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Não Sou Guardiã do Meu Irmão
Não Sou Guardiã do Meu Irmão
Author: Esmeralda Ganha

Capítulo 1

Author: Esmeralda Ganha
— Senhorita, pare de fazer todo mundo perder tempo e pague logo a conta.

O tom da gerente era afiado e condescendente, como se tivesse certeza de que eu estava tentando conseguir uma refeição de graça. Alguns olhares curiosos vieram das pessoas ao redor. Franzi a testa, sem querer desperdiçar meu tempo com algo tão ridículo. Peguei o celular para ligar para meu irmão mais novo, Dennis White. Tudo o que ouvi foi o sinal de ocupado. Tentei de novo, mas nada. Era dia de trabalho. O que aquele pirralho podia estar fazendo? Guardei o celular e encarei a mulher insistente nos olhos enquanto repetia, palavra por palavra:

— Vou dizer mais uma vez. Meu nome é Theresa White. Sou a irmã mais velha de Dennis. Se não conseguir falar com ele, é só verificar a conta dele. Minha foto e minhas informações estão todas vinculadas ao cartão dele.

Achei que essa fosse a forma mais direta e eficaz de resolver tudo.

No entanto, ao ouvir meu nome, a gerente nem se deu ao trabalho de conferir. Em vez disso, soltou uma gargalhada alta, atraindo ainda mais atenção. Ela se inclinou de repente, e cochichou para que só nós duas ouvíssemos:

— Ainda fingindo? Já vi seu rosto nas redes sociais do meu amor, o Dennis! Você é só uma bruxa sem vergonha, se esgueirando com o meu homem! E agora tem a cara de pau de aparecer aqui e querer pôr a refeição na conta dele? Que tipo de mulher sem noção é você?

Por um momento, fiquei atônita. Olhei para o crachá dela. Jessica Thompson. Só consegui ficar sem palavras diante daquilo. Então era essa a tal "namorada secreta" de Dennis, a mesma que ele nunca quis me mostrar uma foto. Como Dennis podia ter um gosto tão terrível? Entendi. Aquela conta absurda de cinquenta mil dólares não era um engano. Era uma armadilha, planejada desde o início apenas para me humilhar.

Antes que eu dissesse mais alguma coisa, ela perdeu a paciência:

— Se essa mulher quer comer e sair sem pagar, vamos detê-la e esperar a polícia!

Ela fez um sinal, e dois seguranças musculosos que estavam por perto se aproximaram imediatamente. Um tapou minha boca com força, enquanto o outro torceu meus braços para trás, como se eu fosse uma criminosa. Tentei me soltar, mas era inútil diante da diferença de força. Ignorando meu olhar furioso e as expressões chocadas dos outros clientes, eles me arrastaram sem piedade até a cozinha. Depois, me jogaram em um depósito que cheirava a desinfetante e restos de comida. A porta bateu com força, cortando toda a luz e o som do lado de fora.
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