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Capítulo 5

Penulis: Árvore Florida
Leonardo não entrou em contato comigo nesses dias.

Era evidente que ele se dedicava aos preparativos do casamento com todo o cuidado.

Antes, ele nunca fazia nada por iniciativa própria, exceto quando era algo extremamente importante.

Cristiane… Era sua única exceção.

Ela me enviou inúmeras fotos.

O vestido de noiva cravejado com mais de cem pérolas do Sudeste Asiático.

O anel de diamante único no mundo.

Diante daquele festival de ostentação, meu rosto permaneceu inexpressivo.

Apenas salvei cada imagem com calma.

— Jorge, imprima todas estas fotos e coloque-as dentro da caixa, junto com o acordo de divórcio.

O mordomo Jorge assentiu.

Ele não era alguém de Leonardo.

Pertencia à família Lima e estava comigo desde que eu era criança.

Quando decidi deixar minha família para me casar com Leonardo, ele também deixou tudo para vir comigo.

Durante todos esses anos, esteve sempre ao meu lado.

Para mim, ele era praticamente um pai.

Assim que Jorge saiu, o celular tocou.

Era Leonardo, e ele parecia feliz.

— Pri, me desculpe por ter saído tão de repente da última vez. Então preparei uma viagem para daqui a cinco dias, como compensação. Tudo bem para você?

Cinco dias depois.

Exatamente a data do casamento dele com Cristiane.

Fiquei em silêncio por alguns segundos antes de responder, com voz suave:

— Você vai comigo?

Ele soltou um suspiro.

— Não posso. Nesse dia tenho algo muito importante. Mas, assim que terminar, vou te encontrar.

— Algo importante? — Ri baixinho. — Tão importante assim?

Minha pergunta pareceu irritá-lo.

O tom dele ficou frio:

— Pri, você deveria saber que eu detesto mulheres cheias de perguntas. Está decidido. Descanse cedo.

Ele desligou antes mesmo que eu pudesse responder.

Aquilo não era um presente.

Não era um pedido de opinião.

Era uma ordem.

Um aviso.

Um enfeite bonito para encobrir traição e mentira.

Virei o rosto para a janela.

A neve caía cada vez mais pesada, tão branca que já não se distinguia o horizonte.

O quarto estava silencioso, tão silencioso que o batimento fraco dentro da minha barriga parecia ensurdecedor.

Levei a mão ao ventre levemente arredondado.

Uma tristeza profunda apertou meu peito.

"Leonardo… Daqui a cinco dias, eu vou embora. Como você quer. E nunca mais volto."

Três dias depois, recebi alta e voltei para casa.

Restavam apenas dois dias para o casamento de Leonardo e Cristiane.

E, quanto mais o dia se aproximava, mais eufórica Cristiane parecia.

Ela me ligava sem parar para ostentar, exibir, provocar.

Exausta, simplesmente a bloqueei.

A partir daquele momento, fosse Leonardo ou Cristiane, qualquer coisa vinda deles, eu não queria mais receber, nem ouvir, nem ver.

Mas esse gesto pareceu atingir Cristiane como uma faca.

Ela começou a espalhar boatos, dizendo que eu a insultara, e tudo porque ela tomava o tempo de Leonardo.

Quando Leonardo me ligou para tirar satisfação, eu estava arrumando minhas malas.

— A Cris queria viajar um pouco, então eu a trouxe junto. Por que você precisa ser tão mesquinha? Priscila, peça desculpas imediatamente pela sua grosseria!

— Desculpas? — Parei de arrumar a mala. A risada quase escapou. — E por que eu pediria desculpas a ela?

— Porque ela chorou! — O berro dele veio tão alto que quase estourou o alto-falante.

Para ser sincera, raramente eu via Leonardo perder a paciência.

Apesar de cruel em seus métodos, ele costumava intimidar mais do que gritar.

E, comigo, sempre mantinha respeito.

Engoli a mágoa, tentando manter a voz calma:

— Leonardo, acredite você ou não, eu não xinguei ela. Então não vou me desculpar. E, quanto ao ciúme… Isso é ainda mais ridículo. Se fosse outra mulher, vá lá. Mas a Cristiane é sua irmã. Por que eu sentiria ciúme? Ou será que ela não te vê como irmão? Ou talvez você não a veja como irmã?

— Que absurdo você está dizendo?! — Leonardo gritou.

Era a primeira vez que eu colocava a verdade entre nós, nua e crua.

E ele… Se desesperou.

O sempre frio e autocontrolado Chefão perdeu completamente a razão.

— Priscila, não venha com jogos de palavras. Eu sabia há muito tempo que você não gostava da Cris. Você tem ciúmes dela. Por isso, se você não a agradar, eu não vou deixar isso passar.

"Não vai me deixar passar?"

Antes, quando alguém me magoava, fosse pouco ou muito, Leonardo sempre dizia:

— Qualquer pessoa que te faça sofrer… Eu não vou deixar passar.

E ele cumpria.

Aqueles que me insultavam tinham a língua cortada.

Os que ousavam pôr a mão em mim… Perdiam as duas mãos.

Ele me tratava como um tesouro.

E agora… Ele dizia que não deixaria passar se eu não agradasse Cristiane?

Sorri, amarga.

O amor realmente se desfaz num sopro.

E a linha entre amante e inimigo é fina demais.

Eu sabia o quão cruéis eram os métodos dele.

Mas jamais pediria desculpas à Cristiane.

O que eu não imaginava era que Leonardo seria ainda mais perverso do que pensei.

Ele não precisou levantar a mão.

Apenas entregou a lâmina aos empregados.

No dia seguinte, ninguém veio me acordar.

Ninguém preparou meu café.

— Cadê o café da manhã? — Perguntei, olhando para a mesa vazia.

A empregada, de braços cruzados, respondeu com arrogância:

— Ordem do Chefão. A partir de hoje, a senhora da família é a senhorita Cristiane. Somente ela terá direito a esses cuidados especiais.

Ao verem que eu fiquei em silêncio, todas começaram a rir com desprezo.

No olhar delas já não havia um traço do medo que tinham antes.

— Ah, e pensar que apostamos que você seria a favorita por pelo menos dez anos… Quem diria que, com apenas três, o Chefão já se cansou de você? Que inútil.

— Pois é. Se soubéssemos, nunca teríamos puxado o saco de um lixo como você. No fim das contas, logo logo o Chefão vai te mandar embora.

— Chega, parem. Ouvi dizer que a senhorita Cristiane está voltando. Vamos arrumar tudo depressa. E avisem a cozinha para preparar vários pratos que ela gosta.

As empregadas passaram por mim apressadas. Uma delas me deu um empurrão forte no ombro ao passar.

Segurei o pulso dela imediatamente e a joguei contra a parede.

— O que… O que você quer fazer?!

Ela arregalou os olhos, assustada.

Eu não respondi.

Apenas levantei a mão e dei um tapa estalado no rosto dela.

— O que está vendo. Estou disciplinando uma empregada.

As outras ficaram paralisadas, sem ousar emitir um som.

Eu estava prestes a sair quando, de repente, vi Leonardo parado na porta, de braço dado com Cristiane.

A expressão dele era dura e severa.

Nos olhos, nenhuma sombra de sorriso.

— Chefão, ainda bem que o senhor voltou!

A criada que eu havia esbofeteado me empurrou de lado e correu para os braços dele. Segurava o rosto inchado e chorava dramaticamente.

— Nós fizemos exatamente o que o senhor mandou… Não preparamos o café da manhã para a senhora. Mas ela nos xingou… E… E ela me bateu….

As outras concordaram uma após a outra:

— É verdade. Ela quebrou coisas, gritou com a gente… Tentamos acalmá-la, mas ela só pararia se colocássemos veneno na comida da senhorita Cristiane.

— Veneno? — Eu e Leonardo arregalamos os olhos ao mesmo tempo.

Ele não conseguia acreditar que eu pudesse ser tão cruel.

E eu não conseguia acreditar que aquelas empregadas, que antes me chamavam de senhora, com tanto respeito, agora fossem tão venenosas comigo.

Instintivamente, tentei me defender.

Virei o rosto para Leonardo:

— Não é verdade. Elas estão mentindo. Eu nunca disse isso. Foram elas que começaram a me insultar….

Mas minha frase morreu pela metade.

Leonardo me olhava com uma frieza que eu nunca tinha visto.

Aquele olhar era de um estranho.

— Você não acredita em mim? — Meu peito ardeu, como se queimasse por dentro.

Leonardo desviou o olhar e respondeu, seco:

— Priscila, eu não sou idiota. Ninguém conhece meus subordinados melhor do que eu. Elas jamais te insultariam. Nem sequer levantariam a voz para você.

Fiquei olhando para ele, vazia por dentro.

E, de repente, eu ri.

"Leonardo, você realmente é o mesmo de sempre. Arrogante e cheio de certezas.

Antes, eles de fato me tratavam assim.

Porque você me amava.

Mas agora… Com todos comentando sobre você e Cristiane, eu já não era, há muito tempo, a senhora deles."

Suspirei e me virei para sair.

Mas, atrás de mim, ouvi a voz doce e trêmula de Cristiane:

— Cunhada, você ainda está chateada porque eu acompanhei o Léo na viagem? Eu já expliquei tantas vezes… Eu e o Léo somos inocentes. Por que você não acredita? Com tudo isso, nem consigo imaginar o que as pessoas vão pensar de mim… Ou do Chefão… Sendo que nós… Nunca fizemos nada.

Cada palavra dela era mel envenenado.

Exatamente o que Leonardo precisava ouvir.

Ele franziu o cenho na mesma hora.

— Priscila, eu só queria te dar uma pequena punição. Mas você deixou a situação fugir do controle, até inventar que queriam envenenar minha irmã. Já que é assim, vá refletir no segundo subsolo. Quando parar de imaginar coisas, você sai.

Fiquei parada no lugar, incapaz de acreditar no que ouvira.

Leonardo queria me prender?

Por causa de Cristiane?

Não.

A compreensão veio rápida, fria e cortante.

Ele só queria me manter longe para que eu não descobrisse o casamento que aconteceria em dois dias.

Trancafiar-me era um método muito mais eficiente do que me mandar viajar.

Mas ninguém mais parecia perceber isso.

Eles apenas achavam que Leonardo finalmente tinha me abandonado.

Os olhares das criadas ficaram ainda mais cheios de desprezo.

Até Cristiane, sem entender nada, falou com aquela falsa delicadeza:

— Irmão, tratar a cunhada assim não é muito duro?

Dessa vez, Leonardo nem lhe deu atenção.

Chamou os seguranças diretamente, ordenando que me levassem.

Eu permaneci imóvel.

Não lutei.

Apenas ergui os olhos e encarei Leonardo, fria e impassível.

— Tenho só mais uma pergunta. Depois disso, eu vou.

Ele pareceu hesitar por um segundo, talvez estranhando minha calma.

— Pergunte.

Respirei fundo.

E, olhando diretamente para ele, soltei:

— Quero saber… Cristiane é sua família? Ou é… A sua mulher?
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