Jogo a câmera na pia e ligo a torneira, água invade o aparelho e o danifica, ainda estou tremendo de nervoso com tudo o que tinha acabado de acontecer, não sei como consegui fazer tudo aquilo sozinha, acho que o meu bebê tinha me dado forças para prosseguir forte.
_Carolina, podemos conversar? Quero pedir desculpas, eu passei dos limites..._ o loiro do banheiro batia freneticamente na porta do banheiro me pedindo para ouví-lo, mas isso era a última coisa na face da terra que eu gostaria de fazer.
_eu estou pouco me fodendo para as suas desculpas, se você realmente se arrepende, me deixa em paz! Eu não quero olhar na sua cara por um bom tempo!_ grito e ele finalmente para de bater na maldita porta, num ataque de fúria, pego a câmera e começo à apunhalar o canivete na sua tela já desligada.
Retiro o chip de memória e o
Luigi me pergunta algo, mas estou atenta demais na cena a nossa frente. Fiorella estava brava porque Lucca interrompera sua sessão de fotos com Aurora, aparentemente a filha da Giulia tinha herdado sua obsessão por fotografar e ficava a coisa mais fofa brava. As mãozinhas juntava as pontas dos dedos e sacudiam com velocidade, enquanto as palavras saiam diretas.No fundo, mais especificamente debaixo da mesa dos aperitivos, Tomás se escondia com Chiara e polenguinho, ambos dividindo um prato enorme de bem-casado. Matteo andava pelo espaço procurando a filha sumida, Mari se juntava a uma conversa super animada entre minha mãe, Cassandra e Laura. O resto dos convidados curtiam o vinho e dançavam levemente.Me senti em casa, como um final de festa onde ninguém quer ir embora, onde a conversa é fácil, onde um puxa o outro e logo estão três dançando desajeitados, onde um sempre causa risada em outro e onde você se sente uma peça encaixada no quebra-cabeça montado. Não falta ninguém, não fal
Um ano depois...Eu deveria estar brava por estragarem um vestido tão caro, entretanto me desmonto diante desses pares de olhinhos verdes suplicantes. Solto um longo suspiro, ultimamente vinha dando muitos suspiros e fazendo muitas contagens até dez. E me agacho para ficar na altura dos gêmeos segurando uma caixa branca, como sinal de paz por terem tirado a paciência da mamãe, outra vez.- Desculpa mamma - eles dizem em uníssono, o que quebra qualquer argumento e qualquer resquício de vontade de lhes dar uma lição de moral - não vamos mais correr em lugares inóspitos - diz Aurora.- É impróprios, stupido - repreende Tomás, ganhando uma careta da irmã.- Ei, sem caretas e sem xingamentos. Peçam desculpas, agora - cruzo meus braços para demonstrar que não arredaria o pé daquele banheiro sem minhas vontades obedecidas. Logo, os dois pedem desculpas e se abraçam a contragosto.Por mais que me estresse com as suas brincadeiras, com o comportamento de Tomás e o temperamento de Aurora, eles
Três anos depois...Deixo a porta do quarto de Tomás entreaberta e em passos cautelosos passo por Luigi no corredor, como sempre ele me intercepta para roubar um beijo e como sempre dou um tapa no seu braço antes de entrar no quarto de Aurora.Um quarto com paredes amarelas, móveis brancos, bichinhos de pelúcia coloridos abarrotando as prateleiras e estrelinhas brilhantes grudadas no teto. Muito diferente do quarto do irmão que preferia as paredes azul escuro, móveis de madeira escura e brinquedos motorizados. Mas sem dispensar as estrelinhas brilhantes no teto, tinha sido a única coisa em comum nos quartos dos gêmeos.Me aproximo da pequena cama com cercadinho, onde a minha menininha estava quase pegando no sono. Acaricio os cabelos ondulados, dando vários beijinhos nas suas bochechas fofinhas até que caia no sono profundo. A parte mais difícil foi feita por Luigi, enquanto eu tinha cuidado do menininho elétrico. Era nosso acordo, cada um levava um gêmeo para a cama e antes que caiam
- É uma menina! Uma Marianinha! Eu gostaria tanto de vê-la pessoalmente, mas o voo atrasou e nem consegui chegar na Itália - minha mãe fala alegre, do outro lado da chamada de vídeo até seu tom mudar drasticamente - que história é essa que a senhorita continuou trabalhando mesmo estando proibida?Mariana estava com o celular na mão falando com ela, ou melhor, levando uma bronca enquanto eu segurava a recém-nascida nos braços. Mesmo grávida, ela teimou em continuar trabalhando então o esporro era bem merecido. Quando chegamos às pressas no hospital, Mari já havia dado a luz e Matteo parecia desfocado da realidade. Meu italiano gato achou melhor levá-lo para se acalmar na cafeteria, o loiro do banheiro estava mais pálido do que o normal, como se fosse desmaiar. Acho que a ficha finalmente caiu.Tinha acontecido tantas coisas nesse ano que se passou, hoje deveria ter sido apenas uma festa de aniversário infantil e agora estou segurando a filhinha da minha melhor amiga. O mundo não dá vol
Estava uma tarde fria de outono, o vento fazia com que os galhos secos soltassem folhas amarelas sobre as lápides ao redor. Algumas bem cuidadas e outras esquecidas. Meu italiano gato se agacha na frente da nova lápide com o nome de Bárbara Alessa Ferraza e deixa um buquê de rosas brancas, de lado uma pequena lápide com o nome recentemente gravado, Aurora. Luigi retirou uma rosa do buquê e o colocou sobre a pequena lápide.Me agacho e deixo um pequeno lencinho com o nome que Bárbara colocaria em sua filha, se ela existisse. Aconteceu tudo muito rápido, Luigi aproveitou a guarda baixa da loira para salvar nossos filhos mas ninguém imaginaria que ela tiraria sua vida ali. Quando pediu perdão por tudo o que tinha feito, percebi de cara que não estava bem da cabeça. Tinha o olhar perdido e parecia pertubada, oca por dentro após a morte da irmã.Luigi estava de costas, tinha respondido com sinceridade e alívio o tão sonhado "sim" dela. Ele não viu quando a garrucha foi posicionada ao lado
- Fique longe dos meus filhos, sua maluca! - Carolina abre a porta de supetão e fica imóvel quando percebe o que tenho em minhas mãos. Luigi toma a frente, considerando a garrucha e guiando sua noiva para atrás de si. Vê-lo protegendo-a de mim, me faz questionar o quanto tudo havia mudado.O meu Ézio, outrora nunca duvidaria de um ato meu, ele me conhecia e confiava até de olhos vendados. Me senti insultada, o que essa Carolina fez com a sua cabeça? Ela o tinha manipulado como bem pretendia, ela assim como todos roubou Luigi de mim.- Bárbara, abaixe a arma e vamos conversar, por favor - seu tom era contido, mas eu o conhecia muito bem para saber que estava furioso comigo - por favor, eu te conheço e você não é assim...- Assim, como? - estreito os olhos - como a Raquel, iria dizer? - Não, não. Você é diferente, não é o tipo de pessoa inconsequente...- Se realmente me conhecesse, não duvidaria - retruco.- Bárbara, você está segurando uma arma apontada para os meus filhos e espera q