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Após A Minha Morte, Todos Começaram A Me Amar

Após A Minha Morte, Todos Começaram A Me Amar

By:  HathawayCompleted
Language: Portuguese
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Eu, Glória Gomes, morri no dia em que recebi o Prêmio de Ouro Global de Doutorado em Medicina. Três horas após minha morte, meus pais, meu irmão mais velho e meu noivo voltaram para casa, logo depois de encerrarem a festa de dezesseis anos da minha irmã. Enquanto minha irmã postava nas redes sociais uma foto de toda a família comemorando seu aniversário, eu estava deitada em uma poça de sangue no porão abafado, tentando usar a língua para deslizar pela tela do celular e fazer uma chamada de emergência. Dos contatos de emergência, apenas meu noivo atendeu à minha ligação — o que significava que meus pais e meu irmão haviam bloqueado meu número. Assim que atendeu, meu noivo disse apenas uma frase: — Glória, a festa de dezesseis anos da Ester é importante. Pare de tentar chamar nossa atenção com desculpas inúteis e de fazer birra! Ele desligou o telefone, cortando também minha última esperança de vida. Meu coração parou de bater junto com o som da linha ocupada. Foi a centésima vez que eles escolheram minha irmã, a centésima vez que me abandonaram e me decepcionaram, e também a última. Deitada em meu próprio sangue, senti minha respiração cessar aos poucos... Eles pensaram que, desta vez, eu estava novamente usando uma desculpa para fugir de casa e expressar minha insatisfação, que, se me dessem uma lição, eu voltaria obedientemente por conta própria, como nas 99 vezes anteriores. Infelizmente, desta vez, isso não aconteceria. Porque eu não saí de casa. Eu estava o tempo todo deitada no porão...

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Chapter 1

Capítulo 1

À meia-noite, minha alma flutuou para fora do chão frio do porão.

A porta do meu quarto foi aberta com um solavanco, e meu irmão, Gil Gomes, entrou. Ele varreu o quarto vazio com o olhar e soltou um riso frio.

— Glória, você não se cansa de brincar de esconde-esconde? Já está bem grandinha para essas encenações.

Normalmente, eu teria respondido sem hesitar.

Mas, desta vez, eu só pude flutuar ao seu lado, em silêncio.

Gil pegou o celular para me ligar. Ninguém atendeu. Ele bagunçou o cabelo, irritado, e abriu distraidamente o diário sobre a mesa.

Nele, estava escrito apenas um número: 99.

O número de vezes que eles me decepcionaram ao longo dos anos.

Gil não entendeu. Ele franziu a testa, jogou o diário no chão e resmungou enquanto me enviava uma mensagem de áudio pelo WhatsApp:

[Pare com essa birra. A Ester está esperando pelo cheesecake de mirtilo que você faz. Hoje é o aniversário de dezesseis anos dela. É melhor você voltar para casa em uma hora, senão vou considerar que você não tem o mínimo de bom senso.]

Depois, ele guardou o celular e foi para a sala de estar.

— A Glória não está no quarto e não atende ao telefone — Disse ele aos meus pais. — Ela é sempre assim, some por qualquer coisinha e fica esperando que a gente implore para ela voltar.

Xavier Gomes, meu pai, suspirou: — Nós a mimamos demais. Desta vez, não liguem para ela, vamos lhe dar uma lição. Amanhã ela voltará por conta própria.

E Ester Gomes, minha doce e atenciosa irmã, segurou suavemente a mão do meu pai, com os olhos cheios de preocupação: — Papai, e se algo realmente aconteceu com a irmã? Talvez eu devesse mandar uma mensagem para ela. Vocês sabem, ela sempre foi a melhor comigo.

Eu a observei baixar os olhos, seus dedos finos digitando rapidamente na tela do celular.

A primeira mensagem foi:

[Espero que você esteja gostando de ser alvo daqueles bandidos. Nos braços de que homem você está agora? Fico feliz por você. Se você morresse, seria um alívio para todos.]

Depois de enviar, ela apagou imediatamente e escreveu outra.

[Irmã, você está bem? Estamos todos muito preocupados. Se estiver com raiva, pode me bater ou brigar comigo, mas, por favor, volte logo para casa. O papai e a mamãe estão muito preocupados.]

Ela levantou o celular para que todos vissem, como uma irmã incrivelmente bondosa.

Minha mãe, Silvana Franco, a abraçou com força, dizendo com o coração partido: — Ester, você tem apenas dezesseis anos e já é tão atenciosa. A Glória tem vinte e quatro, trabalha há tantos anos e ainda é teimosa, faz birra. Você não precisa se culpar.

Teimosa? Birra?

No ar, soltei um riso amargo que ninguém ouviu.

Eles nem se lembravam de que hoje era o dia em que eu receberia o "Prêmio de Ouro Global de Doutorado em Medicina". Esse prêmio é concedido a cada dois anos e, embora seja muito difícil de obter, por causa do aniversário da Ester, optei por ficar em silêncio e deixá-los celebrá-la.

Eu nunca quis competir com ela pelo amor deles.

Mas, no momento em que saí de casa para receber o prêmio, alguns homens estranhos invadiram e me arrastaram para o porão.

Eu lutei, aterrorizada: — Como vocês conseguiram a chave da nossa casa?

Um dos homens balançou um chaveiro na minha frente. Era o da Ester.

— Não perca seu tempo. — Disse ele com um sorriso sinistro.

Eu implorei desesperadamente, chorando: — Eu não vou contar a ninguém, por favor, me deixem ir...

Mas eles ignoraram meus apelos, me violentaram cruelmente, zombaram de mim e tiraram fotos comprometedoras.

Eu resisti com todas as minhas forças e, no meio da confusão, minha nuca bateu com força na quina de uma mesa, e o sangue jorrou.

Assustados, eles fugiram às pressas, deixando-me desamparada em uma poça de sangue.

Eu me arrastei, com os dedos manchados de sangue, e abri o celular para fazer a última chamada de socorro.

Meus pais recusaram e ainda me enviaram uma mensagem fria:

[Fingindo estar doente de novo? Não temos tempo para suas palhaçadas!]

Somente Marcelo Rocha, meu amado em quem eu confiava imensamente, atendeu ao telefone.

— Me ajude... Marcelo, eu estou morrendo...

Mas sua voz era gélida.

— Glória, pare de fingir. Hoje é o aniversário da Ester, algo que só acontece uma vez na vida. Você realmente precisa estragar o humor dela? Eu já prometi que te compensaria com um presente de formatura.

Eu ri, atordoada...

Compensar?

Marcelo, você nunca mais terá a chance de me compensar.

Vinte e quatro horas depois, este porão começaria a exalar o cheiro de decomposição.

E Ester uma vez desejou que eu morresse, para que ninguém mais competisse com ela por amor e atenção.

Agora, seu desejo finalmente se realizou.
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