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Capítulo 6

Penulis: Laranja Rica
Teresa olhou para ela com um olhar cheio de significado e perguntou:

— Você conhece a Sra. Esteves?

A expressão de Clarissa mudou de leve, e ela balançou a cabeça negando:

— Não conheço.

— É mesmo? Que estranho então. — Murmurou Teresa, confusa, antes de explicar o que havia acontecido. — O diretor acabou de me chamar e pediu especificamente para você ficar responsável pelas visitas ao quarto da Sra. Esteves a partir de amanhã. Ele deixou bem claro que você tem que estar presente.

Ao ouvir aquilo, Clarissa franziu as sobrancelhas devagar. Encontrou o olhar investigativo de Teresa, apenas concordou com um aceno leve de cabeça e saiu do escritório com a desculpa de que tinha outros compromissos.

Ficou encostada na parede do corredor, hesitando várias vezes se devia ou não ir confrontar Renato, mas no fim desistiu da ideia. Ela realmente não queria ficar sozinha com ele em nenhuma circunstância.

No fim do expediente, Rodrigo foi buscá-la. Ela fez um esforço para controlar as emoções, não querendo deixar que alguém tão irrelevante estragasse o humor dela, e compartilhou com Rodrigo as coisas boas que haviam acontecido no trabalho.

Rodrigo observou o sorriso suave no rosto dela e não resistiu. Esticou a mão, apertou o rosto dela de leve e perguntou:

— Hoje a gente não vai jantar em casa, tudo bem?

— Então a gente vai onde? — Clarissa não recusou o toque dele e olhou para ele com curiosidade.

— Reservei uma mesa naquele restaurante que você adorava antes. Vamos ver se o sabor continua o mesmo. — Disse Rodrigo, puxando ela para perto e sorrindo.

Surpresa e feliz, Clarissa se encostou nele com um sorriso antes de dizer:

— Após tantos anos, você ainda lembra do restaurante que eu gostava?

— Isso é difícil? — Perguntou Rodrigo, arqueando as sobrancelhas e soltando palavras doces com facilidade. — Tudo o que você gosta sempre vai estar em primeiro lugar para mim.

Aquela sensação de ser lembrada o tempo todo era reconfortante. Desde que Clarissa havia chegado à família Ventura, sempre sentiu o tratamento especial que Rodrigo dava a ela. Não importava o que acontecesse, Rodrigo sempre ficava do lado dela sem hesitar, mimando ela em tudo.

Clarissa olhou para o rosto bonito e descontraído dele e soltou uma risada baixa de repente. Rodrigo sorriu de volta, perguntando sem entender:

— Rindo do quê?

— De nada. — Respondeu Clarissa, balançando a cabeça enquanto o puxava para frente. Explicou de forma vaga. — É que naquele momento eu pensei como eu fui burra no passado.

Tinha um homem tão bom na frente dela e não deu valor, preferindo tentar de forma ingênua aquecer o coração de alguém que era frio. Rodrigo sabia muito bem do que ela estava falando. Deixou ela puxá-lo, com um sorriso no canto dos lábios, e disse sem pressa:

— Não é tarde para voltar atrás agora.

— Você está certíssimo... — Clarissa concordou com seriedade.

Os dois foram se afastando com gestos íntimos, sem perceber que Renato estava parado não muito longe dali, na fila do caixa de pagamentos.

— Senhor, já pode passar o cartão. — Avisou a enfermeira.

Foi só com o lembrete dela que Renato voltou a si, desviou o olhar e entregou o cartão. O pagamento foi rápido. Quando Renato voltou para o quarto, o diretor já estava esperando por ele.

Assim que o viu, Sérgio se aproximou com um sorriso.

— Sr. Renato, pode ficar tranquilo. Hoje mesmo conversei com a orientadora da Clarissa e pedi para ela trazer a menina junto amanhã na visita. — Enquanto falava, o diretor observava a reação de Renato com atenção. Ao ver que a expressão dele permanecia neutra, continuou com um sorriso largo. — Sobre aquele patrocínio dos equipamentos...

— Quem decide sobre patrocínios para o hospital sempre foi minha mãe. É só perguntar para ela. — Respondeu Renato com indiferença.

O diretor percebeu que o assunto estava resolvido e, lembrando de algo, fez outra proposta:

— O trabalho nas enfermarias comuns é muito pesado. Que tal eu transferir a Clarissa direto para cá, para atender só a Sra. Esteves? Assim o senhor também pode vê-la todos os dias, o que acha?

A família Esteves doava uma quantia considerável para o hospital todos os anos, e o diretor queria manter aquela fonte de recursos satisfeita a qualquer custo. Mas dessa vez ele calculou mal e acabou pisando na bola.

Renato franziu as sobrancelhas enquanto dizia:

— Sr. Sérgio, acho que o senhor entendeu errado. O motivo de eu ter pedido para a Dra. Clarissa cuidar da minha mãe é só porque acho ela muito competente.

Vendo o sorriso constrangido no rosto do diretor, Renato manteve a expressão impassível e acrescentou com a voz fria:

— Eu e ela não temos nenhuma intimidade fora daqui.

O diretor enxugou a testa nervosa várias vezes e pediu desculpas com um sorriso forçado:

— Foi um mal-entendido meu, por favor não leve a mal. Peço desculpas.

Renato desviou o olhar com indiferença e ficou observando as nuvens escuras pela janela.

— Espero que o senhor saiba o que deve e o que não deve dizer, para evitar mal-entendidos desnecessários.

Sérgio era esperto e captou a mensagem na hora. Renato estava pedindo para ele ficar calado sobre o assunto. Concordou rapidamente:

— A Dra. Clarissa tem um currículo excelente na área médica. É normal o Sr. Renato valorizar a competência dela.

Ao ver que Renato não respondeu mais nada, Sérgio se despediu:

— Então não vou atrapalhar mais. Qualquer coisa, pode me ligar a qualquer hora.

Só quando a porta do quarto se fechou é que Renato baixou os olhos, perdido em pensamentos confusos. O quarto ficou em silêncio, e Bianca o encarou hesitante antes de dizer com cuidado:

— Renato, já faz tantos anos daquilo. Por que você não conversa direito com ela? Vai que ela supera aquilo e vocês dois recomeçam...

— Mãe, eu e ela já terminamos. — Interrompeu Renato com a voz neutra. — E não tem mais nenhuma chance de continuar. Só quero que a Daniela conheça ela.

Bianca viu que ele não queria mais falar sobre o assunto e só soltou um suspiro baixo. Mudou de assunto:

— A escola da Daniela está de recesso amanhã, e você tem voo, não vai poder ficar com ela. Vou pedir para a Vera trazer ela aqui no hospital, assim ela também pode ver a criança.

Após pensar um pouco, acrescentou devagar:

— Vai que ela fica com pena quando vir a menina.

Renato não demonstrou reação e apenas concordou:

— Tá bom.

O céu cheio de nuvens escuras não demorou muito para começar a soltar uma chuva fina. Clarissa e Rodrigo saíram do restaurante juntos e pegaram aquela chuva em cheio.

Rodrigo pegou o guarda-chuva que o manobrista trouxe, abriu e, quase por instinto, inclinou a cobertura toda para o lado de Clarissa, garantindo que ela não se molhasse nem um pouco. Aquele tipo de pequeno gesto se repetia desde a primeira vez que ele havia segurado um guarda-chuva para ela.

Clarissa não pôde evitar lembrar das vezes em que estava com Renato e chovia. Ele sempre perguntava com a voz gentil se ela estava com frio, mas nunca, nem uma vez sequer, havia inclinado o guarda-chuva para o lado dela.

Aquele tipo de favorecimento incondicional era muito diferente de uma atenção que vinha apenas da educação. O carinho de Rodrigo a fazia se sentir dependente e segura.

Percebendo o olhar sorridente dela, Rodrigo deu uma risada baixa.

— Sorrindo à toa por quê?

— Adivinha. — Clarissa manteve o sorriso.

Rodrigo a puxou para perto, acariciou o rosto dela de leve e deixou um sorriso aparecer nos lábios.

— Será que você ficou encantada comigo, hein?

As palavras dele tinham um tom de brincadeira. Clarissa sorriu de canto e respondeu:

— Você não acha que está se achando demais?

Mas ela tinha que admitir que Rodrigo tinha todo o direito de se achar. Tinha dinheiro, era bonito e ainda era fiel nos relacionamentos. Ele era o tipo de homem que todo mundo queria.

Além disso, Clarissa percebia claramente que, quando estava perto de Rodrigo, sempre mostrava um lado mais infantil sem nem perceber.

Quando chegaram em casa, a chuva ainda estava caindo lá fora. Clarissa havia acabado de entrar no quarto e tirar o casaco quando o celular tocou com uma notificação. Era uma solicitação de contato no WhatsApp, com uma identificação simples: Renato.
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