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Capítulo 9

Author: Lua Santiago
Quando Raíssa saiu do cartório com a certidão de casamento nas mãos, ela sentiu que seu corpo, antes um pouco leve e flutuante, finalmente havia aterrissado em solo firme.

"Eu realmente me casei assim, tão de repente? E ainda por cima, com o meu professor universitário."

Ela virou a cabeça para olhar para Alexandre e percebeu que ele tirava fotos da certidão de casamento.

Ela, evidentemente, não era ingênua a ponto de achar que ele tirava fotos para postar no Instagram. No dia em que se adicionaram no WhatsApp, ela havia espiado o Instagram dele, lá não havia postagem alguma.

Ao perceber o olhar dela, Alexandre explicou:

— Vou avisar aos meus pais.

O olhar de Raíssa vacilou:

— Será que eu não devo conhecer seus pais...?

Alexandre arqueou uma sobrancelha para ela.

O rosto de Raíssa ficou imediatamente vermelho, e ela corrigiu a frase, um tanto constrangida:

— Quer dizer... Eu não deveria conhecer os meus sogros?

"Meu Deus, isso soa tão estranho, até eu fiquei arrepiada depois de dizer."

— Não precisa se apressar. — Respondeu Alexandre, guardando a certidão de casamento. — Eles estão viajando de férias no exterior e não vão voltar tão cedo.

— E se eles não gostarem de mim? — Raíssa demonstrou preocupação.

"O professor Alexandre é tão excelente, e eu não tenho nenhuma qualidade marcante. Será que os pais dele acham que seu filho brilhante está sendo enganado por uma pessoa comum como eu?"

— Eles não vão pensar isso. Eles dizem que você é muito fofa.

— O quê? — Raíssa levantou os olhos para ele, e seus olhos brilharam levemente.

Alexandre explicou:

— Eles viram nossa certidão de casamento. Disseram que você parece muito fofa e pediram para eu não te maltratar.

O rosto de Raíssa imediatamente esquentou.

Ao ver as pontas das orelhas dela levemente avermelhadas, Alexandre curvou os lábios num leve sorriso:

— Você tem algum compromisso agora? Quero te levar a um lugar.

— Aonde?

— Você vai saber quando chegarmos.

Quando Raíssa entrou com Alexandre em um condomínio residencial, ela ficou completamente atônita.

O corretor caminhava à frente e fazia a apresentação:

— Este apartamento fica na direção sudoeste. Da varanda, dá para ver o pôr do sol e as nuvens da tarde. O melhor de tudo é que a decoração está impecável, então podem se mudar imediatamente, só precisam acrescentar alguns móveis do gosto de vocês. Vou mostrar o quarto ao casal.

Raíssa seguia Alexandre passo a passo e, de repente, ele parou bruscamente, quase fazendo com que ela esbarrasse nele.

— Ande devagar. — Disse Alexandre em um tom gentil, estendendo a mão para ampará-la. — O que você acha?

— Ah? — Raíssa parecia confusa, com uma expressão atônita no rosto.

— Você gosta deste apartamento?

Ela hesitou antes de responder:

— Eu... Eu não sei.

Alexandre assumiu uma expressão séria:

— Você precisa saber, porque este vai ser o nosso lar no futuro. Você não disse que quer um lar?

O coração de Raíssa pareceu ser atingido com força.

Ele realmente guardou o que ela dissera no coração.

Aquelas palavras que ela havia pronunciado impulsivamente, em meio à emoção daquele dia, ele tinha lembrado delas.

Ao ver que ela permanecia olhando para ele, atônita, Alexandre segurou a mão dela e a levou para dentro do quarto.

— Este é o quarto principal. É relativamente espaçoso, o guarda-roupa é grande o suficiente, só falta uma penteadeira. Depois você pode procurar uma na internet. O segundo quarto podemos transformar em um quarto de bebê no futuro. Quando a criança crescer, poderá ficar aqui. O menor dos quartos pode virar um escritório. Você pode ler aqui, e eu posso trabalhar aqui também. No futuro, se tivermos um segundo filho, ou mudamos para um apartamento de quatro quartos, ou transformamos este quarto de volta em dormitório.

A voz serena de Alexandre ecoava nos ouvidos de Raíssa. Enquanto ela ouvia, começou a imaginar a vida após o casamento: lendo juntos no escritório, brincando com os filhos, assistindo ao pôr do sol na varanda. Só de imaginar esses momentos, ela já se sentia feliz.

Por fim, Alexandre decidiu comprar aquele apartamento. Da visita à compra, não levou nem duas horas. Após o almoço, Alexandre levou Raíssa de volta para a faculdade.

— Nestes dias, se você quiser comprar alguns itens pequenos, fique à vontade. As coisas maiores eu vejo, mas sempre vou consultar sua opinião antes de comprar. Devemos morar lá pelos próximos anos, então, se não gostar de algo, precisa dizer sem hesitar. — Raíssa se sentou no banco do passageiro, assentindo obedientemente com a cabeça. — Em menos de quinze dias devemos conseguir nos mudar. Prepare com antecedência o pedido para morar fora do campus.

— O quê? — Raíssa olhou para ele surpresa ao ouvir isso.

"Tão rápido assim já tenho que morar junto com o professor Alexandre?"

Alexandre pareceu compreender o que ela estava pensando e disse:

— Agora você está grávida, não é conveniente ficar no dormitório, e também não consigo cuidar bem de você.

— Eu posso cuidar de mim mesma. — Raíssa respondeu em voz baixa.

— Já me informei, o dormitório de vocês tem cama em cima e mesa embaixo, ficar subindo e descendo não é seguro para você.

Raíssa permaneceu em silêncio.

Alexandre lançou a ela um olhar de lado:

— Tem alguma preocupação?

— Tenho medo de que todos descubram que nos casamos.

Alexandre arqueou a sobrancelha:

— Nosso casamento é algo vergonhoso?

Raíssa percebeu o mal-entendido dele e balançou a cabeça rapidamente:

— Não, não é isso, é só que... Eu estou um pouco pressionada.

"O professor Alexandre tem uma reputação tão grande na escola que, se os estudantes souberem que eu me casei com ele, provavelmente minha vida escolar não vai mais ser tranquila."

Alexandre a encarou com as sobrancelhas franzidas e, por fim, suspirou:

— O fato de termos nos casado será descoberto de qualquer forma, à medida que sua barriga crescer. Mas, se você se sente pressionada, podemos esperar um pouco. Contudo, quanto à moradia, você precisa se mudar.

Assim como ele disse, estando grávida, realmente não era seguro para ela subir e descer escadas.

Raíssa assentiu com a cabeça:

— Está bem.

O carro chegou à entrada da universidade e Raíssa se preparou para abrir a porta e descer.

— Espere um pouco. — Alexandre a chamou.

Ao olhar para trás, ela viu que ele lhe entregava um cartão. Raíssa se assustou e se apressou em recusar:

— Eu não quero.

— Fique com ele. — Alexandre colocou o cartão em sua mão, sem lhe dar chance de recusar. — Agora sou seu marido, essa é minha obrigação.

Aquele cartão, em sua mão, parecia algo que queimava ao toque.

Alexandre percebeu a inquietação de Raíssa e procurou tranquilizá-la:

— Dentro só tem cinquenta mil reais. Use para comprar as coisas que você gosta de comer ou de vestir. Você ainda é muito jovem, quando ficar mais velha eu vou te entregar meu cartão pessoal.

Raíssa jamais ousaria imaginar tomar a conta bancária dele.

— A senha são os seis últimos números. Quando tiver tempo, pode sacar o dinheiro e transferir para o seu cartão. Ouvi dizer que agora existe um jeito de usar recursos compartilhados. Outro dia, eu vou pesquisar sobre isso.

A sucessão de atitudes de Alexandre fez o coração de Raíssa oscilar sem parar.

— Vá, se cuide bem. — Assim, meio atônita, Raíssa desceu do carro e viu o veículo de Alexandre se afastar rapidamente.

Naquele dia, ela sentiu que tinha vivido experiências mais intensas do que em todos os seus vinte e um anos anteriores.

Ela beliscou novamente a própria mão.

"Ah, dói. Não é um sonho mesmo."

Quando voltou a si e viu o cartão em sua mão, olhou ao redor com cautela e rapidamente o guardou na bolsa.

Ela entrou na universidade e, ao caminhar, seus passos ficaram involuntariamente mais leves.

...

— Raíssa, por que você está olhando penteadeiras? — Sentada em seu lugar no dormitório, Raíssa navegava pelo aplicativo de compras, observando penteadeiras, quando Laura se aproximou, curiosa.

— Eu... Eu quero comprar uma para colocar em casa. — Responde Raíssa de modo evasivo.

— Com aquele seu quartinho, já é bom se couber uma escrivaninha, ainda quer colocar um conjunto de penteadeira? — Laura olhou o modelo que ela via. — Uma penteadeira tão bonita assim, colocada lá é até um desperdício.

Raíssa ignorou o comentário e perguntou, se encostando nela:

— Qual você acha mais bonita?

Laura escolheu uma que parecia mais acolhedora:

— Essa aqui. Mas é meio cara, para o seu quarto não faz sentido.

Raíssa também gostou daquela. Tirou um print silenciosamente e pensou consigo mesma: "Mesmo sendo mais cara, não tem problema, um lar bonito vale o preço. Com o dinheiro dos meus trabalhos de meio período, não é exagero comprar algo que eu goste."

— Raíssa, para onde você foi ontem, já que pediu licença? — Perguntou Laura de repente.
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Comments (1)
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Nilceia Geni Dos Santos Fernandes
porque uma pessoa de vinte e nove anos é considerada velha ? não entendo se uma pessoa nessa idade é considerada velha,o que seria um velho?
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