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Capítulo 8

Penulis: Mary Sue
Samuel rapidamente voltou a si e deu um passo para trás, aumentando a distância entre eles. Sua voz recuperou o tom comedido de sempre:

— Só estou preocupado que você confie nas pessoas erradas e acabe sendo enganada.

— Não se preocupe. — Daise respirou fundo. — Desta vez, é alguém que vale a pena gostar.

Ela queria se afastar dele o mais rápido possível, evitar que surgissem mais razões para que sua família suspeitasse do tipo de relação que os dois tinham.

— Irmão, se não tem mais nada, eu vou indo.

Daise desviou o corpo e passou por ele, sem olhar para trás.

O corredor ficou em silêncio novamente. A única coisa que destoava era a ponta do envelope de papel pardo que ainda estava visível na lixeira.

Samuel ficou parado, olhando para o envelope por um longo tempo. Finalmente, ele se abaixou e o pegou. O pacote era mais pesado do que ele esperava.

Ele hesitou por um momento, mas acabou abrindo. Lá dentro havia um diário de capa verde musgo, com as bordas já desgastadas, e algumas fotografias.

A primeira foto era de Daise, aos 16 anos, e dele, aos 17, em um parque de diversões.

Na imagem, Daise sorria com os olhos curvados como uma lua crescente. Ele estava com o braço em volta dos ombros dela, e seu rosto tinha uma expressão rara de suavidade genuína.

— Você simplesmente jogaria isso fora? — Murmurou Samuel, enquanto seu polegar roçava inconscientemente o rosto de Daise na fotografia.

No verso da foto, havia uma anotação em letras pequenas, já desbotadas:

[Para o irmão. Meu dia favorito. — Daise.]

Um aperto tomou o peito de Samuel. Ele começou a folhear o diário e encontrou vários bilhetes e ingressos de cinema e exposições que eles haviam visitado juntos.

Na última página, o diário parava um mês antes de toda a confusão começar. Apenas uma frase estava escrita, com a caligrafia trêmula, como se estivesse manchada por lágrimas:

[Decidi que não vou mais gostar de você.]

Do andar de baixo, vieram as risadas de Natália e a voz de Valentina.

Samuel respirou fundo, fechou o diário com pressa e colocou tudo de volta no envelope.

— Samuel? — A voz de Natália ecoou do andar de baixo. — Você está aí em cima? Já está na hora de irmos.

Samuel ajustou sua expressão, escondendo qualquer indício de emoção, e desceu as escadas:

— Estou indo.

Daise estava no canto da sala, ajudando Valentina a organizar um jogo de café.

Samuel colocou o envelope em um canto discreto, sem olhar para ela.

— Daise. — Chamou Valentina de repente. — No final do mês, vamos organizar um jantar de caridade. Não se esqueça de trazer seu namorado.

Os dedos de Daise deslizaram, e uma das xícaras fez um leve som ao bater na bandeja. Ela ergueu os olhos e encontrou o olhar firme de Valentina.

Valentina ainda desconfiava dela. Era óbvio que sua "mãe" não ficaria tranquila até conhecer esse suposto namorado.

— Tudo bem, mãe. Eu vou trazer ele.

Na TY Design.

Era o primeiro dia de Daise no trabalho.

Os colegas do departamento de design pareciam amigáveis, especialmente Murilo Moura, um rapaz que se ofereceu para mostrar o escritório a ela.

— Obrigada. — Disse Daise educadamente. Ainda assim, ela percebia que não era fácil para ela se conectar com as pessoas.

Na sala de café, alguns colegas cochichavam animadamente:

— Ouvi dizer que o novo presidente do grupo vai fazer uma visita hoje!

— Sério? Dizem que ele é jovem, supercompetente e… solteiro!

— TY pode ser uma das empresas de design mais importantes do país, mas, no final das contas, é só uma subsidiária do Grupo.

— Quem diria? Um presidente milionário tão perto da gente!

Daise sorriu discretamente ao ouvir os comentários, mas não deu muita atenção. Sua mente estava ocupada com outro problema: ela ainda precisava encontrar um namorado falso para o jantar de caridade.

Durante o intervalo do almoço, Daise se escondeu na escada e ligou para Isadora.

Isadora era sua única conexão no Brasil. Como trabalhava em uma agência de talentos, encontrar alguém para ajudar não deveria ser difícil.

Daise falou em voz baixa ao telefone:

— Alô, Isadora? Você já encontrou alguém?

A voz animada de Isadora veio do outro lado da linha:

— Claro! Está tudo resolvido! Ele tem 1,80m, pernas longas, um rosto lindo e trabalha no mercado financeiro. Ele se encaixa perfeitamente na imagem de um "executivo de sucesso". Hoje às 19h, no Bom Aroma Café. Ah, e vista algo bonito!

Daise estava prestes a responder, mas foi interrompida pelo som de um clique atrás dela, o som de um isqueiro sendo aceso:

— Vai para um encontro?

A voz grave e familiar veio de trás. O tom era provocador e carregado de diversão.

Daise se virou lentamente, o celular quase escorregando de suas mãos.

Na sombra da escada, uma figura alta estava encostada na parede. Entre os dedos longos e elegantes, havia um cigarro aceso.

A fumaça subia lentamente, e, conforme ela se dissipava, o rosto do homem foi ficando mais nítido.

Era um rosto de traços marcantes: o queixo bem definido, os olhos levemente puxados, com um brilho afiado e perigoso. Ele estava ali, com uma postura relaxada, mas sua presença era impossível de ignorar.
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