Все главы A Todos, Meu Adeus: Глава 1 - Глава 10

Eram as férias de aniversário na praia que eu tinha planejado para mim mesma por um mês inteiro. Eu achei que, pelo menos naquele dia, ele se lembraria de mim.Reservei com antecedência a casa de praia, escolhi o restaurante, até marquei um jantar especial de onde daria para ver os fogos de artifício.Eu pensei que seria uma viagem romântica, só minha e do Rodrigo.No dia da partida, a campainha tocou. Quando abri a porta, quem estava ali era a amiga de infância, Bruna, com a filha de quatro anos no colo.— O Rodrigo disse que queria me levar para conhecer melhor a praia e deixar a pequena sair um pouco para tomar um ar fresco.Bruna vestia um vestido de gaze branco, sua maquiagem estava impecável, carregava uma bolsa de grife no ombro. Parecia mais que ia gravar um comercial em vez de sair de férias.— Eu até disse que não era uma boa ideia, que podia atrapalhar a viagem de vocês e os seus planos. Mas o Rodrigo disse que você tinha concordado. — Ela acrescentou com um sorriso.Fiquei

Rodrigo, acompanhado de Bruna e a filha, finalmente chegou à mesma rua onde ele tinha me deixado mais cedo naquele dia. Os postes de luz estavam fracos e amarelados, e o vento trazia a umidade do mar. Eu já tinha ido embora, restando apenas a rua vazia e o sopro constante da brisa salgada.Ele franziu a testa e um desconforto inexplicável cresceu em seu peito. Nesse instante, seu celular vibrou. Na tela, apareceu a minha mensagem:[Não precisa vir me buscar. Eu já voltei para casa]Ele soltou o ar por instinto. Mas, assim que respirou de volta, o peito pareceu ainda mais vazio.Eu estava na mansão arrumando as malas. O cheiro familiar do quarto quase me deixava sem ar. Ele ligou. Eu vi o nome iluminado na tela, mas não atendi. Eu não sabia se devia rir ou chorar.Talvez, desde o início, eu nunca devesse ter criado expectativas. Pensei na primeira vez que conheci Bruna. Eu tinha dez anos quando meus pais biológicos me buscaram de volta do lar adotivo. Achei que aquele seria o começo de

Na hora do jantar, eu ainda não tinha voltado.— Por que a Camila não voltou até agora? — Minha mãe começou a se irritar.— Ah, certeza que é de propósito, só para fazer a gente perder o apetite. — Marcelo disse, enquanto jogava no celular, sem nem levantar a cabeça. — Mãe, deixa ela. Daqui a pouco aparece.— Onde ela foi? Por que não voltou ainda? — Meu pai franziu a testa e largou os talheres. — O Rodrigo não saiu para procurar ela? Como é que ela ainda não está aqui?— Vai saber. Deve estar enrolando o Rodrigo de propósito. — Minha mãe bufou, impaciente. — Já é adulta e ainda fica disputando por atenção. E por que o Rodrigo também ainda não voltou?Eles não estavam preocupados comigo, estavam preocupados com o Rodrigo. Enquanto isso, Rodrigo estava correndo o mundo atrás de mim. Para me deixar feliz, ele tinha ido até um leilão e comprado um colar de rubi caríssimo. Ele tentou me ligar, mas meu celular estava desligado. Foi em todos os lugares que eu costumava frequentar e não me en

Rodrigo entrou no meu quarto carregando o vestido de noiva destruído. Ao empurrar a porta, ficou paralisado diante do que viu. O meu quarto já havia sido transformado em um estúdio de dança infantil. As paredes estavam cobertas de fotos de Belinha dançando, os sapatos de dança e brinquedos estavam espalhados pelo tapete rosa.As minhas coisas haviam desaparecido completamente. Os olhos de Rodrigo se arregalaram, ele não conseguia acreditar no que via. Ele cobriu o peito com a mão, sentindo uma dor surda no coração. Então finalmente compreendeu o quanto eu havia sido negligenciada e o quanto me sentia sozinha e desamparada naquele lar.Segurando o vestido, ele saiu lentamente do quarto. Ao passar pela sala, Marcelo o viu e congelou por um instante.— Marcelo, Camila é mesmo do mesmo sangue que vocês? — Rodrigo lançou-lhe um olhar frio e falou com voz grave.O rosto de Marcelo escureceu instantaneamente. Só então ele se apercebeu de que o meu quarto havia sido transformado num estúdio de

Saindo da casa dos Santos, encontrei alguém familiar., o Marcelo. Ele já não era mais aquele pirralho mimado de antes, agora tinha um ar muito mais maduro e responsável.— Camila, você voltou. — Ao me ver, seus olhos mostraram um instante de surpresa, e logo ele sorriu. — Você ficou ainda mais bonita. Por um segundo, não te reconheci.— Marcelo, você também mudou. — Dei um leve sorriso.Ele coçou a cabeça, meio encabulado.— Passei por algumas coisas, acho que finalmente amadureci. — Ele me observou por um instante e, de repente, perguntou. — Camila, você pode ir em casa comigo? Os pais sempre sentiram sua falta.— Tudo bem. — Fiquei um pouco surpresa, mas logo concordei.Eu já pretendia passar lá para tranquilizá-los e avisar que eu estava bem.Fomos juntos e, ao chegar, percebemos a porta da casa totalmente tumultuada.— Tia, por favor, deixa a gente entrar! A gente sabe que errou, de verdade! — Era a voz da Bruna e da mãe dela.Elas tinham sido barradas e, mesmo assim, se recusavam