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Capítulo 2

Author: Perilla
Virei-me para encontrar o olhar atento de Tony e baixei o celular com calma.

— É uma sobrinha distante que foi traída pelo namorado.

Tony estudou meu rosto de perto.

Só quando confirmou que não havia nada de estranho é que relaxou. Então, puxou-me para seus braços, apoiando o queixo no topo da minha cabeça.

— Claire, não se preocupe. Eu vou ser o melhor marido. Nunca vou te decepcionar.

Apoiei-me em seu peito firme, ouvindo o batimento cardíaco que eu conhecia tão bem, mas que agora parecia tão estranho.

Minha voz saiu baixa ao perguntar:

— E se? E se um dia você me trair?

Os braços de Tony se apertaram na mesma hora, quase a ponto de quebrar os ossos.

— Não existe "e se". — Sua voz era firme.

— Você é a única que eu amo.

— Eu estou dizendo e se... — Repeti, sem deixar o assunto morrer.

Ele ficou em silêncio. Seu hálito quente tocou meu ouvido, carregando uma certa crueldade suave.

— Então me puna. Faça-me te procurar até os confins da terra e, mesmo assim, nunca te encontrar.

— Claire, você é minha única fraqueza. Minha linha de vida. Sem você, como eu iria viver?

Sorri, embora o sorriso não chegasse aos olhos.

Bem, o castigo de Tony já estava a caminho.

Em três dias, eu o faria implorar por misericórdia, e ele perderia sua vida completamente.

Nesse momento, uma voz feminina clara e doce soou:

— Sr. Gambino, seu pedido está pronto.

Era Sasha, minha suposta assistente pessoal e o novo brinquedo favorito de Tony.

Ela vestia um uniforme de serviçal e segurava uma bandeja, parada respeitosamente a uma pequena distância. Sua postura era modesta e profissional, completamente diferente da "selvageria na cama" que Tony havia mencionado mais cedo.

Tony apenas lhe deu um breve aceno e a dispensou.

Observando a maneira perfeita como os dois se coordenavam, tudo o que senti foi nojo.

Um herdeiro da máfia e sua amante.

Com uma atuação tão impecável, era uma pena que não fossem para a indústria do entretenimento.

Se não fosse por aquele celular escondido, eu poderia ter acreditado que vivia em um conto de fadas até o dia da minha morte.

Tony de repente cobriu meus olhos com a palma da mão, sua voz baixa e afetuosa:

— Claire, feche os olhos. Sua surpresa de aniversário chegou.

— Cinco… quatro… três…

Quando o último número caiu, ele tirou a mão.

Não havia fogos de artifício ou rosas.

Em vez disso, um de seus homens de maior confiança estava ajoelhado sobre um joelho, segurando uma caixa de veludo com as duas mãos.

Dentro havia uma pistola prateada Browning, incrustada com pequenos diamantes, brilhando fria e intensamente sob a luz.

Tony envolveu meus braços por trás e guiou minha mão para erguer a arma.

— Claire, a partir de hoje, você compartilha do meu poder. Esta arma é o seu cetro. Se alguém te desrespeitar, mate-o com isto.

Baixei os olhos para a arma, levemente atônita.

Cinco anos atrás, ele me segurou da mesma forma ao me entregar uma xícara de leite quente, dizendo que me protegeria para sempre.

Agora, me dava uma arma, dizendo que compartilharíamos do seu poder.

Tony me virou e me encarou com profunda afeição. Quando estava prestes a me beijar, o celular dele tocou.

Ele franziu a testa, e irritação passou por seus olhos.

— Eu disse que não queria interrupções esta noite.

Porém, no instante em que viu a tela, sua expressão congelou por um segundo.

Pelo canto do olho, vi o identificador de chamada.

Não havia nome, só um coração grande e brilhante.

Tony pigarreou e desligou a tela sem dizer nada, mas seus dedos mexiam discretamente dentro do bolso.

Eu vi claramente o breve brilho de desejo em seus olhos.

Nada surpreendente.

Quando ele levantou o rosto novamente, sua expressão estava cheia de culpa.

— Claire, me desculpe. Eu sei que é seu aniversário, e eu devia ficar com você. Mas surgiu algo urgente com a família…

Sem querer ouvir suas desculpas patéticas, eu o interrompi.

— Vá. Negócios são importantes.

Tony claramente ficou aliviado.

Normalmente, ele me daria um beijo profundo antes de sair.

Desta vez, deu apenas um beijo rápido na minha testa antes de se afastar com passos longos.

Fiquei onde estava, observando suas costas sumirem pelo corredor.

Então me virei e caminhei em direção à sala de vigilância da mansão.
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