Beijos do Destino

Beijos do Destino

By:  Mary SueUpdated just now
Language: Portuguese
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Assim que Daise Gomes voltou ao Brasil, ela descobriu que o homem por quem ela nutria uma paixão secreta há anos, aquele que ela chamava de "irmão", estava prestes a se casar com a mulher que a havia intimidado cruelmente no passado. Daise, atordoada, saiu às pressas e, sem querer, acabou nos braços de seu ex-namorado. Nico Mello, um homem de 1,90m de altura, era o CEO mais jovem e brilhante de Cidade Serena. Ele era selvagem, charmoso, orgulhoso... Com uma personalidade imprevisível e uma mente que sempre fugia do óbvio. As memórias voltaram para o verão sufocante e úmido do ano em que eles terminaram o ensino médio. Naquele tempo, eles se beijaram com paixão no silêncio de uma sala de equipamentos vazia. O Nico de dezoito anos, às vezes, segurava os dedos dela com delicadeza e dizia: — Você é mesmo muito boazinha. Eu gosto de você. Naquele momento, Daise apenas sorria sem dar importância. Pouco depois, ela o deixou para trás sem olhar para trás. Cinco anos se passaram desde que ela foi para o exterior. Quando eles se reencontraram, Daise achou que ele já a havia esquecido. Ela tentou sair de cena rapidamente, mas ele segurou sua mão com força e disse: — Você já foi meu brinquedo obediente. Por que não me faz o favor e brinca comigo mais uma vez? Nas incontáveis noites que se seguiram, eles se abraçaram com uma intensidade que queimava. Mais uma vez, Nico se tornou o remédio que curava as feridas de Daise. Ela achava que tudo não passava de um jogo. Mas, no dia em que planejou ir embora, Nico, com os olhos ardendo de desejo, segurou sua cintura com força, sem querer deixá-la partir: — Daise, vamos nos casar. Pode ser?

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Chapter 1

Capítulo 1

O carro mal tinha estacionado quando a chuva começou a cair forte lá fora.

Depois de cinco anos, Daise estava de volta àquele lugar onde, na época do ensino médio, havia sofrido um ano inteiro de bullying. Hoje, ela precisava enfrentar as pessoas que a machucaram, incluindo a raiz de todos os seus tormentos: Samuel Lopes, seu irmão de criação da família acolhedora.

Daise passou os dedos inconscientemente pela cicatriz no lado interno de seu pulso.

Cinco anos se passaram, e essa cidade parecia ainda mais entregue ao luxo e ao excesso do que quando ela partiu. No entanto, o tom acinzentado e opressor continuava o mesmo. Era um peso no ar, uma sensação de sufoco que não mudava.

Daise piscou algumas vezes, tentando voltar ao momento presente. Ela ajeitou a gola de seu sobretudo bege, respirou fundo, abriu o guarda-chuva e saiu do carro, caminhando em direção ao salão de festas.

O psicólogo dela tinha sido claro:

— Se você quer realmente se curar, precisa encarar as coisas que mais teme.

Por isso, ela tinha que estar ali.

— Daise?

Daise ouviu alguém chamá-la.

— É você mesmo, Daise!

Ao se virar, Daise viu uma moça usando um suéter castanho correr em sua direção com passos apressados.

Daise precisou de três segundos para puxar da memória o nome daquela garota: Isadora Costa, uma das poucas colegas que haviam sido gentis com ela no ensino médio.

— É você mesmo! Nossa, você mudou tanto que quase não te reconheci! — Disse Isadora, com um sorriso caloroso.

Daise assentiu levemente, sem muito entusiasmo.

— Soube que você virou designer? Que incrível! Eu sempre soube que você tinha jeito pra essas coisas. No ensino médio, você já fazia aquelas coisas tão criativas! — Continuou Isadora, empolgada.

Daise sorriu de leve. Sua pele clara e delicada, combinada com o ar frio e reservado, atraía olhares. O pequeno sinal sob seus olhos se movia sutilmente toda vez que ela sorria, deixando-a ainda mais hipnotizante.

— Eu trabalho com design de instalações artísticas e cenografia. Se precisar de algo, é só me procurar. — Explicou Daise, enquanto entregava um cartão de visitas.

— Que legal! Tem um aniversário de uma atriz famosa na nossa empresa daqui a alguns dias. Vou entrar em contato com você pra organizar tudo! — Respondeu Isadora, abrindo a porta do hotel e puxando Daise pelo braço. — Está muito frio aqui fora. Vamos entrar logo, o pessoal já chegou.

Daise encolheu os ombros, tentando se proteger do vento. Sim, o outono em Cidade Serena parecia ainda mais gelado do que antes.

O movimento da porta giratória as levou para o interior aquecido do hotel, mas Daise sentiu um calafrio subir pela espinha assim que entrou.

Logo na entrada do salão de festas, havia um pôster com letras douradas:

[Encontro de 5 Anos de Formatura].

Abaixo, uma foto da turma inteira do último ano.

Na foto, Daise estava no canto mais distante, com a franja cobrindo quase todo o rosto. Magra, retraída, quase invisível. Ao redor, os outros colegas exibiam sorrisos radiantes. E, bem ao centro, como o ponto de maior destaque, Natália Freitas sorria como uma estrela, segurando o braço de Samuel.

Samuel, o homem mais admirado da elite de Cidade Serena. Elegante, reservado, com uma carreira promissora e um futuro brilhante. Agora, ele estava no auge de sua glória. Daise o havia chamado de "irmão" durante oito anos.

Mas ela sabia que ela quase tinha manchado a perfeição dele. Pensando bem, talvez ele tivesse razão em tratá-la com frieza naquela época.

— Daise?

Uma voz doce e melódica soou atrás dela, como uma lâmina de gelo afiada perfurando seus ouvidos.

Daise se virou e viu Natália, deslumbrante em um vestido vermelho que realçava ainda mais sua beleza. Ela caminhava com graça, acompanhada por algumas das amigas que sempre estavam ao seu lado no passado.

O tempo havia transformado Natália numa mulher ainda mais impressionante. Até mesmo o ar de maldade e arrogância que ela carregava no ensino médio parecia ter sido substituído por uma elegância refinada.

— É você mesmo? — Disse Natália, com um tom de surpresa e entusiasmo.

No instante em que os olhos de Daise pousaram nela, seu corpo enrijeceu como se fosse por reflexo. Era como se pequenos choques elétricos percorressem sua espinha, e as cicatrizes de queimadura em suas costas, há muito curadas, começassem a arder novamente.

A memória voltou como um raio: Natália e suas amigas cercando-a na sala de equipamentos, marcando sua pele com pontas de cigarro, deixando "assinaturas" na carne de Daise como se ela fosse um objeto.

E agora, a autora das marcas sorria para ela como se nada tivesse acontecido.

Daise sentiu a garganta apertar, e um zumbido tomou conta de seus ouvidos. Por um momento, parecia que ela havia sido transportada de volta para aqueles dias de pesadelo.

— Natália?

Daise ouviu sua própria voz soar distante, seca, como se não fosse dela.

Natália se aproximou com um sorriso no rosto, parecendo um pouco surpresa:

— Você ficou muito mais bonita. Quase não te reconheci.

Daise discretamente apertou a palma da própria mão com a ponta do polegar. A dor a trouxe um pouco de volta à realidade. Ela se obrigou a erguer os olhos e encarar Natália diretamente.

Respirando fundo, ela contou mentalmente:

"Um, dois, três..."

Era como o psicólogo havia ensinado.

— Obrigada.

Daise ouviu a própria voz responder com calma. Desta vez, ela não fugiu apressada nem se encolheu como fazia antigamente.

— Eu já tinha ouvido falar que você foi para o exterior. — Comentou Natália, forçando um sorriso. Os lábios vermelhos dela pareciam uma ferida aberta e brilhante. — Nunca imaginei que você apareceria hoje.

Daise manteve a expressão tranquila e assentiu levemente:

— É, faz tempo que não nos vemos.

O ar pareceu congelar por alguns segundos até que Natália suspirou de forma exagerada:

— Falando nisso, no ensino médio tivemos... alguns mal-entendidos.

Natália parecia agora uma boneca meticulosamente arrumada: delicada, gentil, quase compreensiva. Ela colocou a mão no ombro de Daise e disse com uma voz suave:

— Naquela época, eu era muito imatura e fiz algumas besteiras. Não leve isso para o lado pessoal, tá?

Daise olhou para aquela mão. Lembrou-se de como ela já havia derramado água fria sobre sua cabeça, pisoteado sua dignidade e quase destruído sua vida acadêmica.

O coração de Daise parou por um instante, mas o sorriso educado permaneceu em seu rosto:

— Não tem problema. Afinal, agora você já não é mais tão jovem.

Natália corou imediatamente, e as palavras que ela ainda pretendia dizer travaram na garganta. Ela era três anos mais velha que Daise, mas, entre as duas, essa diferença parecia de trinta anos.

O olhar de Natália se tornou mais frio. Ela estava prestes a responder, quando uma voz masculina ecoou:

— Daise.

O salão de festas no primeiro andar pareceu subitamente mais silencioso. O coração de Daise foi apertado como se estivesse preso por uma mão invisível. Ela nem precisou se virar para saber quem era.

Samuel.

O homem que Daise havia amado em segredo durante toda a adolescência. O mesmo a quem ela havia chamado de "irmão" por oito anos.

Sim, se não fosse por ele, Natália nunca teria feito o que fez. No passado, Daise suportou todas as humilhações porque não queria que Natália contasse a Samuel sobre seus sentimentos.

Mas Daise só entendeu mais tarde... que Samuel sempre soube de tudo.

As lembranças pararam, e Daise finalmente se virou para olhar Samuel.

Samuel estava parado sob o lustre de cristal, com a luz quente do dourado iluminando sua figura como um halo. A beleza de Samuel era quase impecável. O rosto de traços marcantes era adornado por olhos ligeiramente caídos, como pétalas de flores de pessegueiro, que davam a ele uma expressão naturalmente suave e gentil.

Quando Daise era mais jovem, ela acreditava que aquele sorriso era uma prova de carinho, uma atenção especial que ele reservava apenas para ela. Mas, naquele dia, enquanto ela o observava partir na chuva, ele sorriu do mesmo jeito. E então, foi embora sem hesitar.

Foi naquele momento que Daise percebeu que aquele sorriso não era um gesto de afeto. Era apenas parte da educação de Samuel. Não havia amor. Até mesmo o distanciamento que ele mantinha de forma deliberada apenas com ela.

— Irmão.

Daise chamou baixinho, com a garganta apertada.

No instante em que olhou para ele, Daise pareceu perder a habilidade de enxergar qualquer outra pessoa. Tudo que ela conseguia ver era Samuel devolvendo seu olhar.

Os olhos dele repousaram no rosto dela por alguns segundos, com a mesma surpresa de Natália, mas com um toque de alegria que ele não conseguiu esconder.

Ele parecia prestes a dizer algo, mas Natália o interrompeu:

— Samuel, sua irmã mudou muito! Quase não a reconheci!

Daise baixou os olhos e observou Natália segurar o braço de Samuel.

Samuel pareceu perceber o gesto e franziu levemente a testa. Ele hesitou por um instante antes de perguntar:

— Daise, você voltou. Por que não me avisou antes?

Daise desviou o olhar e forçou um sorriso tranquilo:

— Eu voltei por causa do trabalho e queria fazer uma surpresa para você e para nossos pais.

Ao perceber que Daise parecia não guardar ressentimentos sobre o que aconteceu cinco anos atrás, Samuel soltou um suspiro de alívio:

— Ah, essa é Natália, minha... noiva. Vocês já se conhecem, certo?

Daise congelou por um momento. Então, era Natália. Ela era a noiva de Samuel.

Não era de se estranhar que, mesmo nas poucas mensagens que Samuel enviou enquanto ela estava no exterior, ele sempre foi vago sobre esse assunto. Ele sabia muito bem o que Natália havia feito com Daise.
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