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Ops, Sem Querer Conquistei o Bilionário
Ops, Sem Querer Conquistei o Bilionário
Author: Lillian Frost

Capítulo 1

Author: Lillian Frost
A fábrica em ruínas estava tomada por mato alto. Na entrada, um carro velho e surrado permanecia estacionado.

Eulália Vargas tinha as mãos amarradas para trás, e a boca, de um vermelho intenso, estava selada com fita adesiva amarela, permitindo apenas que ela emitisse gemidos abafados. Seu vestido branco estava sujo de terra, marcando o contraste com as pernas finas e delicadas que se destacavam mesmo naquela situação.

Um sequestrador com uma máscara grotesca estava agachado diante dela. Sua voz era rouca, quase arranhada:

— Eulália, você é a noiva de Valério Santiago. Trinta milhões de reais por seu resgate não é nada para ele. Vamos lá, ligue para ele você mesma.

Ao terminar a frase, o sequestrador atirou um celular velho a seus pés. Ele arrancou a fita que cobria sua boca e desamarrou suas mãos. Em seguida, encostou uma faca afiada no pescoço alvo de Eulália.

O som do telefone chamou algumas vezes. Do outro lado da linha, uma voz masculina, grave e firme, atendeu:

— Alô?

Eulália tremia de medo, as palavras saíam entrecortadas:

— Val, eu... Fui sequestrada. Eles estão pedindo trinta milhões de resgate. Você pode... Me salvar?

Houve um breve silêncio. Em seguida, a voz de Valério soou ainda mais fria:

— Eulália, Lorena está doente. O último desejo dela é se casar comigo. Pare de criar confusão!

Foi então que Eulália compreendeu: o casamento deles estava marcado para aquele dia.

Lorena Fonseca era o primeiro amor de Valério. Ela estava gravemente doente, e o último pedido de sua vida era realizar uma cerimônia de casamento com o homem que amava. Quando soube que Valério havia aceitado, Eulália ficou fora de si.

Ela balançou a cabeça desesperada:

— Desta vez eu não estou criando confusão, Val... Por favor, acredite em mim!

A resposta de Valério foi gélida, carregada de indiferença:

— Eulália, o título de Sra. Santiago sempre será seu. Por que você simplesmente não pode aceitar isso? Minha paciência está no limite. Chega!

Eulália mordeu os lábios com força, tentando conter as lágrimas.

— Valério, você não se importa nem um pouco se eu morrer? — Sua voz estava carregada de dor. — Se você não vier me salvar, estamos acabados de vez!

Do outro lado, Valério franziu as sobrancelhas. Por que ela sempre ameaçava terminar?

— Eulália, por que você não consegue ficar quieta? — Respondeu ele, impaciente.

O sequestrador, sem paciência, tomou o celular de suas mãos.

— Valério, parece que você não dá a mínima para essa mulher. Trinta milhões é só troco para você. Vai pagar ou não?

Naquele momento, Valério estava em pé, impecável em seu terno branco, segurando o celular. À sua frente, na igreja decorada, Lorena esperava em um vestido de noiva radiante. O vento do mar entrava pelas janelas, enquanto os convidados observavam comovidos a cerimônia.

Valério curvou levemente os lábios, com frieza:

— Não vou pagar.

O sequestrador ficou boquiaberto. Se soubesse disso, teria sequestrado Lorena, que, claramente, parecia valer mais.

Antes que pudesse responder, a voz suave e enfraquecida de Lorena ecoou pelo telefone:

— Valério, fico feliz que você esteja realizando o último sonho da minha vida. Mesmo que este casamento seja apenas uma ilusão, já é suficiente para eu guardar como uma lembrança eterna. Se Eulália está tão incomodada a ponto de forjar um sequestro para afastá-la, talvez devêssemos cancelar tudo.

— Lorena, eu prometi a você, e vou cumprir.

O sequestrador, agora furioso, gritou:

— Valério, sua noiva é tão linda. Não tem medo de que a gente a estupre?

A resposta de Valério foi como um golpe de gelo:

— Façam o que quiserem. Se tiverem coragem, podem até violentá-la. Quem sabe eu até ofereça mais dez milhões a vocês por isso.

Eulália, ao ouvir isso, engoliu seco, forçando as lágrimas de volta para os olhos.

Por cinco anos, ela havia dedicado tudo a Valério. O amou sem reservas, o mimou, o tolerou. Quando finalmente pensou ter conquistado o coração dele, Lorena voltou do exterior, trazendo consigo a doença e as lembranças de um amor passado. Todo o esforço de Eulália se tornou inútil.

E agora, era ainda mais cruel: Valério estava realizando um casamento de conto de fadas com Lorena, enquanto ela era descartada como nada.

O sequestrador riu alto, exibindo os dentes amarelos:

— Certo, Valério. Se é assim, vamos fazer o que tem que ser feito.

Ele desligou o telefone e se virou para Eulália com um olhar predatório.

— Que pena, linda. Seu noivo é um desgraçado. Ele nos obrigou a fazer isso com você. — Ele riu com malícia.

O sequestrador segurou um comprimido e, sem hesitar, o enfiou na boca de Eulália, forçando-a a engolir.

Dentro da igreja, Valério lutava para conter uma inquietação crescente em seu peito.

Ele sabia que Eulália gostava de causar confusão, e aquilo não era novidade. Ela nunca tinha aceitado Lorena, carregava um ressentimento quase palpável pela mulher. E agora, diante daquele casamento simbólico com Lorena, Eulália estava levando sua rebeldia a outro nível. Primeiro, ela ficou dias sem falar com ele, e agora, aparentemente, tinha inventado um sequestro para tentar atrapalhar a cerimônia.

Valério suspirou, pensando que talvez ele tivesse sido complacente demais com as atitudes impulsivas de Eulália ao longo dos anos. Mas, depois daquele casamento de fachada, se ela reconhecesse seus erros e pedisse desculpas, ele daria a ela um casamento ainda maior, mais luxuoso, com tudo que ela sempre quis.

Lorena, ao perceber o semblante carregado de Valério enquanto ele ainda segurava o celular, falou com a voz doce e frágil:

— Val, me desculpa... Tudo isso está acontecendo por minha causa.

Valério balançou a cabeça e respondeu com calma:

— Isso não tem nada a ver com você.

Os olhos de Lorena, brilhantes e cheios de aparente inocência, encontraram os dele enquanto ela perguntava:

— Então, vamos continuar?

Valério ficou em silêncio por um momento, mas logo respondeu:

— Continuamos.

Diante da confirmação, um sorriso ligeiramente malicioso surgiu nos lábios de Lorena. Ela sussurrou para si mesma:

— Eulália, eu avisei... Você nunca será páreo para mim.

Do outro lado, no armazém abandonado, Eulália olhava para o celular desligado em suas mãos e sentia como se o coração tivesse sido arrancado e pisoteado. Cada palavra de Valério havia sido como uma faca, cortando qualquer resquício de esperança que ela ainda guardava por ele. Naquele momento, ela teve certeza: não podia mais esperar que ele viesse salvá-la.

Com os olhos cheios de determinação, Eulália discretamente pegou uma faca de cozinha que estava caída no chão. Ela esperou o momento certo e, com um movimento rápido e certeiro, cravou a lâmina no corpo do sequestrador mais próximo. Ele gritou de dor enquanto ela aproveitava a oportunidade para correr em direção à saída do armazém.

— Droga! — Gritou o sequestrador, furioso. — Peguem ela! Não deixem essa vadia escapar!

Eulália correu com todas as suas forças, ignorando a sensação de calor que começava a tomar conta de seu corpo por conta do remédio que a haviam obrigado a engolir. Ela não se importou quando perdeu os sapatos pelo caminho, seus pés descalços apenas tocavam o chão sujo enquanto ela corria desesperadamente em direção à estrada.

Os passos dos sequestradores ecoavam cada vez mais perto, e o som fazia o coração dela martelar no peito. O lugar era deserto, sem uma viva alma por perto. Mas, de repente, uma luz surgiu ao longe, e um carro preto — um Porsche raro, de edição limitada — apareceu em alta velocidade.

Eulália não pensou duas vezes. Para ela, ser atropelada era melhor do que ser capturada novamente e submetida aos horrores que a esperavam nas mãos daqueles homens. Com os olhos fechados e o corpo trêmulo, ela se jogou na frente do veículo.

O som dos pneus freando em alta velocidade cortou o ar. O carro parou a poucos centímetros dela, mas a força do deslocamento de ar a lançou ao chão. Eulália caiu de forma desajeitada na frente do automóvel, sua respiração ofegante e o corpo em choque.

Por um momento, tudo ficou em silêncio. Então, a porta do Porsche se abriu, e um par de sapatos de couro preto tocou o asfalto com firmeza. Aquele homem tinha uma postura imponente, e as calças de alfaiataria que moldavam suas pernas longas deixavam claro que ele não era uma pessoa qualquer. Ele caminhou lentamente até ela, cada passo ressoando como se o próprio tempo tivesse desacelerado.

Quando ele se abaixou para examiná-la mais de perto, Eulália levantou o olhar com dificuldade. Ao ver o rosto dele, seu coração deu um salto.

— É... Você... — Balbuciou ela, incrédula.
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