Capítulo 4

Logo, o perfil dela nas redes sociais, com milhões de seguidores, subiu para os tópicos mais comentados.

— Um dia perfeito é aquele em que você veste um vestido elegante, segura a mão da pessoa amada e ouve seu concerto favorito.

A foto anexada mostrava ela e Carlos de mãos dadas, trocando um beijo apaixonado.

Rapidamente, inúmeros perfis de fofoca desenterraram meus antigos posts declarando meu amor por Carlos, comparando-os com os da Sueli, e me expuseram publicamente.

No vídeo comparativo mais popular, Carlos até deixou um like.

Isso deixou os internautas ainda mais animados, e "Estela se humilhando" virou figurinha em todos os grupos.

Eu fechei a cara, deletei minha conta e mandei uma mensagem para o departamento de comunicação da empresa.

Em menos de dez minutos, todas as hashtags relacionadas foram limpas.

Na véspera do jantar de noivado.

De manhã, fui à empresa resolver umas coisas, mas fui forçada pelos seguranças da Família Uchoa a voltar para a mansão deles.

Assim que entrei, vi Sueli sentada no sofá chorando como se estivesse em uma novela.

Carlos, ao lado, tentava consolá-la em voz baixa, mas, ao me ver, seu rosto imediatamente endureceu.

— Estela, você passou dos limites! Sueli só fez um post, e você mandou bloquear todas as redes sociais dela! Você sabe que ela trabalha com internet, está cortando o futuro dela!

Eu fiquei sem entender: — Só pedi para removerem as hashtags sobre mim, não fiz mais nada.

— Continua negando? Além de você, Estela, quem teria esse poder? Está claro que é pura inveja!

— Não fui eu...

Carlos rosnou as palavras e, quando eu ia responder, uma voz debochada soou do topo da escada.

— Nem casou ainda e já quer discutir com o marido? É assim que a Família Lemos educa a filha?

A mãe de Carlos, Ivana Andrade, sentou-se diante de mim com um ar altivo.

O pai de Carlos, Fabiano Uchoa, que há pouco tempo ainda me tratava com respeito, agora cruzava as pernas com arrogância.

— Estela, mesmo não aprovando seu jeito mimado, ouvimos dizer que você só aceita casar com meu filho, então vamos respeitar sua escolha.

— Mas temos uma condição: o dote da Família Lemos deve ser mais da metade de todo o patrimônio da família.

Dei uma risada fria por dentro, balancei a cabeça e ia recusar.

De repente, um dos seguranças atrás de mim deu um soco no meu joelho, eu gritei de dor e caí de joelhos.

Ivana acenou, e a empregada trouxe uma bandeja com café.

— Afinal, você logo será minha nora. Servir um café antecipado não é exagero, né?

— Srta. Lemos, tem que ir de joelhos servir o café para a senhora.

A empregada empurrou uma xícara fumegante nas minhas mãos.

Assim que toquei na borda, retirei os dedos imediatamente, a xícara caiu e se espatifou no chão.

— Estela, nem respeito pelos mais velhos você aprendeu!

Carlos gritou comigo.

Abaixei a cabeça, massageando meus dedos queimados, e balancei:

— Só servirei o café para meus sogros quando casar de verdade. Você não quer casar comigo mesmo, e eu também não quero casar com você.

Falei e tentei me levantar, mas dois seguranças seguraram meus braços de cada lado.

Lutei para me soltar: — O que vocês estão fazendo? Eu sou filha da Família Lemos, como se atrevem?

Ivana, furiosa, veio até mim e me deu um tapa no rosto.

Esse tapa se somou aos vários que ela já me deu nesta e em outra vida, e eu fiquei atônita.

— Amanhã já é o jantar de noivado e você ainda age assim!

— Carlos, olha só a esposa que você escolheu, não respeita os mais velhos, não sabe se comportar!

Carlos nem queria me olhar.

— Ela só está me forçando a casar, senão eu me casaria mesmo é com a Sueli.

As lágrimas de Sueli voltaram a rolar: — Carlos, meu maior sonho é casar com você, mas nossa família não é ninguém perto dos Lemos, não posso ofendê-los.

Ela chorava de soluçar, e Carlos ficava ainda mais comovido.

Ele então se aproximou, me encarando de cima com um olhar frio.

— Estela, não era você que faria de tudo para se casar comigo?