Ela reagiu e levantou a mão:— Eu não falei nada.Embora não tivesse dito uma palavra, sua presença causava grande impacto nele.Alexandre desligou o computador. Ao ver isso, Raíssa perguntou:— Já terminou? Você não disse que seriam só dez minutos?— Minha esposa estava entediada, como eu poderia não acelerar o ritmo? — Respondeu Alexandre em tom de brincadeira, fechando o laptop e o colocando de lado. — Diga, como quer que eu te acompanhe?O coração de Raíssa pareceu ser preenchido por mel de repente, seus olhos brilharam e sua voz transbordou entusiasmo:— Quero ver um filme com você.Alexandre não imaginava que o "ver um filme" de Raíssa significasse assistir em casa. E o mais curioso era que nem ela mesma soubesse exatamente qual filme queria ver. Ela ligou a televisão e ficou procurando por um tempo, então perguntou a ele:— Que filme você quer ver?Alexandre pegou o controle remoto da mão dela e decidiu por ela:— O filme não importa tanto, o que vale é com quem vai assistir.El
Raíssa não hesitou e levou um pedaço à boca.— Como você se sentiu nas provas desses últimos dias? — Perguntou Alexandre.O rostinho de Raíssa desabou:— Será que você pode não tocar nesse assunto?Alexandre franziu a testa, confuso:— Por quê?Ela então respondeu, carregada de ressentimento:— Já foi estressante o suficiente te ver todo dia nesse período, e agora você ainda vem me perguntar sobre provas? É como se eu ainda estivesse na escola, sem férias.Alexandre arqueou levemente a sobrancelha:— Me ver todos os dias te deixava pressionada?— Claro que sim! Quem é que gostaria de conviver diariamente com o professor?Assim que terminou de falar, Raíssa se deu conta do que tinha dito e rapidamente levou a mão à boca.Do outro lado da mesa, Alexandre a olhava com um sorriso enigmático:— Você não gostaria de conviver comigo todos os dias?"Aquele olhar dele dava até medo."Raíssa, apressadamente, balançou as mãos:— Não, não, não é isso que eu quero dizer, é com o professor... — Por
Raíssa parecia estar dormindo, imóvel.A noite caiu, e os postes de luz do lado de fora já estavam todos acesos.A sala de estar se encontrava imersa na escuridão, com um corpo deitado silenciosamente no sofá. Na cozinha, uma luz permanecia acesa, e o barulho do exaustor ecoava intensamente, enquanto o aroma da comida escapava pelas frestas da porta.Raíssa despertou por causa da fome, mas estava com tanto sono que suas pálpebras pesadas não lhe permitiam se levantar.Naquele momento, a porta da cozinha se abriu, e passos se aproximaram do sofá.— Raíssa. — Era Alexandre chamando por ela, tocando suavemente seu corpo.Raíssa, ainda entre o sono e a vigília, murmurou:— Está bom.— Já está na hora de comer. Que tal comer algo antes de voltar a dormir? — A voz de Alexandre soou incrivelmente suave.Talvez fosse por causa dessa suavidade extrema, ou talvez porque a mente de Raíssa ainda estivesse confusa, ela estendeu a mão para o ar e, com os olhos ainda fechados, manhosamente pediu com
— Sim, agradeço a atenção da diretora Gisele e de todos os professores neste semestre. — Disse Alexandre com voz serena.Gisele quis preparar o terreno, mas seu temperamento direto acabou prevalecendo. Após hesitar por um instante, foi direto ao ponto:— Professor Alexandre, por que o senhor não informou à escola sobre o casamento? Me lembro de que, no formulário de admissão, o senhor se declarou solteiro.— Eu me casei depois de ter sido contratado.— Mas ouvi dizer que a pessoa com quem o senhor se casou é aluna da nossa escola. — Disse Gisele, com o tom de voz se tornando mais grave.— Sim.Gisele franziu o cenho:— O senhor devia saber que, na área da educação, é especialmente problemático quando professores se envolviam com alunas. Compreendemos que estudantes podem idealizar seus professores, mas nós, como educadores, precisamos oferecer a orientação correta. Como o senhor pôde se casar com uma aluna?Alexandre se manteve impassível:— A lei não proibia o casamento entre professo
— Aqui não deve estar mais quente. — Alexandre estendeu o copo para ela.Raíssa o pegou obedientemente e abaixou a cabeça para dar um gole.Alexandre baixou os olhos e a observou.O rosto dela não tinha mudado muito desde a época em que se conheceram. Talvez tivesse ficado um pouco mais arredondado, mas, como Alexandre a via todos os dias, não notava grandes diferenças.Se tivesse que apontar alguma mudança, seriam algumas sardas a mais nas bochechas. Eram discretas, visíveis apenas de perto.Ele tinha boa memória. Quando estudou no exterior, ouviu por acaso algumas colegas comentando sobre fazer pontinhos no rosto para simular sardas. Na época, ele não entendia o motivo. Mas, olhando para Raíssa, achava que realmente dava um certo charme, era algo único.Raíssa, era claro, sentia que Alexandre estava a observando o tempo todo.Seu rosto começou a esquentar involuntariamente. Depois de beber alguns goles de leite, não conseguiu resistir e levantou os olhos.Sob a luz, os traços dele es
[Concordo com o comentário acima. Hoje, eu realmente presenciei o quão assustadora pode ser a internet. Quando cheguei ao campus e vi tantas pessoas cercando uma garota, e ainda por cima uma gestante, fiquei em choque. Vocês deviam agradecer aos céus por ela não ter perdido o bebê de susto.]Raramente apareciam vozes apoiando Raíssa na internet, mas, pouco a pouco, começaram a surgir comentários mais sensatos. Raíssa deu uma olhada rápida e percebeu que o foco da atenção era a carta de desculpas de Vagner."Ninguém sabia que foi ele. Por que assumiria espontaneamente a culpa? A não ser que alguém tenha o pressionado..."A primeira pessoa que veio à mente de Raíssa foi Alexandre.Não poderia ser outro.Ela pensou por um instante e se levantou, saindo do escritório.Alexandre não estava na sala de estar, mas sons vinham da cozinha.Raíssa espiou e viu Alexandre em frente ao fogão, aquecendo leite numa panela.O contorno do rosto dele, alternadamente iluminado pela luz e pela sombra, pare