LOGINAgora, o único motivo que me faria querer ver Augusto seria para resolver os papéis do divórcio.Fora isso, eu realmente achava que não havia necessidade de nos encontrarmos. E, sinceramente, eu não queria vê-lo.Por isso, perguntei:— Augusto vai?Ao ouvir minha pergunta, Maria ficou visivelmente hesitante e respondeu, meio desconcertada:— Eu... Nós não convidamos o Augusto. E, olha, não comenta nada com ele, tá bom? É só você vir.Eu fiquei levemente intrigada. Meus pais sempre foram tão simpáticos com Augusto, e ele já tinha ajudado tanto nos negócios da família Lins. Pelo jeito deles, seria natural convidá-lo. Não fazer isso parecia estranho.Mas, já que Maria confirmou que Augusto não iria, eu concordei:— Tudo bem, mãe. Eu vou à festa hoje à noite....No início da noite, escolhi um vestido discreto e elegante e dirigi até a casa da família Lins. Quando cheguei, o estacionamento já estava cheio de carros.Senti uma pontinha de felicidade por eles, afinal, fazia muito tempo que a
Grace balançou a cabeça e disse:— Na verdade, o quarto da Alice tinha câmeras de segurança no início. Mas depois ela disse que não gostava de ser vigiada e chegou a fazer greve de fome para que fossem retiradas. O Sr. Augusto acabou atendendo ao pedido dela e mandou remover as câmeras. Por isso, não sabemos o que aconteceu exatamente naquele dia.Eu perguntei:— Ela não tinha problemas psicológicos? Mas, pelo que você descreveu, ela parecia ter um raciocínio bem claro.Grace respondeu:— O estado mental da Alice oscilava muito. Às vezes, ela parecia estar bem lúcida. Nós já estávamos acostumados com isso.Pensando no brinco que eu tinha encontrado, perguntei com cautela:— Os pertences dela foram organizados?Grace assentiu.— Sim, os pertences dela foram entregues à família. Ela tinha uma irmã que, pelo que soubemos, é uma grande estrela no país de vocês. Essa irmã guardou tudo o que era dela. Disseram que foi para evitar que o Sr. Augusto visse os pertences e ficasse ainda mais abal
O nome que o atendente me disse me deixou completamente atônita.— Alice? Você está dizendo que o dono desse brinco é Alice?Eu confirmei, incrédula.O atendente fez que sim com a cabeça e explicou:— Isso mesmo. Pelo código gravado nos diamantes, essa peça foi comprada aqui há quatro anos pela Alice.Saí da loja, e o sol forte do lado de fora parecia me cegar. No entanto, eu sentia um frio percorrer todo o meu corpo.Por que aquela mulher estava com os brincos de Alice?Será que alguém roubou os brincos após a morte de Alice? Ou será que Alice nunca morreu?Mas os documentos que o detetive particular tinha me enviado mostravam que Alice ficou paraplégica depois de um acidente.A mulher que eu vi ontem à noite, no entanto, corria com passos leves e ágeis. Nada nela indicava que fosse uma pessoa limitada fisicamente.Determinada a descobrir a verdade, no mesmo dia comprei uma passagem para o Reino Unido. Usando o endereço que o detetive particular tinha me dado anteriormente, fui até o
Eu não perguntei mais nada. Pelo menos ele não voltou atrás, e isso já era melhor do que eu esperava.Mais tarde, Augusto simplesmente mandou o motorista me deixar no meio do caminho....Quando cheguei em casa, lavei os lençóis e cobertores, e depois fiz uma faxina completa no apartamento. Quando terminei, já estava quase anoitecendo.Depois do jantar, fui visitar minha mãe no centro de reabilitação.Ultimamente, eu tinha passado tanto tempo no hospital cuidando de Augusto que fazia muito tempo que eu não visitava minha mãe.O centro de reabilitação era incrivelmente silencioso à noite. Nos corredores, eu conseguia ouvir o som dos meus próprios passos ecoando.O quarto da minha mãe ficava no final do corredor. De longe, vi uma figura magra, vestida com um casaco comprido, inclinada para frente, espiando pela porta entreaberta.Eu parei e perguntei:— Com licença, quem é você?A mulher se virou bruscamente, como se tivesse levado um susto. Ela usava chapéu, máscara e óculos escuros, o
— Cláudio. — Eu o interrompi, respirando fundo antes de continuar. — Isso já ficou para trás. Nós somos apenas amigos. Você já fez o suficiente por mim.Eu temia que, em um momento de impulso, ele acabasse tomando alguma atitude impensada.Cláudio perguntou:— Você contou para o Augusto? Ele sabe que você perdeu outro filho por causa dele?Eu respondi com calma:— Ele não sabe.Cláudio me olhou, e seus olhos estavam cheios de incompreensão.— Você sofreu tanto, e ele simplesmente foge de tudo isso sem carregar nenhuma culpa? Como ele pode?Eu respirei fundo, tentando conter a tristeza que me consumia por dentro.— O que ele vai fazer da vida dele daqui para frente não tem mais nada a ver comigo. Eu não quero mais nenhum tipo de ligação com ele, e também não preciso que ele sinta culpa por mim. Assim que você for embora, vou pedir o divórcio.Cláudio pareceu entender algo e me encarou com firmeza.— Débora, eu vou voltar.— Não volte. — Eu o aconselhei. — Fique bem fora do país. Desta v
Eu reprimi o incômodo que pesava no meu peito e disse:— Não importa mais que tipo de pessoas são Glória e Cláudio. De qualquer forma, você já os obrigou a sair do país. Com a distância que vão ter agora, eles não representam mais nenhuma ameaça para você.O olhar de Augusto pousou no meu rosto, com uma sutileza afiada que quase passava despercebida.— Eu os mandei embora, e você ficou triste?Uma chama de raiva subiu rapidamente dentro de mim, e eu o encarei friamente.— E o que importa se eu fiquei ou não? Quando você traiu o nosso casamento, quando anunciou publicamente o seu relacionamento com a Mônica, ou ontem à noite, quando me deixou sozinha? Por que você não perguntou se eu estava triste nessas horas?O olhar de Augusto escureceu, e o ar ao nosso redor pareceu congelar.Eu respirei fundo e engoli as palavras que estavam prestes a sair: “Além disso, eu nunca tive nada com o Cláudio.”Ele não merecia nenhuma explicação minha....Dois dias depois, o médico veio fazer a última vi







