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CAPÍTULO 7
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O Inverno Que Já Não Traz Geada CAPÍTULO 10
— Juliana! Me dê mais uma chance, nem que seja só para ficar ao seu lado e pagar pelo que fiz.As palavras dele foram interrompidas pelo frio da arma apontada para ele.Seu Castro estava parado na sombra, o cano apontado firme para o centro da testa do Igor.— Sr. Igor, aqui não é a mansão da família Queiroz. A sua ousadia não será tolerada.A voz do Seu Castro não tinha nenhum calor:— Mais um passo, e a bala não escolhe alvo.O Igor congelou no lugar, e a luz em seus olhos se apagou aos poucos.O César avançou e puxou o braço dele, em voz baixo:— Vamos.Minha assistente se aproximou segurando o pendrive, disse:— Srta. Juliana, o setor técnico disse que a contabilidade está completa. O suficiente para mandar o Sr. Queiroz para a cadeia.Passei o dedo pelas rachaduras do quadro ao meu lado.— Deixe comigo por enquanto.— A Sabrina gosta de ser o centro das atenções, não é? Quero que ela veja tudo o que pertence a ela desmoronar diante dos olhos.Meia mês depois, a queda brusca nas aç
O Inverno Que Já Não Traz Geada CAPÍTULO 9
Seu Castro viu que eu não mudaria de ideia e não insistiu:— Então está bem. Vou reforçar a segurança para garantir que você fique protegida.Poucos dias depois, o Igor e o César realmente apareceram na galeria.— Juliana.A voz do Igor estava mais rouca do que na memória.Virei o rosto e vi os dois irmãos parados, um na frente e outro atrás.— Procuramos você por muito tempo.Meu tom foi neutro, como se falasse com visitantes comuns:— Ah.O rosto do Igor empalideceu. Ele deu um passo à frente, mas o segurança ao lado o bloqueou.Todos os homens da galeria eram veteranos que o Seu Castro selecionara pessoalmente. Eles formavam um semicírculo discreto ao meu redor, colocando-me no centro.Igor tentou se justificar, aflito:— Eu sei que errei. Juliana, na outra vida eu era cego, deixei a Sabrina me enganar…Ergui a sobrancelha e o interrompi, com um sorriso debochado:— Outra vida? O Sr. Igor entende até melhor do que eu esse negócio de vidas passadas.— Pena que eu tenho memória fraca.
O Inverno Que Já Não Traz Geada CAPÍTULO 8
Mas Igor parecia não ver suas lágrimas e disse:— Naquele ano, ela caiu do cavalo para salvar você, e você disse que foi um acidente.— Mas o que eu descobri… é que foi você quem a empurrou. Você tinha medo de ela roubar seu brilho, medo de o Sr. Queiroz olhar para ela com mais atenção. Desde então, você nunca quis deixar que ela tivesse paz.O corpo da Sabrina começou a tremer, os lábios se mexiam, mas nenhum som saía.O Sr. Queiroz, ao ver isso, rugiu:— Igor! Você é só um guarda-costas e ousa falar essas barbaridades? Acha que eu não acabo com você agora?Igor olhou para ele, o olhar cheio de escárnio:— Acabar comigo? Agora você não tem coragem.— Acha que eu não sei por que adotou a mim e ao César? Você queria dois escudos para morrer no seu lugar, para segurar os inimigos que fez.— E agora que a Juliana sumiu, você quer nos usar para disputar os bens que a mãe dela deixou. Não é isso?O golpe certeiro fez o rosto do Sr. Queiroz ficar ainda mais feio. Ele ergueu o cajado para bat
O Inverno Que Já Não Traz Geada CAPÍTULO 7
— Eu pedi para o pessoal do mercado negro investigar nossa origem. Nós não éramos órfãos comuns. Nossos pais foram mortos pelos inimigos do Sr. Queiroz. Ele nos adotou só para nos treinar como peças descartáveis.As pupilas do Igor tremeram.— O que você disse?— O Sr. Queiroz sempre soube quem éramos. Ele nos colocou ao lado da Srta. Sabrina e da Srta. Juliana porque queria que déssemos a vida pela família Queiroz, até mesmo servindo de escudo.O tom do César ficou ainda mais frio:— Aquele sequestro não foi acidente. Provavelmente foi ele quem espalhou a informação, só para testar nossa lealdade.Igor sentiu o chão girar.Ele sempre acreditou que se aproximar da Sabrina tinha sido sua escolha, mas tudo já estava planejado desde o começo.Tudo o que fez para ficar ao lado dela, toda a indiferença e crueldade com a Juliana… no fim, era tudo a piada de alguém.Ele apertou o dossiê fino entre os dedos, quase rasgando o papel.Os olhos que sempre perseguiam a Sabrina ficaram cobertos por
O Inverno Que Já Não Traz Geada CAPÍTULO 6
A pessoa encarregada por Seu Lopes já me aguardava no cais, um jovem chamado Carlos.— Srta. Juliana, o Seu Lopes já me contou tudo.— A partir de agora, vou acompanhá-la em todo o trajeto. Os negócios da sua mãe na Suíça são administrados pelo Seu Castro. Ele já está esperando pela senhorita em Zurique.Respondi com calma, segurando as emoções que tentavam subir:— Obrigada.No voo para Zurique, apoiei a cabeça na janela e fechei os olhos para descansar.O celular vibrou, era uma mensagem do Seu Castro, acompanhada de um dossiê detalhado.Era a lista dos empreendimentos deixados pela minha mãe, hotéis, galerias, ações de empresas de tecnologia. Muito mais do que eu imaginava.Minha mãe nunca dependera da família Queiroz, ela já tinha construído uma fortaleza para si mesma e para mim.E meu pai, ao envenená-la, certamente cobiçava essa riqueza escondida.Quando o avião pousou em Zurique, o Seu Castro veio me receber pessoalmente.Assim que me viu, estendeu um documento:— Srta. Juliana
O Inverno Que Já Não Traz Geada CAPÍTULO 5
O carro rodou pela estrada a noite inteira e, quando o céu começou a clarear, Seu Lopes parou em um cais isolado.Olhei para o contorno do cargueiro que surgia na névoa e inspirei fundo.Seu Lopes me entregou uma mala preta com novos documentos e algum dinheiro.— Srta. Juliana, este navio vai primeiro para Singapura e, de lá, você pega um voo para a Suíça. Sua mãe deixou um fundo fiduciário e alguns antigos subordinados cuidando dos negócios. Eles vão recebê-la.— Ela me pediu para guardar isso. Disse que, se um dia a família Queiroz não fosse confiável, você precisaria de um caminho para fugir.Toquei o fecho gelado da mala, sentindo os olhos arderem.Minha mãe nunca me falou nada disso, ela já tinha preparado tudo para mim.Antes de eu embarcar, Seu Lopes segurou meu pulso, os olhos cheios de preocupação:— Srta. Juliana, o clima na Suíça é frio… sua perna…Apertei de volta a mão áspera dele, o calo na palma me trazendo calma.— Fique tranquilo, Seu Lopes. Eu já não sou mais a garot
