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Capítulo 3

Penulis: Sra. Deep
Três anos de casamento, e, nesse tempo todo, Cristiano podia contar nos dedos as vezes em que voltara para casa.

Por isso, quando Tatiane o viu ali, parado na porta do quarto, ficou completamente surpresa.

— Você... Voltou? — Perguntou, ainda atônita.

Em seguida, apressou-se em explicar:

— Não é que eu ache que você não devesse voltar. Esta é a sua casa, claro que pode. — Hesitou por um instante, nervosa. — O banheiro... Eu quase não uso há tempos. A cama também. A Renata e as empregadas limpam e desinfetam todos os dias.

Enquanto falava, Tatiane se lembrou de algo.

Daquela vez em que Cristiano também vestia um terno preto, ela o segurara pelo punho, apenas um gesto instintivo.

Depois disso, ele jogara o terno fora.

Desde então, ela nunca mais o tocara, nem tocara em qualquer coisa que lhe pertencesse, a menos que fosse inevitável.

Agora, ao explicar-se, só queria evitar que ele se sentisse desconfortável caso resolvesse dormir ali naquela noite.

Afinal, fazia muito tempo que ela própria não dormia no quarto principal.

Preferia o quarto de hóspedes ao lado.

Cristiano ouviu todas as explicações em silêncio.

Tirou o paletó e o jogou displicentemente no sofá.

Com receio de atrapalhá-lo, Tatiane deu dois passos para o lado, abrindo caminho.

Ele não disse nada.

Quando ela se virou para sair com os frascos de cosméticos nos braços, a voz fria dele cortou o silêncio.

— Conseguiu os documentos?

Tatiane parou e olhou para ele.

Assentiu.

— Sim. Meu avô me entregou a certidão. Acredito que, da sua parte, não será difícil resolver.

"Sua parte. Meu avô."

Ela nunca falava assim antes.

Mas, como Cristiano sempre fazia questão de separar, aprendera a seguir o mesmo tom.

Ela sabia, todos sabiam, que ele amara Mariana.

E, pensando bem, amava de verdade. Todas as mulheres que passaram pela vida dele depois se pareciam, de alguma forma, com ela.

Ele a amava tanto que qualquer tentativa de Tatiane em insistir naquele casamento parecia falta de dignidade.

Cristiano lançou a ela um olhar breve e distante.

Com um gesto lento, afrouxou o colarinho da camisa.

A clavícula surgiu, o pescoço longo e tenso.

O ar de descaso e arrogância parecia natural nele.

— Então... Vou pro quarto ao lado. — Disse Tatiane, por fim, a voz baixa, quase num sussurro.

Ao abrir a porta, deu de cara com Renata, literalmente encostada à porta, ouvindo.

Tatiane ficou muda por um instante.

Renata endireitou o corpo num sobressalto e forçou um sorriso constrangido.

— Sra. Tatiane... — Disse em voz baixa, antes de sussurrar. — A Sra. Lorena acabou de ligar. Pediu pra eu lhe dizer pra aproveitar bem a oportunidade.

Depois acrescentou rapidamente:

— Já está tarde. Não vou atrapalhar o descanso de vocês.

Antes que Tatiane pudesse reagir, Renata fechou a porta por fora.

Tatiane ficou parada ali, sem saber se entrava ou saía.

Suspirou e, depois de alguns segundos, virou-se para Cristiano.

— Acho melhor eu ir pro outro quarto mais tarde. — Disse, cautelosa.

Ele não respondeu.

Sem camisa, revirava as prateleiras do closet, indiferente.

Ignorar o que ela dizia, não atender suas ligações, não responder às mensagens.

Tatiane já estava acostumada.

Três anos de casamento.

Três anos de silêncio.

Três anos de uma violência muda, que já não doía. Apenas pesava.

Imaginando que ele procurava o pijama, Tatiane pousou os cremes e sabonetes no sofá.

Entrou no closet e abriu a porta de outro armário.

— Suas roupas de dormir ficam deste lado. — Disse, em voz calma.

Mas não se atreveu a tocá-las.

Nem a ajudá-lo.

Não tocava mais em nada que fosse dele.

Cristiano se virou, pegou o pijama sem sequer olhar para ela e foi direto para o banheiro.

Quando ouviu a porta do banheiro fechar, Tatiane soltou o ar lentamente, como se, por um instante, se libertasse da pressão invisível que a envolvia.

O quarto parecia encolher ao redor dela.

E, por um motivo que nem ela compreendia, sentia-se como se tivesse uma dívida impagável com Cristiano.

Por alguns minutos, o quarto ficou em silêncio.

Quando Cristiano saiu do banho, vestia um pijama cinza-escuro.

Os cabelos ainda úmidos, ele os secava com a toalha. O corpo relaxado, o olhar preguiçoso.

Então viu Tatiane sentada no sofá, de pernas cruzadas, o notebook no colo, concentrada no trabalho.

O olhar dele se estreitou.

Não esperava que ela realmente tivesse conseguido a certidão de casamento.

E, ainda assim, ali estava ela, trabalhando como se nada tivesse acontecido, como se o cargo de vice-presidente valesse mais do que o próprio casamento.

Será que ela teria mesmo coragem de deixá-lo?

Tatiane nem notou sua presença.

Parecia ter esquecido que ele estava em casa.

Só quando ouviu seus passos cruzando o quarto é que levantou os olhos, surpresa.

Fechou o notebook e se levantou depressa.

— Acho que a Renata e as outras já foram dormir... Então, eu também vou. Boa noite.

Deu dois passos e, de repente, as pernas falharam.

Acabou voltando a cair no sofá com um gemido leve.

Inclinou o corpo para a frente e massageou a panturrilha.

A camisola de algodão escorregou levemente dos ombros, revelando a pele clara, macia, luminosa.

Havia nela algo inocente e, ao mesmo tempo, provocante.

Pura e tentadora.

O olhar de Cristiano escureceu.

Divórcio?

Ela queria se divorciar?

Ou era só mais um jogo, uma forma de fazê-lo baixar a guarda?

Ela levantou o rosto e disse, num tom envergonhado:

— Minhas pernas adormeceram.

Cristiano a fitou, frio, impassível.

De repente, atirou a toalha na direção dela.

O pano atingiu seu rosto.

A umidade ardeu contra a pele.

— Tatiane, que tipo de joguinho é esse agora? — A voz dele saiu cortante.

A toalha escorregou do rosto de Tatiane e caiu no chão.

Ela ficou imóvel por um momento.

Depois, abaixou-se devagar, pegou a toalha e se levantou com dificuldade, ainda mancando.

Sua voz saiu baixa e calma, porém firme.

— Cristiano, pode ficar tranquilo. Eu não tô jogando nada. Eu vou me divorciar.

Nos primeiros tempos de casamento, Tatiane era louca por Cristiano.

Tinha apenas vinte anos e fazia de tudo para agradá-lo.

Tentava provocá-lo, preparava sopas leves, aprendia a fazer café do jeito que ele gostava.

Tudo em sua vida girava em torno dele.

Cristiano era o centro do seu mundo.

Mas agora...

Agora ela simplesmente não tinha mais essa disposição.

Mancando levemente, passou por ele a caminho da porta.

Notou o olhar de Cristiano, repleto de desprezo.

Por um instante, seu semblante se apagou.

No quarto de hóspedes, Tatiane encostou as costas na porta fechada e ficou ali, parada, sem saber se respirava ou chorava.

Depois de alguns segundos, soltou um riso curto e amargo, de quem já se acostumou à dor.

O aperto no peito logo desceu para o estômago.

Uma dor conhecida.

Ela franziu o cenho, levou a mão ao abdômen e ficou ali, tentando aquecer a própria pele até o desconforto aliviar.

Quando a dor diminuiu, sentou-se na beira da cama, exausta.

As crises de dor e enjoo vinham se repetindo havia algum tempo.

No dia seguinte, foi ao hospital.

Fez alguns exames.

O médico disse que não havia nada de grave, e ela não deu importância.

Pegou o carro e voltou direto para a empresa.

Assim que saiu do elevador, ouviu uma voz familiar chamando.

— Tati!

Tatiane levantou o olhar.

Mariana, vestindo um tubo vermelho, caminhava em sua direção com um sorriso radiante, o perfume se espalhando pelo ar.

— Mariana. — Cumprimentou Tatiane, educadamente.

Mariana se aproximou, avaliando-a dos pés à cabeça com um sorriso amistoso e levemente provocante.

— Faz anos que não te vejo, Tati. Você cresceu tanto... E está cada vez mais bonita.

Tatiane retribuiu o sorriso, serena.

— E você, Mariana, está ainda mais linda do que antes.

Mariana e Cristiano tinham a mesma idade, três anos a mais que Tatiane.

Ela não crescera com eles.

Por causa da diferença de origem, sempre fora apenas uma figura periférica naquele círculo social.

Antigamente, Cristiano ainda a incluía nas brincadeiras, às vezes a levava junto.

Com o tempo, isso também acabou.

Hoje, a única com quem Tatiane mantinha laços era Karine.

Andava sempre com ela, e só com ela.

— Tati, você ainda não almoçou, né? Vamos comer juntas. — Disse Mariana, com um sorriso de quem já sabe a resposta.

— Não precisa, Mariana, eu ainda vou... — Começou Tatiane.

Mariana a interrompeu com uma risada leve.

— Ah, Tati, não começa com essa formalidade. Encontrei sua secretária há pouco, ela disse que você andou passando mal do estômago e foi ao hospital. Mulher, você precisa se alimentar. Se não comer direito, como vai trabalhar direito? Vamos lá.

Sem esperar resposta, segurou a mão dela com gentileza insistente.

Tatiane não teve coragem de recusar.

Ninguém recusa um convite quando a outra pessoa está sorrindo.

No restaurante, Mariana serviu-lhe café com um ar de intimidade calculada.

— O Cris tem um temperamento difícil... Imagino como deve ter sido duro pra você nesses anos.

— Foi tranquilo. A gente quase não se vê, então não há motivo pra sofrimento. — Tatiane deu um leve sorriso.

Mariana estava sondando.

Mas Tatiane não se deu ao trabalho de alimentar o jogo.

No fim das contas, sabia muito bem qual era o papel de cada uma.

Cristiano e Mariana eram o casal principal.

Ela, apenas coadjuvante.

E não via sentido em disputar um palco que nunca fora seu.

Mariana terminou de servir o café e pousou a jarra com delicadeza.

— Mas, Tati, você sabe que fugir das coisas não resolve nada. O que pretende fazer agora?

Tatiane levou a xícara aos lábios, tomou um pequeno gole e respondeu com calma.

— Eu e o Cristiano vamos nos divorciar. Meu avô já me entregou os documentos. Do lado da família Pereira, acho que não haverá obstáculos.

Cristiano não queria mais aquele casamento.

E, agora, ela também não queria mais.

Mariana soltou um suspiro leve.

— Ah... Nesse caso, a culpa também é um pouco minha. Se naquela época eu não tivesse escondido certas coisas, talvez vocês não estivessem passando por isso. Mas, enfim... Vocês não têm filhos, e isso facilita tudo. Sem filhos, você continua sendo uma menina, livre. Não precisa se preocupar.

— É, verdade. — Tatiane sorriu, serena.

Enquanto conversavam, Mariana levantou os olhos e acenou discretamente para alguém atrás de Tatiane.

— Cris. Aqui.

Tatiane virou-se.

Cristiano caminhava em direção a elas.

Terno azul-marinho, postura impecável, expressão confiante.

Ele parecia atrair todos os olhares sem esforço algum.

Onde chegava, o resto do ambiente perdia o brilho.

Mas, quando seus olhos encontraram Tatiane, seu semblante mudou.

Um leve endurecimento atravessou sua expressão, quase imperceptível, mas real.

Tatiane, por sua vez, ficou visivelmente desconcertada.

O ar pareceu pesar entre os três.
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