está lindíssimo!

Franzi levemente a testa. Outro design novo?

— Meu Deus, esse desenho é perfeito demais!

— Camila, sua irmã é incrível, viu? Que inveja de você!

O escritório se encheu de exclamações.

Peguei meu celular, abri o WhatsApp e, bem na hora, vi o status postado pela Isabelly.

Legenda: [Vou continuar criando mais obras maravilhosas. Esta peça "Beijo da Violeta" é para mostrar a todos.]

Ao ver a imagem, meus olhos se arregalaram de choque.

Era exatamente o design que eu tinha acabado de criar, e a Isabelly já tinha postado antes de mim.

Uma colega passou pela minha mesa e, de repente, pegou o esboço que eu tinha acabado de desenhar:

— Gente, venham ver! Esse desenho é igualzinho ao que a Isabelly acabou de postar no WhatsApp!

As pessoas ao redor ouviram e logo se juntaram:

— É realmente idêntico!

Meu coração gelou. Quando tentei levantar para pegar o esboço de volta, alguém me empurrou.

— Camila, não me diga que você está tentando plagiar o design da sua irmã?

As pessoas ao lado, como se tivessem ouvido uma notícia chocante, começaram a comentar:

— Meu Deus, e eu achando que ela era toda certinha! Quem diria que faria uma coisa tão vergonhosa como plagiar!

Do meio da multidão, alguém disse alto:

— Vocês nunca perceberam que os desenhos da Camila sempre parecem muito com os da Isabelly?

Todas começaram a vasculhar meus projetos antigos, comparando com os da Isabelly.

Aproveitei o momento para arrancar o meu desenho de volta.

— Esse desenho é meu! É a Isabelly que está plagiando, sempre foi ela quem copia o meu trabalho!

Nesse momento, a Isabelly entrou pela porta.

Ela estava no meio da multidão, usando um vestido branco curto.

Os olhos levemente avermelhados, lágrimas escorrendo sem controle, a voz trêmula de choro:

— Mana, por que você copiou meu trabalho? Eu sei que você não gosta de mim, mas cada um desses desenhos é fruto do meu esforço.

— Desde que você voltou pra casa, você tem sido fria comigo. Você está culpando o papai e a mamãe?

O jeito frágil e delicado dela fez todo mundo sentir pena imediatamente.

As palavras dela inflamaram a indignação dos presentes. De repente, alguém me empurrou por trás.

Perdi o equilíbrio, caí para frente e bati a cabeça na mesa.

O sangue começou a escorrer pelo meu rosto, pingando no chão.

A Isabelly correu até mim, se agachou e fingiu que queria me ajudar a levantar; assim que tocou em mim, caiu de propósito para trás de maneira exagerada.

Pensei, atônita:

"Ela está louca? Está cheio de gente olhando!"

Ela fingiu fragilidade, abriu bem os olhos e me olhou com falsa lamentação:

— Por que você me empurrou? Eu só queria te ajudar...

Todos correram para ver se a Isabelly tinha se machucado e logo começaram a gritar comigo:

— Você passou dos limites! Plagia e ainda fica agressiva quando é desmascarada?

— Exatamente! Isabelly, não tenta ajudar ela não. Gente assim, se cair e morrer, bem feito!

A Isabelly se levantou devagar, com um ar injustiçado:

— Não importa o que aconteça, a Camila ainda é minha irmã mais velha. Eu estou bem, não se preocupem.

Ri baixinho e olhei para ela, ainda atuando como vítima:

— Eu errei com você. Vem um pouco mais perto, tenho algo pra te dizer.

A Isabelly, com expressão magoada, se aproximou.

Sorri e, no instante em que ela chegou perto, dei um tapa no rosto dela com força.

Ela perdeu o equilíbrio e caiu no chão.

— Ah, poxa, como você é desastrada. Eu só te empurrei de leve.

Sentada no chão, ela cobriu o rosto. Por entre os fios de cabelo espalhados, me lançou um olhar cheio de ódio.

Logo depois levantou a cabeça novamente, olhos bem abertos, fingindo inocência.

Eu não tinha mais tempo a perder com aquela atuação dela.

Enquanto todos olhavam para a Isabelly, me levantei rapidamente e deixei o lugar.
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