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Capítulo 0112

작가: Ana Luiza Mendes
— Senhora... Secretária Patrícia, é melhor voltar mais tarde.

Enzo apertou os lábios e desviou o olhar.

Patrícia o encarava. Percebeu que ele evitava seus olhos, como se quisesse dizer algo, mas não tivesse coragem de falar diretamente. Aquilo só podia ser um recado sutil, uma tentativa cuidadosa de afastá-la.

— Vim apenas para fazer um relatório. Se o Sr. Roberto estiver desocupado, por favor, me avise. — Falou com frieza.

Ela sabia muito bem que não tinha o direito de invadir a sala ou causar confusão. Mesmo que Roberto estivesse lá dentro com outra mulher, divertindo-se, não havia nada que pudesse fazer.

Sorriu com um toque de amargura e se virou para ir embora.

— Secretária Patrícia, assim que o Sr. Roberto estiver disponível, eu a aviso. — Disse Enzo para suas costas.

Mas Patrícia mal deu alguns passos quando se lembrou do café gelado daquela manhã.

“Se Roberto não se importasse comigo... Por que teria mandado aquele café gelado?”

Virou-se de novo, sentindo que precisava esclarece
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    — Então você com certeza sabe qual tipo de apresentação é melhor. — Disse Patrícia, elogiando com entusiasmo. — Amor, você é tão incrível. Só precisa gastar alguns minutinhos para ensinar esta funcionária burra aqui a fazer direito.Não havia jeito: quando se precisava de um homem como aquele, era necessário dizer algumas palavras doces.— Quer que eu abra uma exceção pra você, é isso? — Roberto arqueou a sobrancelha, desta vez sem disfarçar o sorriso. Sua voz ganhou um tom levemente brincalhão. — Já te ensinei: quando a gente pede um favor, tem que oferecer algo em troca.“Esse homem!”As pontas das orelhas de Patrícia ficaram coradas. Mas, pensando em como seria importante que o dia seguinte no trabalho corresse bem, ela só pôde se forçar a fazer hora extra naquela noite.Mordeu o lábio e, por fim, vencendo a timidez, se ergueu na ponta dos pés e colou os lábios suaves nos lábios finos de Roberto.Já haviam se beijado muitas vezes e, de certa forma, Patrícia começava a entender um po

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    O homem à sua frente lançou a ela um olhar indiferente. Sua voz soou grave, arrastada:— Como chefe, não é meu dever me preocupar com a carga de trabalho dos funcionários?O breve entusiasmo de Patrícia se dissipou na mesma hora. Respondeu com um “certo” distraído, sem muito ânimo:— É verdade que tenho recebido mais demandas ultimamente, mas a Srta. Priscila disse que, no fim das contas, minha comissão também será maior.— Comissão? Mesmo que dobre, será que vai cobrir seus custos médicos no futuro?A voz de Roberto veio gélida, cortante.Patrícia não soube como responder.Diferente dela, Roberto crescera cercado de conforto. Dinheiro nunca fora um problema.Mas para ela, era tudo.Se não tivesse conhecido Roberto por sorte, talvez nem tivesse como pagar pela cirurgia da avó, muito menos pelas despesas do hospital.Por isso, dinheiro era importante. Mesmo que o preço fosse a própria saúde.Ao perceber que ela não dizia mais nada, Roberto se afastou em silêncio e foi tomar banho.Patrí

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    “Na tarde seguinte...”Se desconsiderasse o tempo do almoço, Patrícia ainda teria ao menos duas horas livres. Não havia muito o que fazer, então aceitou.Secou rapidamente os cabelos e foi até a porta do quarto de Roberto.Como não havia trazido seu próprio notebook, precisaria usar o dele para trabalhar.Primeiro enviou uma mensagem pedindo autorização. Enquanto isso, leu os documentos no tablet. Mas, como Roberto não respondeu, acabou ligando.O toque durou longos segundos, até que a voz dele surgiu, fundindo-se entre o som do celular e o ambiente real:— Por que está parada na porta do meu escritório?Patrícia se virou bruscamente e o viu no topo da escada, no segundo andar. Assustada, levou a mão ao peito e se apressou em explicar:— Amor, será que posso usar seu computador? Preciso trabalhar um pouco agora à noite.— Pode. — Ele se virou, abrindo a porta do escritório. — A senha é SP1230.“SP?”Patrícia congelou por um instante.“Seria a combinação de sobrenome do Roberto e Beatri

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    Patrícia subiu apressada no metrô com o documento em mãos. Quando já estava prestes a chegar à estação de destino, o celular tocou. Era Priscila.Do outro lado da linha, havia um som alto de música. Parecia que ela estava em algum clube ou bar.— Secretária Patrícia, o Sr. Cristiano já assinou o documento?— Já sim, Srta. Priscila. Estou quase chegando à empresa. Daqui a pouco entrego pessoalmente para você.Patrícia olhou o visor, confirmou a estação e desceu rapidamente.— Ah, não precisa mais se apressar. — A voz de Priscila soou arrastada, como se dissesse apenas por dizer. — Secretária Patrícia, me desculpa, viu? Estava tão atolada de coisa que esqueci de te avisar... O pessoal do departamento de negócios não terminou a parte deles. Pode ficar com esse documento por enquanto. Me entrega só amanhã, tudo bem?Embora a fala soasse como um pedido de desculpas, Patrícia não ouviu nenhum traço real de arrependimento na voz dela.Um aperto desconfortável voltou a crescer em seu peito. Se

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