Pare de Chorar, Encontre a Felicidade

Coloquei a foto de Francisco diante dos meus pais.

Os dois trocaram um olhar preocupado, obviamente desconfiados das minhas intenções.

— Estela, filha, a gente sabe que você sempre gostou do Carlos desde pequena, não quer tentar mais uma vez com ele...?

Balancei a cabeça: — Já que o destino quis assim, acho melhor aceitar e ver no que dá.

Ainda mais sabendo que forçar um casamento com ele só daria problemas.

Percebendo que minha decisão era firme, meus pais não tiveram escolha a não ser concordar.

— Então, vamos conversar com a Família Costa sobre a união. Mas tanto a Família Costa quanto a Lemos são tradicionais, é melhor manter tudo em segredo até o jantar de noivado, para evitar confusão.

Concordei, mas assim que saí para o jantar beneficente, os jornalistas, sabe-se lá como, já estavam sabendo de tudo e vieram em cima de mim.

— Srta. Lemos, com qual família a senhorita decidiu se unir?

Outro jornalista, sem esperar resposta, já foi dizendo: — Todo mundo sabe que a senhorita é apaixonada pelo herdeiro da Família Uchoa. Aposto que vai escolher ele, não é?

Olhei na direção deles, e acabei encarando, justamente, Carlos entrando no salão.

Cercado de câmeras, ele exibia sua costumeira frieza e desprezo.

— Com licença, abram caminho.

Após isso, seus seguranças afastaram os repórteres, e ele aproveitou para puxar Sueli Silveira para seus braços.

— O meu amor sempre foi e sempre será da Sueli. Mesmo que, por pressão da família, eu me case com outra pessoa, nunca vou dividir nem um pouquinho do meu sentimento por ela.

O rosto de Sueli ficou corado de emoção, e ela se agarrou ainda mais à cintura dele.

Ao lado, algumas filhinhas de empresários, que nunca foram com a minha cara, começaram a cochichar.

— E daí que ela é filha única da família número um, a famosa Família Lemos? O Sr. Uchoa não quer nem saber dela, só tem olhos para a filha do novo-rico.

— Que vergonha para os Lemos, ela se humilhando por causa da Sueli.

As piadinhas só aumentavam, e Sueli, aproveitando o momento, ergueu o rosto do abraço de Carlos e me lançou um olhar provocador.

Simplesmente desviei o olhar e foquei no jantar.

O destino, porém, fez questão de colocar Carlos sentado ao meu lado.

Quando ele se sentou, ainda estava visivelmente irritado.

— Estela, já falei mil vezes que não quero me casar com você. Por que insiste nisso?

Essa frase eu já tinha ouvido incontáveis vezes, mas ainda doía.

— Eu não estou insistindo em nada.

Carlos bateu o punho na mesa, o rosto ainda mais carregado de desprezo.

— Então por que faz questão desse casamento? Só porque a Família Lemos é poderosa, acha que pode decidir o destino da minha vida?

— Você está pisando na minha dignidade. Mesmo que a gente se case, nunca vou olhar para você.

E ele era assim mesmo, na vida passada, nunca me deu um pingo de carinho.

Nesse momento, a mulher que ele tanto amava também se aproximou, os olhos cheios de lágrimas, e, sem dizer uma palavra, ajoelhou-se diante de todos.

— Srta. Lemos, eu sei que você não gosta de mim, mas meus pais não têm culpa de nada. Você mandou os seguranças expulsarem eles, meu pai quase teve um infarto.

— Por favor, deixe a gente em paz! Se for preciso... eu abro mão do Carlos para você, só não destrua minha família...