Marcelo ficou como se tivesse sido atingido por um raio, completamente paralisado.— Clarice, você sente tanto nojo de estar perto de mim assim?Olhei para ele com rancor, vendo seu rosto pálido, observando a dor e o desamparo transbordando pouco a pouco em seus olhos.Ele estava chorando, de novo.Seus lábios tremiam, ele queria falar, mas não conseguia pronunciar uma só palavra.Por fim, de olhos vermelhos, agachou-se num canto.De repente, lembrei-me do dia em que fiz oito anos e senti uma vontade súbita de tomar uma garrafa de Coca-Cola.Naquele momento, Marcelo saiu correndo de casa. Começou a chover e ele caiu várias vezes pelo caminho.Quando chegou diante de mim, estava todo machucado, com hematomas no rosto, mas a Coca-Cola em seus braços estava intacta.Ele tirou o casaco, me entregou a garrafa e abriu um sorriso para mim.Também me lembrei do ano em que fiz dezoito anos, quando Marcelo, com o rosto corado, segurou minha mão e disse: "Eu gosto de você". Naquele momento, meu
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