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Capítulo 3

Penulis: Garota em Devaneios
A respiração dele ficou ofegante.

— Érica... — Ele chamou meu nome, a voz rouca.

No instante em que ele ia erguer o braço para me abraçar, eu, totalmente alheia ao que estava acontecendo, já tinha me afastado, ainda puxando o cobertor para cobri-lo melhor. Enfiei debaixo das cobertas tanto a mão que ele estava levantando quanto a cauda inquieta que não parava de balançar. Com medo de que ele pegasse um resfriado, ainda o avisei cheia de falsa seriedade:

— Comporte-se. Nada de ficar se mexendo. E não chute o cobertor, ouviu?

Alan ficou em silêncio, fechou os olhos, como se tivesse perdido a vontade de viver.

Depois que apaguei a luz, virei de costas para ele e me deitei. Peguei o celular e, com o coração apertado, abri o chat do atendimento ao cliente.

[Olá, dono da loja. O meu íncubo está um pouco estranho]

O atendente respondeu: [Prezada, se houver qualquer problema básico de criação, você pode consultar o Manual de Criação de Íncubos]

[Ah, peço desculpas, esqueci de enviar o manual da última vez]

Respondi, desanimada: [Tudo bem. Mas acho que o manual não vai resolver. Tenho quase certeza de que meu íncubo está doente, muito doente]

O atendente ficou preocupado: [Pode descrever os sintomas dele?]

[Ele fica ronronando, a temperatura está muito alta, e fica me encarando com um olhar sofrido.]

[Isso é normal. Significa que ele gosta muito de você]

Fiquei surpresa: [É normal? Eu achei que fosse porque fiz ele fazer as tarefas de casa todos os dias. Pensei que ele tinha ficado doente por cansaço]

O atendente ficou perplexo: [Tarefas de casa? Espera, você mandou seu íncubo fazer as tarefas de casa?]

Fiquei confusa: [Ele não foi feito para isso? No panfleto dizia que os íncubos são muito competentes, bons no que fazem, que podem trazer felicidade extrema diariamente aos humanos]

[Isso explica tudo. Não é à toa que o seu íncubo está assim]

O atendente parecia querer dizer mais, mas não conseguiu.

Fiquei nervosa de novo: [Então ele está doente?]

[Prezada, ele não está doente. Ele está com fome]

[Com fome? Mas ele come bem todos os dias]

Eu realmente não entendi.

O atendente perdeu a paciência e mandou uma enxurrada de mensagens: [Não é fome de comida. É fome de querer beijar você ou fazer alguma outra travessura]

[Íncubos não foram feitos para ajudar com tarefas domésticas, e sim para ajudar os humanos a aliviar os seus desejos]

[Ou seja, o seu íncubo está sedento e faminto por você. Mas seduzir alguém que não percebe que está sendo seduzida é difícil, não é?]

E ainda mandou um emoji com sorriso amarelo.

Faminto por mim?

Sedento?

Meu Deus?

Corri para ler, pela primeira vez, o Manual de Criação de Íncubos, do começo ao fim. Quando terminei, fiquei muda. Então íncubos não eram para ajudar nas tarefas de casa. O "competente" e "dá conta do recado" era outro tipo de "competente" e "dá conta do recado".

Olhei para trás e o íncubo que supostamente estava dormindo agora estava acordado. Ele me encarava ressentido, e os olhos mostravam coraçõezinhos. A cauda dele, quase tocando minha cintura por cima do cobertor, roçava de leve. Tão suave que eu não tinha notado antes.

Ao me virar, Alan se assustou, escondendo depressa a cauda. Mas não aguentou por muito tempo e deslizou devagar de volta, se aproximando e me chamando pelo nome baixinho. A voz grave soava como um doce que derretia na boca. Clara e pegajosa.

— Senhora, eu estou sofrendo.

Fiquei em silêncio. Dias atrás ele também disse isso. Também me chamou de "senhora" assim, do mesmo jeito meloso. Mas eu achei que ele estivesse dengoso por causa do resfriado. Na época, preocupadíssima, até fiz ele tomar vários chás. Aparentemente atenciosa, mas, na verdade, cruel.

Até funcionou. Ele não me chamou mais naquela noite, mas ficou com uma expressão escura e esverdeada, parecendo um cachorro emburrado.

Mas agora, lembrando do que o atendente disse, senti a culpa me invadir e pigarreei baixinho.

— Você quer dormir comigo, aqui dentro? — Disse levantando meu cobertor.

— Quero. — Alan ficou surpreso e respondeu, com a voz rouca.
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