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Capítulo 2

Autor: Adeus à Lua
Leonardo, instintivamente, afastou a mão da mulher que estava apoiada em seu braço, fazendo com que ela ficasse desconcertada.

— Eu também sou amiga da Sofia, tem algo estranho eu estar aqui na festa de aniversário dela?

Helena disse, com um sorriso levemente irônico.

— Não, é só que eu achei que você não gostava de festas como essa, então não falei com você sobre isso antes.

Helena riu, pensou:

— Será que é por eu não gostar que ele não me contou? Ou será que foi de propósito, querendo trazer outra pessoa?

Depois de se explicar, Leonardo olhou ao redor da sala com um olhar frio.

Seu olhar parecia perguntar: Quem a trouxe aqui?

Sofia, visivelmente desconfortável, desvia o olhar e finge não ter nada a ver com a situação.

— Oi, você deve ser Helena, certo? Eu sou Camila, deve ter ouvido falar de mim pelo Leonardo.

A mulher que estava com Leonardo se aproximou de Helena, se apresentando.

Então essa é Camila, o primeiro amor de Leonardo.

Helena se sentiu desconfortável, seu peito apertado. Afinal, ela estava em um relacionamento com Leonardo há três anos e sabia que sentimentos não desaparecem da noite para o dia.

No entanto, ela se controlou muito bem e, com um sorriso no rosto, respondeu:

— Senhorita Camila, é um prazer conhecê-la.

Camila sorriu amplamente e olhou para Helena.

— Helena, alguém já te disse que nós duas temos uma aparência parecida?

Ao ouvir isso, a expressão de Leonardo mudou instantaneamente.

Helena olhou para ele com um sorriso irônico, e então, com os lábios curvados, desviou o olhar para encarar o olhar desafiador de Camila.

— É mesmo?

Helena piscou com seus olhos grandes e brilhantes, com uma expressão ingênua e inocente.

— Mas eu não acho, você não é mais bonita que eu.

Os curiosos ao redor ficaram surpresos.

Helena não era conhecida por ser sempre calma e obediente? Como ela estava sendo tão afiada hoje?

Vendo o clima desconfortável, Sofia rapidamente tentou mudar de assunto.

— Gente, parem de ficar em pé, venham sentar.

Camila, tentando controlar sua irritação com Helena, forçou um sorriso e entregou o presente para Sofia.

— Feliz aniversário, Sofia, aqui está o seu presente.

Sofia olhou para o presente e, surpresa, notou que a embalagem era idêntica à que Helena havia dado a ela.

Ela abriu a caixa e exclamou:

— Deus! Queria muito essa pulseira, obrigada, Camila!

Helena parou por um momento, surpresa. Como a pulseira dela era exatamente a mesma?

Sofia então abriu a embalagem do presente de Helena e disse:

— Helena, a pulseira que você me deu é a mesma!

— Isso não pode ser verdade.

Uma amiga de Sofia, sem sequer olhar para o presente, disparou:

— Essa pulseira custa mais de 15.000 reais. Helena é apenas uma advogada iniciante, quanto ela ganha por mês? Como ela poderia comprar uma pulseira tão cara para te dar?

A sala caiu em silêncio instantaneamente.

Olhares estranhos começaram a se voltar para Helena de todos os lados.

Era óbvio que todos concordavam com o que a mulher acabara de dizer.

Ela era uma advogada desconhecida e, sem dúvida, não tinha dinheiro para gastar tanto em um presente de luxo.

A expressão no rosto de Leonardo estava tensa.

— Helena, se você não tem dinheiro, é só me falar. Eu posso te ajudar a escolher um presente, mas por que você...

Você está dando uma falsificação?

As palavras ficaram presas na garganta de Leonardo, mas todos no local entenderam o que ele queria dizer.

Helena olhou para ele friamente.

— Leonardo, você também acha que o presente que eu dei é falso?

Leonardo, com o rosto fechado, não respondeu, ele confirmou com seu silêncio.

Sofia, desconfortável, tentou suavizar a situação com um sorriso forçado. — Não é isso, pessoal! Eu e a Helena somos boas amigas, ela nunca me daria algo falso. Não precisa falar assim, isso é muito chato.

Ela disse isso, mas Helena ainda viu um olhar de desgosto nos olhos de Sofia. O coração de Helena ficou gelado.

Ela havia comprado a pulseira de mais de 15.000 reais para Sofia como forma de agradecimento por sua ajuda no passado.

Três anos atrás, Helena teve uma grande briga com sua família ao se recusar a se envolver em um casamento arranjado, e fugiu sozinha para Cidade H.

O pai de Helena bloqueou seu cartão e cortou sua fonte de dinheiro. Ela não usou nenhum dos contatos da família, e, com seus próprios esforços, conseguiu um trabalho em um escritório de advocacia.

No começo, como estagiária, seu salário era muito baixo. Um ano depois, ela obteve sua licença de advogada e seu salário aumentou um pouco, mas ainda assim não era muito. Para aquelas pessoas, ela era apenas uma pessoa pobre.

As jovens da classe alta do círculo de Leonardo sempre a viam com desdém por ser “uma pobre”, e sempre que saíam, a excluíam abertamente, seja de maneira explícita ou velada.

Leonardo ignorava tudo isso, mas Sofia, por várias vezes, ajudou a tirá-la de situações constrangedoras e até a puxou para conversar.

Helena ainda achava que Sofia era diferente das outras, mas percebeu que, no fundo, ela também não a valorizava.

Era realmente ridículo.

Na noite em que ela aceitou o casamento arranjado, seu pai, Leonidas, havia restaurado o acesso à sua conta bancária, e 15.000 reais para ela eram como 15 centavos.

— Me dá a pulseira, eu vou te dar um presente de aniversário novo depois. Leonardo disse:

— Helena não tem experiência, peço desculpas por ela.

Sofia olhou para Helena, depois para Leonardo, claramente em um dilema.

Se ela não entregasse a pulseira para Leonardo, estaria desrespeitando ele. Se entregasse, estaria concordando que a pulseira era falsa. Na aparência, Helena seria a pessoa envergonhada, mas como Helena era namorada de Leonardo, na realidade, a vergonha recairia sobre Leonardo.

— Se ele quer, dá para ele.

Helena disse, cruzando os braços, olhando friamente para Leonardo.

Sofia não teve escolha a não ser entregar a pulseira.

De repente, Camila, que estava ao lado, falou:

— Leonardo, não culpe a senhorita Helena, ela estava apenas tentando ser educada.

Leonardo não respondeu, ainda com o rosto fechado.

Nesse momento, alguém sugeriu jogar algum jogo para aliviar a tensão.

Camila sorriu e se aproximou, juntando-se a eles para beber e jogar.

Helena não gostava desse tipo de situação e foi para o canto, sentando no sofá. Leonardo, com a expressão ainda séria, se aproximou e sentou ao lado dela.

Helena ignorou-o e continuou mexendo no celular.

Depois de um tempo, Leonardo falou em tom baixo:

— Se você não tem dinheiro, pode ter comprado algo mais barato. Pelo menos seria melhor do que dar uma falsificação.

— Se você acha que é falsificado, pode me devolver.

Helena disse, ainda olhando para o celular, com uma voz fria.

— Você sabe que está me envergonhando, não sabe?

Leonardo falou, com raiva.

Helena fechou os olhos e respirou profundamente duas vezes, então, de repente, abriu os olhos.

Ela se virou e olhou para Leonardo.

— O que você acha que eu te envergonhei? A nota fiscal está aqui dentro. Você não consegue ver? Ou precisa que eu te leve até a loja para confirmar com os atendentes?

Leonardo hesitou por um momento, antes de abaixar a cabeça e procurar pela nota fiscal.

Quando viu a nota fiscal, Leonardo finalmente acreditou que a pulseira era verdadeiro. Sua expressão suavizou um pouco, e sua voz ficou mais calma.

— Por que você não disse que tinha a nota fiscal?

Helena bufou:

— Não tinha vontade de falar.

Depois disso, ela voltou a se concentrar no celular.

Após um tempo, Leonardo, que estava ao lado dela, finalmente se desculpou em voz baixa.

— Desculpe, eu te malinterpretei hoje.

Helena fez de conta que não ouviu, totalmente concentrada no jogo.

Leonardo ficou em silêncio ao seu lado, mas seus olhos estavam fixos no grupo de pessoas jogando.

Mais especificamente, estavam em Camila.

Helena terminou uma partida e levantou a cabeça, justamente no momento em que viu Leonardo olhando para Camila.

Camila havia perdido o jogo e estava sendo forçada a beber mais.

No começo, Leonardo se controlava.

Mas quando ele viu Camila beber o terceiro copo e se preparar para o quarto, ele se levantou abruptamente, caminhou até ela e tomou a taça de sua mão.

— Você tem problema no estômago e ainda bebe tanto, Camila, você quer se matar?

Era óbvio para qualquer um que Leonardo estava irritado.

O que antes era uma sala cheia de risadas e conversas, de repente ficou em total silêncio. Todos os olhos se voltaram para eles.

Camila, irritada, olhou nos olhos furiosos de Leonardo.

— Você vai me dizer o que fazer?

— Você não vai beber mais. — Leonardo olhou friamente para o grupo de pessoas que ainda jogava, e com um semblante sombrio disse:

— Quem ousar forçá-la a beber novamente, que tente.

As pessoas rapidamente desviaram os olhos, sem ousar enfrentá-lo.

Helena estava sentada no sofá, observando calmamente a cena com um olhar frio, um sorriso irônico curvando seus lábios.

Camila tentou se levantar para pegar o copo de volta.

Leonardo levantou o copo bem alto, impedindo-a de alcançá-lo.

Camila, subindo na ponta dos pés, perdeu o equilíbrio e caiu nos braços de Leonardo.

Instintivamente, Leonardo usou a outra mão para segurá-la com mais firmeza.

— Cuidado, como depois de tantos anos você ainda continua tão desajeitada?

Camila corou, se apoiando no peito de Leonardo, inclinando a cabeça para olhar para ele, com uma voz manhosa.

— Leonardo, você é realmente insuportável.

As pessoas ao redor começaram a provocar novamente.

Leonardo estava prestes a dizer algo, mas ao levantar os olhos, se deparou de repente com os olhos frios e penetrantes de Helena.

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