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A Guerreira Virou Imperatriz: Vinganças e Intrigas
A Guerreira Virou Imperatriz: Vinganças e Intrigas
Author: Lorena Neves

Capítulo 1

Author: Lorena Neves
— General Castelo, mensagem urgente! A Srta. Leona foi abusada e tirou a própria vida. A Sra. Dalia pede que retorne imediatamente e se case em seu lugar!

Na fronteira de Gretis, cascos de cavalo cortavam a água do riacho, levantando salpicos por todos os lados.

Íris Castelo cavalgava na dianteira. Ela vestia roupas simples de mangas estreitas em tom escuro, os cabelos estavam presos apenas por um palito de madeira. Seus fios e vestes esvoaçavam ao vento, exalando uma aura imponente e carregada de fúria.

Ela e sua irmã, Leona Castelo, eram gêmeas, mas devido à superstição de que gêmeos eram um péssimo agouro, Íris foi criada longe da família.

Leona era gentil e doce, nunca criou inimizades. Íris simplesmente não conseguia entender, quem poderia ter ferido uma alma tão pura e bondosa?

Ela jurava vingança, iria arrancar a pele do culpado, estraçalhá-lo e dar de comer aos cães!

Os soldados mal conseguiam acompanhar seu ritmo e gritaram:

— General Castelo, já matamos dois cavalos de tanto correr! Tem uma estalagem à frente, por que não descansamos um pouco...

Íris estalou o chicote no ar, respondendo:

— Se não conseguem acompanhar, voltem para o acampamento!

"Idiotas! Não tem tempo para descanso!"

Agora, ela carregava nas costas a vida de mais de cem membros da família Castelo!

Os soldados forçaram o galope, tentando ao máximo acompanhar, mas ela era a mais veloz cavaleira dos Acampamentos Militares do Norte, a General Castelo, veloz como o vento, fugaz como a sombra.

...

Sete dias depois, na capital.

A família Castelo estava casando uma filha, e não era um casamento qualquer, era com o Imperador. Uma honra suprema.

Povos de todas as partes se reuniam para ver o grandioso evento.

Mas, embora os mensageiros do palácio já tivessem chegado, a noiva ainda não tinha aparecido.

As pessoas murmuravam:

— Ouvi dizer que a primogênita da família Castelo foi capturada por bandidos e foi violentada brutalmente. Dizem que não é mais pura... Como pode entrar no palácio como Imperatriz?

— As mulheres da família Castelo sempre foram escolhidas como Imperatrizes. São símbolo de bênção para o reino de Gretis!

— Será que aconteceu algo mesmo? Por que a noiva ainda não chegou?

Todos esticavam o pescoço, tentando ver através dos portões da Casa dos Castelo.

Na sala principal da casa, a dama do palácio que foi buscar a noiva já tinha tomado várias xícaras de chá, sem conseguir disfarçar a impaciência. Ela recusou outra xícara oferecida por Kleber Castelo com um aceno apressado, dizendo:

— Sr. Castelo, o que está acontecendo com sua filha? Posso ir ao quarto verificar? Não podemos mais esperar! Se perdermos a hora auspiciosa, não sei como vou justificar ao palácio!

Até mesmo os plebeus se preocupavam com a hora auspiciosa para se casar, quanto mais a família real.

A demora da família Castelo parecia arrogância e desprezo pela realeza.

Kleber empalideceu ao ouvir que a dama queria ir ao quarto. Ele forçou um sorriso e respondeu, tentando soar calmo:

— Ah! Deve ser porque a minha esposa está muito relutante em deixar a filha. Ela sempre foi assim. Vou mandar alguém apressá-las, peço só mais um momento!

Com um olhar, sinalizou ao mordomo, que entendeu na hora e correu até o quarto da noiva.

Do lado de fora do quarto, o mordomo bateu respeitosamente, chamando:

— Sra. Dalia, Srta. Leona, o pessoal do palácio está pressionando de novo!

Lá dentro, não havia nenhum sinal da noiva.

Dalia andava de um lado para o outro, enxugando o suor da testa com um lenço.

— Diga que... Diga que o vestido de noiva teve um problema e que a bordadeira está fazendo uns ajustes.

O mordomo hesitou, respondendo:

— Sra. Dalia, isso não vai funcionar! A dama do palácio já perdeu a paciência. Se não dermos uma resposta concreta, ela vai invadir!

Dalia mordeu os lábios, desesperada.

Foi então que uma figura ágil entrou pela janela lateral, leve como o vento.

Dalia se assustou e recuou, exclamando baixo:

— Quem é você?

— Mãe... Sou eu.

Íris removeu a máscara de disfarce, revelando seu rosto deslumbrante. Dalia mal podia acreditar.

— Íris! Minha filha! Você voltou! — Ela correu para abraçá-la, aliviada como se tivesse encontrado a salvação.

— Saudações, mãe. — Íris, fria e contida, não se deteve em emoções.

Sabendo que o tempo era curto, tirou rapidamente suas roupas e soltou os cabelos.

Dalia correu para ajudá-la a vestir o traje nupcial.

— Íris, minha filha, sei que você sempre amou a liberdade... E agora vai ter que viver no harém imperial...

Íris se sentou diante da penteadeira, levantando as saias enquanto falava:

— Mãe, não é hora para sentimentalismos. Já sei de tudo, o mais importante agora é salvar a família Castelo.

Se a família não entregasse uma noiva, seria acusada de desrespeitar o Imperador e poderia ser executada em massa.

Dalia suspirou fundo, murmurando:

— Ainda bem que você voltou. Todos esses anos, eu sempre senti sauda...

— Mãe, como está a Leona? — A voz de Íris era calma demais, assustadoramente serena.

Seus punhos estavam cerrados. Secretamente, ainda esperava que Leona estivesse viva, como nos velhos tempos, pulando em seus braços e dizendo:

— Irmã, vim te ver!

Mas o olhar triste de Dalia rompeu essa esperança.

— Leona... Já foi sepultada. Na verdade, foi até melhor assim, ela sofreu demais, viver seria pior que morrer. Naquela noite, foi jogada na porta da casa, nua, coberta de feridas... Havia até uma marca de queimadura em seu peito...

Dalia não conseguiu continuar. Apenas chorou.

Íris permaneceu impassível, como uma estátua de gelo.

— Quem fez isso? Tem pistas?

— Foi... Foi a Consorte Imperial, Felícia! Ela é a mulher favorita do Imperador. Aquela bruxa cruel destruiu a nossa Leona!

Íris gravou o nome no coração. Com um estalo, o estojo de maquiagem que segurava rachou em suas mãos.

Dalia, preocupada, colocou a mão no ombro da filha e falou:

— Íris, sei que você foi treinada no exército, é forte. Mas o harém imperial é diferente do campo de batalha. Apenas sobreviva e pense em você mesma. Aquela Consorte Imperial é terrível, já causou a morte de inúmeras pessoas, mas o Imperador a ama cegamente. Não a enfrente.

Leona se foi, Dalia não podia perder Íris também.

Mas como dizia o ditado, as coisas nem sempre saem como esperamos.

Íris cobriu o rosto com o véu vermelho, pronta para sair. De repente, do lado de fora, uma voz estridente ecoou:

— O casamento está suspenso! Viemos por ordem da Consorte Imperial!

Dalia segurou a filha, sussurrando:

— Eu vou sair para ver o que está acontecendo.

Lá fora, um eunuco imperial arrogante empinava o queixo, com seu adereço de penas pendurado no braço. Ele anunciou:

— Soubemos que a Srta. Leona foi sequestrada por bandidos. Por ordem da Consorte Imperial, uma oficial do palácio veio para verificar...

— Verificar o quê? — O rosto de Dalia ficou pálido.

— Verificar se a Srta. Leona ainda é casta!

— O quê?

Verificar a virgindade da noiva no dia do casamento? Isso era uma humilhação sem precedentes.
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