All Chapters of Noite Proibida – Desejo Implacável: Chapter 41 - Chapter 50

Entre as pessoas, quando se trata de evitar assuntos constrangedores, todos preferem manter um silêncio tácito, como um acordo não verbal para não expor nada. Lorenzo sorriu de forma educada e comentou: — Pois é, combinei com um amigo, mas ele teve um imprevisto. Posso me juntar a você? Naquele momento, todas as mesas do salão estavam ocupadas. Não havia desculpa plausível para recusar. — Pode sentar. — Obrigado. — Ele agradeceu e chamou o garçom para fazer o pedido. Curiosamente, ele pediu quase os mesmos cortes de carne que eu havia escolhido. Enquanto esperávamos a comida, Lorenzo foi até a área de frutas e voltou com uma bandeja de melancia e laranja. Eu, por outro lado, só pensava em terminar logo a refeição e sair dali. Talvez por causa do contrato com Ícaro, ou por essa relação falsa e cheia de limites, comecei a me sentir desconfortável, como se estivesse fazendo algo errado. Era como se aquilo fosse uma traição, mesmo que não fosse. Quando Lorenzo voltou à me

Ele manteve a expressão inabalável, sem demonstrar qualquer emoção. Era justamente essa neutralidade que me deixava ainda mais inquieta. — O que eu estou pensando? — Ele perguntou, com a voz baixa e carregada de tensão. Naquele momento, qualquer explicação parecia inútil. Ícaro só acreditava no que via com os próprios olhos. Minha mente estava um caos, e tudo o que eu queria era tirá-lo dali o mais rápido possível, sem causar mais desconforto a Lorenzo. — Ícaro, podemos voltar para casa? Eu explico tudo lá, pode ser? Ele soltou uma risada fria e debochada. — Está me chamando de Ícaro? Fiquei sem palavras. Só o chamava assim nos momentos mais íntimos, quando tudo entre nós era puro instinto e entrega. Era, na verdade, uma forma de agradá-lo, quase uma espécie de rendição. Ele baixou os olhos, as pestanas longas sombreando aquele olhar que parecia esperar pelo meu próximo movimento, como alguém que assiste a um espetáculo. Mas eu não conseguia dizer nada. — Você está co

Desta vez, consegui quitar a dívida, salvar a casa e as terras. Também deixei claro para minha família que, daqui em diante, não cuidaria mais dos problemas de Rafael. Ele que se virasse sozinho. Se Rafael voltasse a jogar, não importava se exigissem a mão dele ou até a própria vida como pagamento, isso não seria mais da minha conta. Minha mãe até prometeu que o convenceria a parar de jogar, mas eu sabia bem que mudar um viciado não era algo fácil. Para evitar que eles viessem à empresa causar confusão, decidi bater na porta do escritório de Ícaro. — O que foi? — Ele perguntou sem nem levantar a cabeça, completamente focado nos documentos que lia. Eu apertei as mãos ao lado do corpo, nervosa, e disse: — Sr. Ícaro, a situação da minha família é complicada. Meu irmão não aprende com os erros, e tenho medo que algo parecido aconteça de novo. Se eles ficarem sem dinheiro, com certeza vão me procurar na cidade. E, se descobrirem que fui transferida para a matriz, temo que venham

Ícaro disse: — Ela está com uma crise de gastrite. Está no hospital agora. Quando Catarina chegar, peça para ela preparar algo macio e de fácil digestão para levar. Ela não gosta da comida de restaurante. — Entendido, vou avisar Catarina assim que ela chegar. Ícaro saiu, mas não demorou muito para me ligar novamente. — Você sabe cozinhar? — Ele perguntou de repente. Eu hesitei por um momento antes de responder: — Hum... Sei, sim. — Catarina acabou de me ligar. O marido dela teve uma crise séria de hérnia de disco ontem à noite e foi internado de novo. Ela vai precisar ficar no hospital cuidando dele nos próximos dias. Faça algo que uma pessoa com gastrite possa comer e leve para o hospital. — Certo. Desliguei o celular e comecei a pesquisar na internet sobre alimentação para pacientes com gastrite. Por sorte, havia batata-doce na geladeira. Preparei um mingau de aveia com batata-doce, ovos mexidos e também um pouco de mingau de abóbora. Coloquei tudo em marmitas tér

O sentimento de um homem pela sua primeira paixão é diferente. Para Ícaro, eu era apenas um objeto: alguém que ele chamava e dispensava quando bem entendia. Depois de recolher as marmitas, já me preparava para ir embora. Não fazia sentido continuar ali como uma intrusa. Avisei a Ícaro: — Sr. Ícaro, estou indo embora. Ele, por sua vez, ainda se preocupava com o cardápio. Reforçou que eu seguisse as instruções do médico e evitasse os alimentos que Estela não podia comer. Fui até a cama. Apesar de Estela demonstrar uma simpatia quase amigável, eu sabia que não podia tratá-la como uma verdadeira amiga. Ícaro jamais permitiria isso. — Estela, descanse bastante. Estou indo. Estela, no entanto, se mostrou preocupada. — Como você veio? Quer que o Ícaro te leve? Ícaro me olhou, mas eu rapidamente recusei. — Não precisa, vim dirigindo. Saí do quarto, e antes que a porta se fechasse por completo, ouvi Ícaro dizer, com aquela voz suave: — Quer um pouco de água? Fechei a p