Você Me Tinha, Agora Me Persegue

Você Me Tinha, Agora Me Persegue

By:  Laranja RicaUpdated just now
Language: Portuguese
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Aos vinte anos, Clarissa Correia engravidou sem planejar e acreditou que, para Renato Esteves, ela seria alguém especial. Mas quando estava prestes a dar à luz, ouviu por acaso uma conversa entre ele e seu amor do passado. — Estou com a Clarissa por responsabilidade, não por amor. Descobriu então que o relacionamento no qual havia depositado tanta esperança era, para Renato, apenas um peso. Ele sempre foi frio e arrogante por natureza, toda aquela paciência e gentileza não passavam de uma máscara educada, um disfarce de sua hipocrisia. Renato imaginou que ela nunca o deixaria. Porém, quando Clarissa abriu os olhos após dar à luz, não hesitou em declarar: — Renato, não consigo mais te amar. Vamos terminar. Após dar à luz, ela desapareceu sem deixar rastros. Quando se reencontraram, Clarissa já estava acompanhada de outro homem. Com os olhos vermelhos, Renato perguntou: — Clarissa, você vai abandonar até a nossa filha? Ela segurou o braço do novo companheiro e respondeu com indiferença: — Essa é a sua filha. Comigo não tem nada a ver. No dia seguinte, Renato desmoronou. De joelhos, implorou: — Clarissa, por favor, me dá mais uma chance!

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Chapter 1

Capítulo 1

O avião tremeu com violência, e logo em seguida veio a turbulência intensa acompanhada do som estridente do alarme e dos gritos de pânico dos passageiros. As máscaras de oxigênio caíram do compartimento superior, balançando no ar.

Diante do perigo repentino, Clarissa Correia sentiu a mente ficar completamente em branco, incapaz de processar o que estava acontecendo.

Naquele momento, a voz da chefe de cabine ecoou pelo sistema de som, tentando acalmar todos a bordo:

— Senhoras e senhores, a aeronave está enfrentando uma forte corrente de ar neste momento. Por favor, mantenham os cintos afivelados e não se movimentem. Como precaução, coloquem as máscaras de oxigênio imediatamente.

A mensagem foi repetida em inglês logo depois. Clarissa fez um esforço para manter a calma e pegou a máscara de oxigênio, ajustando-a no rosto com as mãos trêmulas.

Era o primeiro dia da sua volta ao país, e ela não queria que nada desse errado. Mas os gritos de terror ao seu redor não paravam, mesmo com os repetidos esforços da tripulação para tranquilizar os passageiros.

Sem aviso, o avião despencou de novo, e a sensação de queda livre tomou conta de todos num instante.

Clarissa fechou os olhos com força, agarrando os braços da poltrona enquanto conseguia ouvir com clareza as batidas aceleradas do próprio coração martelando no peito.

Ao lado dela, uma passageira já estava chorando e sugeriu entre soluços:

— A gente não devia escrever uma carta de despedida?

A probabilidade de um acidente aéreo era pequena, mas as chances de sobreviver a um também eram. Enquanto Clarissa tentava organizar os pensamentos confusos, o sistema de som voltou a funcionar. Dessa vez, uma voz masculina grave e firme tomou o lugar da chefe de cabine:

— Aqui é o comandante Renato. Por favor, confiem em mim e em toda a tripulação. Somos treinados para situações como essa, e vamos trazer todos vocês para casa em segurança.

A voz dele era controlada, transmitindo uma autoridade serena que conseguiu acalmar boa parte dos passageiros.

A chefe de cabine repetiu o recado em inglês, mas Clarissa mal conseguiu prestar atenção. Sua cabeça estava cheia daquela voz familiar que havia acabado de ouvir. Será que era tanta coincidência assim?

Aos poucos, o avião começou a se estabilizar, mas ninguém ousava relaxar ainda. Foi quando uma aeromoça passou apressada pelo corredor, perguntando com urgência:

— Tem algum profissional da saúde a bordo? Um passageiro na classe econômica está tendo uma crise cardíaca e precisa de atendimento urgente!

— Eu... — Clarissa desafivelou o cinto e se levantou, afastando as lembranças da mente. Sob os olhares curiosos dos outros passageiros, seguiu a aeromoça até a classe econômica.

O passageiro desmaiado já tinha um histórico de problemas cardíacos e, com o susto da turbulência, havia perdido a consciência. Clarissa observou os movimentos do tórax dele, confirmou que não havia resposta nem respiração, e começou a aplicar a massagem cardíaca sem hesitar.

A aeromoça e a chefe de cabine assistiam tensas, com medo de que algo pior acontecesse durante o voo sob sua responsabilidade. Quando o passageiro recuperou finalmente a consciência graças aos esforços de Clarissa, ambas agradeceram várias vezes, insistindo em oferecer algum tipo de benefício, mas Clarissa recusou com educação. Como médica, ela não podia simplesmente ignorar alguém em perigo.

Assim que o avião pousou com segurança, uma onda de aplausos e gritos de alívio tomou conta da cabine. Clarissa tentou sair discretamente, sem querer encontrar aquela pessoa, mas foi interceptada pela chefe de cabine antes de conseguir.

— Sra. Clarissa, muito obrigada mesmo pela sua ajuda. Estou falando em nome de toda a tripulação quando digo que somos muito gratos pela sua coragem. — Disse a chefe de cabine com um sorriso esperançoso. — A gente adoraria se você pudesse tirar uma foto com a equipe toda.

Clarissa estava prestes a recusar quando a porta da cabine de comando se abriu por dentro. Ela ergueu os olhos sem querer e se viu presa no olhar dele. No instante em que seus olhos se encontraram, Clarissa sentiu a respiração falhar.

Ficou ali parada, observando o homem à sua frente. Ele tinha traços marcantes e uma expressão fria e distante. Seus olhos deslizaram pelo uniforme de piloto que ele vestia, e as quatro listras nos ombros deixavam claro sua posição e competência.

Percebendo o olhar dela, a chefe de cabine se adiantou para fazer as apresentações:

— Sra. Clarissa, este é o comandante do voo de hoje...

— Desculpa, mas tenho outros compromissos. Vamos deixar a foto para outra hora. — Clarissa interrompeu com delicadeza, franzindo levemente as sobrancelhas. Antes que a chefe de cabine pudesse responder, ela já estava se afastando com passos rápidos.

Saiu tão depressa que nem percebeu o corpo de Renato ficando tenso por um segundo.

A chefe de cabine olhou para trás, na direção de Renato, e brincou:

— Que coisa, né? Até o comandante Renato perdeu o charme dessa vez.

Renato Esteves era conhecido como o comandante mais jovem da companhia aérea, com um futuro promissor pela frente. Além disso, era bonito e carregava aquele ar frio e distante que fazia várias mulheres se interessarem por ele sem nem pensar duas vezes. Mas agora, nem mesmo a presença dele havia sido suficiente para convencer a doutora a ficar.

Os membros da tripulação conversavam descontraídos, comentando sobre como Renato havia conseguido contornar a situação perigosa com tanta habilidade.

— Renato, ainda bem que você estava aqui hoje. — Disse Nuno Serrano, o copiloto, percebendo que o amigo estava distraído. Seguiu o olhar de Renato e viu a silhueta fina daquela passageira se afastando. Passou a mão na frente do rosto dele, brincando. — O que foi, cara? Você se apaixonou à primeira vista por ela ou o quê?

Renato só desviou os olhos quando a figura dela desapareceu completamente de vista, baixando o olhar para esconder qualquer emoção que pudesse estar transparecendo.

Após concluir a inspeção pós-voo e passar todas as informações necessárias para a equipe de manutenção, Renato dispensou o convite para o jantar com a tripulação e voltou sozinho para o estacionamento. Entrou no carro, mas não deu a partida de imediato. Ficou ali sentado, perdido em pensamentos.

O celular começou a vibrar com várias mensagens. Ele abriu e viu que eram do grupo de amigos. Rodrigo Ventura tinha escrito: [Hoje a Clarissa volta. Todo mundo tem que aparecer no horário, sem atraso, hein!]

Várias respostas de concordância apareceram logo abaixo, mas todos evitavam mencionar o nome dele. Renato desligou o celular, sem dar mais atenção às mensagens, e finalmente saiu do estacionamento.

O tempo em junho era imprevisível, e lá fora começou a cair uma chuva fina. Quando o carro passou pela área de embarque e desembarque, ele avistou Clarissa parada no ponto, esperando. Diminuiu a velocidade e parou ao lado dela.

Clarissa não havia percebido o carro parado à sua frente. Estava olhando para o celular, respondendo a mensagem de Rodrigo.

[Me dá cinco minutos, já estou chegando.]

Ao ler a resposta, ela sorriu de leve. Após cinco anos longe, estava feliz em voltar para Rio do Norte. Teria sido ainda melhor se não tivesse cruzado com Renato, mas alguém tão insignificante assim não merecia ocupar espaço na cabeça dela.

Quando levantou os olhos, viu um carro parado bem na frente dela. A janela do lado do passageiro desceu devagar, e Renato a encarou, dizendo com uma voz neutra e distante:

— Entra. Eu te levo.

— Não precisa se incomodar. — Respondeu Clarissa sem demonstrar emoção. Sua voz saiu natural, mas o olhar dela deslizou de forma quase casual pela cadeirinha infantil no banco de trás do carro.

Mesmo sendo rejeitado, Renato não desviou os olhos dela. Clarissa não queria mais nenhum tipo de contato com ele, então deu alguns passos para trás, saindo do campo de visão dele. No instante seguinte, o carro dele já tinha voltado para o fluxo do trânsito, desaparecendo entre os outros veículos.

Ele continuava com aquela postura arrogante de sempre, como se o mundo girasse ao redor dele. Clarissa desviou o olhar com indiferença, sentindo o peso daquele breve encontro escorrer dos ombros.

Rodrigo chegou logo depois e a levou embora do aeroporto. Os dois tiveram o bom senso de não tocar em nada relacionado aos acontecimentos de cinco anos atrás.

O trânsito em Rio do Norte à noite era caótico como sempre. A chuva fina já tinha parado, e Clarissa abaixou um pouco o vidro para deixar o ar entrar. Rodrigo olhou para ela de lado e perguntou de repente:

— Dessa vez você vai ficar, né? Não vai embora de novo?

— Não vou. — Respondeu Clarissa com calma. — Rio do Norte também é a minha cidade natal. Nunca devia ter sido eu a ir embora.

Ela só esperava não cruzar mais com ele.

Rodrigo deu uma risada baixa e, após uma pausa, perguntou:

— Quer ver a criança?
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