Na penumbra, Luana estava completamente envolta pela sombra do Dante, densa como se não deixasse passar nem ar.No segundo seguinte, uma roupa quente caiu sobre os ombros dela.Ela sentiu o cheiro do tecido.Era um perfume amadeirado, frio e limpo, que lembrava pinheiros em meio à neve.Como ele tinha dado o sobretudo a ela, Dante agora vestia apenas uma camisa preta bem fina. Os botões de punho, cravejados de diamante, refletiam uma luz cortante, exatamente como ele, bastava um olhar mais demorado e o instinto era se afastar.Nem diante da Lorena Luana tinha chorado. Mas Dante... viu tudo.Sentia-se envergonhada, humilhada, miserável.Ainda assim, não saiu limpando o rosto às pressas. Ficou ali parada, olhando para ele com a expressão vazia, enquanto as marcas do choro brilhavam sob a luz amarelada, como cristais prestes a se desfazer.Dante, pra ela, era um estranho com quem trocou só duas palavras. Alguém difícil de se aproximar e de quem, sinceramente, nem queria se aproximar.Ela
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