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Capítulo 2

Penulis: Laranja Rica
— Não quero. — Respondeu Clarissa sem hesitar, com uma firmeza que não deixava margem para dúvida. — Rodrigo, qualquer coisa que tenha a ver com ele, eu não quero mais nenhum tipo de envolvimento.

Aos vinte anos, ela havia cometido um erro por causa da juventude, e dessa vez não ia repetir o mesmo caminho. Clarissa não queria continuar naquele assunto e mudou de tema com um sorriso, falando sobre o novo emprego:

— Rodrigo, conseguir entrar no Hospital de Rio do Norte me deixou muito feliz de verdade.

Quando ela tinha nove anos, o pai sofreu um acidente e a família perdeu todo o suporte da noite para o dia. Foi o pessoal da família Ventura que teve pena da mãe dela e ofereceu um trabalho. Embora o cargo fosse oficialmente de empregada doméstica, o tratamento era excelente em todos os aspectos. Eles a tratavam como se fosse uma filha, dando acesso a recursos e oportunidades sem cobrar nada em troca.

Por isso ela voltou para Rio do Norte tanto para matar a saudade da família quanto por causa do emprego, já que estava de olho na promoção para chefe de departamento.

Durante o caminho, Clarissa conversou animada com Rodrigo, contando histórias engraçadas do tempo que passou no exterior. Ele ouvia com atenção, dando respostas curtas de vez em quando e mantendo o foco nela.

Quando chegaram ao clube, os amigos já estavam todos lá esperando. Alguns que tinham uma relação próxima com Clarissa puxaram ela para um lado, fazendo perguntas e colocando o papo em dia. Ela respondeu a todos com paciência e simpatia. Rodrigo ficou ao lado dela o tempo todo, descascando tangerinas e sem tirar os olhos dela nem por um segundo.

Quando percebeu que ela estava começando a ficar cansada, interrompeu as pessoas ao redor com uma voz casual:

— Chega, né? Não estão vendo que a Clarissa está cansada?

Clarissa deu um sorriso sem graça, mas não negou. Desde pequena, sempre que ela tinha qualquer pensamento ou vontade, Rodrigo era o primeiro a perceber.

— Rodrigo, só você para mimar a Clarissa desse jeito, hein? — Alguém brincou, de repente.

Rodrigo sorriu de canto e respondeu com naturalidade:

— Se eu não cuidar da Clarissa, quem vai cuidar?

Assim que ele disse isso, o grupo todo começou a fazer piadas e provocações. Clarissa estava se sentindo confortável e integrada ao ambiente quando alguém interrompeu:

— Tem umas meninas aqui também, vamos chamar elas para a gente se divertir juntas!

Ninguém se opôs, mas quando as pessoas entraram na sala privada, a atmosfera mudou de uma hora para outra e ficou estranha. As garotas que chegaram eram aeromoças, todas bonitas, mas o clima pesado não tinha nada a ver com elas. O problema era a presença de Renato.

Alguém viu o rosto de Rodrigo fechar e passou um olhar para Marcelo, perguntando baixinho:

— Como é que a mina que você chamou é colega do Renato? Você não faz pesquisa antes de chamar ninguém, não?

Marcelo também estava confuso. Como é que ele ia adivinhar uma coincidência dessas? Agora havia dado ruim de verdade, e Renato e Clarissa tinham se esbarrado cara a cara.

Nuno não percebeu nada de estranho. Assim que viu Clarissa, cutucou Renato com o cotovelo e disse baixinho:

— Renato, eu não te falei que valia a pena vir hoje?

Renato não respondeu. Apenas deixou o olhar atravessar o grupo de pessoas e pousar em Clarissa, com uma expressão neutra no rosto. O clima estava tenso, até que Marcelo resolveu quebrar o gelo. Acenou para que todos se sentassem e disse com um sorriso forçado:

— Que coincidência, né? Renato, senta aqui do lado.

Com ele animando o ambiente, a tensão diminuiu um pouco. Nuno cumprimentou Clarissa com um aceno de cabeça e se sentou ao lado de Renato, perguntando com curiosidade:

— Renato, você conhece ela?

Por isso que ele ficou olhando para ela o tempo todo. Mas pela expressão de Clarissa, parecia que ela não conhecia Renato de lugar nenhum. A indiferença no rosto dela era total.

— Você ainda quer ficar? — Perguntou Rodrigo baixinho, perto do ouvido dela.

— Tudo bem, não vamos estragar a festa de todo mundo. — Respondeu Clarissa, baixando os olhos e continuando a conversar com as pessoas ao redor como se nada tivesse acontecido.

Durante a noite, ela cruzou o olhar com Renato sem querer. Encontrou aqueles olhos profundos e impassíveis, e desviou o olhar com a mesma indiferença.

Rodrigo observou a reação dela e percebeu que a presença de Renato realmente não estava afetando ela, então relaxou aos poucos.

Viu Clarissa tomando um copo atrás do outro, puxou ela para perto e apertou o rosto dela de leve. Seus olhos castanhos brilhavam com um sorriso suave enquanto perguntava:

— E se você ficar bêbada, o que eu faço?

Clarissa se encostou nele, olhando para os traços bonitos do rosto dele, e respondeu com um sorriso no canto dos lábios:

— Se eu ficar bêbada, você está aqui para me ajudar, né?

Ela o encarou com os olhos cheios de carinho, demonstrando total confiança nele. Renato não tirou os olhos de Clarissa nem por um instante. Observou a proximidade dos dois e apertou o copo que segurava com uma força quase imperceptível.

Nuno percebeu que algo estava errado. Olhou de um para o outro, tentando entender qual era a relação entre eles. Depois de algumas rodadas de bebida, o clima esquentou e ficou mais descontraído. Nuno, que era do tipo que puxava conversa com todo mundo, olhou para Clarissa e perguntou sem pensar:

— Dra. Clarissa, você tem namorado?

A pergunta era direta e pegou todo mundo de surpresa. Renato e Rodrigo levantaram a cabeça ao mesmo tempo, olhando na direção dela. Clarissa sentiu os olhares voltados para ela, deu uma risada baixa e respondeu com tranquilidade:

— Não tenho.

Ao ouvir isso, Rodrigo arqueou as sobrancelhas de leve e estendeu as nozes que já tinha descascado para ela.

— Prova, está uma delícia.

Clarissa não recusou e sorriu para ele:

— Consigo descascar sozinha.

Renato desviou o olhar com indiferença, olhou as horas e, sem ficar muito tempo, se levantou para ir embora. Nuno o seguiu, perguntando com curiosidade:

— Renato, qual é a sua relação com a Dra. Clarissa?

Era a primeira vez que ele via Renato demonstrando alguma emoção por causa de uma mulher. Estava achando aquilo bem curioso. A brisa da noite bateu no rosto deles quando Renato abriu a porta do carro e respondeu com calma:

— Ela é a mãe da minha filha.

Assim que disse isso, entrou no carro. Nuno ficou parado no lugar, com a boca aberta de choque. Quando viu que Renato ia embora mesmo, correu e entrou no banco do passageiro. Estava prestes a continuar perguntando quando viu Clarissa e Rodrigo também saindo do clube.

Clarissa parecia um pouco bêbada. Após descer os degraus, foi carregada no colo por Rodrigo.

— Aquele cara com certeza gosta da Dra. Clarissa. — Comentou Nuno com convicção, confiando no instinto masculino dele.

Renato observou os dois entrando no carro, abaixou os olhos para esconder qualquer reação e respondeu com uma voz neutra:

— Ele é o irmão dela.

— Irmão de sangue? — Perguntou Nuno, curioso.

Dessa vez, Renato não respondeu. Apenas fechou a expressão e saiu dirigindo. Nuno lançou um olhar cheio de significado para ele, mas teve a sensibilidade de não insistir mais no assunto.

Clarissa estava realmente bêbada e foi carregada por Rodrigo o caminho todo até em casa. Encostada nele, ainda estava preocupada com a mãe e perguntou com a voz macia:

— Rodrigo, cadê a minha mãe?

— Essa hora a Marta já deve estar dormindo. Conversa com ela amanhã. — Rodrigo a levou até o quarto, tirou os saltos altos dela com cuidado e se certificou de que ela estava confortável antes de perguntar com atenção. — Quer beber água?

Clarissa balançou a cabeça. O sono já estava vindo, e ela fechou os olhos, meio acordada e meio dormindo. Rodrigo não saiu do quarto imediatamente. Ficou ali parado, observando ela sob a luz fraca da lua. Os cabelos longos e volumosos da mulher estavam espalhados para trás, o rosto delicado e bonito estava corado, e até a respiração dela carregava um aroma suave e feminino. Cada detalhe era perfeito, uma mistura de inocência e sensualidade que mexia com ele.

Rodrigo não conseguiu resistir. Estendeu a mão e acariciou os fios macios e escuros. A sensação sob as pontas dos dedos fez o coração dele tremer, e a respiração perdeu o ritmo. Ele reprimiu o tumulto que crescia no peito, forçou a mão a voltar para o lugar e perguntou baixinho:

— Clarissa, o que você acha de mim?

— O quê? — Clarissa abriu os olhos amendoados, embaçados de sono, como se não tivesse entendido o que ele disse.
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