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A Tentativa de Reconciliação no Divórcio
A Tentativa de Reconciliação no Divórcio
Author: Pequeno Monstro

Capítulo 1

Author: Pequeno Monstro
Na noite do aniversário de vinte e seis anos de Hana, não houve surpresa, apenas decepção. Cercada por algumas amigas, ela empurrou a porta de um clube, onde a iluminação era fraca e a música tinha um tom provocante. Mulheres vestidas de forma sensual dançavam de maneira sugestiva, exibindo movimentos ousados. A cena era um retrato perfeito de decadência: luxúria, excessos e hedonismo.

— Ah... Entramos no lugar errado. — Dolores Nunes segurou o braço de Hana. — Hana, nossa sala privada é na porta ao lado.

Hana afastou a mão de Dolores e olhou calmamente para Breno, que estava sentado no sofá. Mas, por dentro, era como se uma mão invisível estivesse apertando seu coração com força. Cada respiração trazia uma dor surda e tudo ao seu redor parecia embaçado.

Eles estavam casados há dois anos. Hana sabia das inúmeras fofocas envolvendo Breno, de suas aventuras e excessos. Mas ver aquilo com os próprios olhos era algo que a encheu de indignação e tristeza.

Breno também a viu. No entanto, ele parecia completamente indiferente, sem qualquer mudança em sua expressão ou nos olhos.

Rebeca Carmo, que estava ao lado de Breno, sinalizou para que as mulheres que dançavam saíssem, desligou a música e se levantou:

— Cunhada, não entenda mal. Estamos apenas brincando.

— Cunhada? — Dois homens ao lado de Breno, que já tinham ouvido falar de Hana, trocaram olhares nervosos entre si. Eles olharam para Breno e depois para Hana, tentando se explicar. — Cunhada, não é nada do que você está pensando.

Breno continuou ignorando Hana e levou o copo de bebida aos lábios, sem se importar.

Rebeca, com uma expressão de enfado, reclamou:

— Cunhada, a gente só veio assistir a um show. Comigo aqui, eles jamais teriam coragem de levar essas mulheres baratas para um quarto. Não é motivo para você ficar brava com o Breno.

Hana olhou para Rebeca. Era uma mulher razoavelmente bonita, amiga de infância de Breno.

Até aquele momento, Hana não havia dito uma palavra sequer. Como Rebeca podia falar em "ficar brava"? A mulher claramente estava tentando provocar.

— Desculpem, atrapalhei vocês. — Hana respondeu, esforçando-se para conter a dor, antes de se virar e sair.

No corredor, suas amigas estavam indignadas. Dolores segurou o braço de Hana:

— Hana, nossa sala é ali na frente. Para onde você está indo?

Hana parou e olhou diretamente para Dolores:

— Vamos nos excluir das redes. Não quero mais contato com você.

A declaração deixou todos em choque.

Dolores arregalou os olhos, incrédula:

— Hana, você enlouqueceu? Seu marido está te traindo, e você quer cortar relações comigo por causa disso? Somos amigas há tantos anos! Você vai terminar tudo isso por causa de um idiota?

Dolores insistiu em organizar o aniversário de Hana e, pior, escolheu um lugar que ela detestava. Como isso não teria relação?

Com o coração pesado, Hana usou toda sua força para conter sua raiva:

— Quanto a Rebeca te pagou?

Dolores hesitou, desviando os olhos:

— Eu...

Hana não lhe deu oportunidade para se explicar:

— Estou casada com Breno há dois anos. Sei muito bem que tipo de homem ele é. Não sou idiota. Não preciso que você e Rebeca armem um plano para forçar nosso divórcio.

Dolores tentou tocar Hana, seus dedos trêmulos de nervosismo:

— Hana, eu só... só não queria que ele continuasse te enganando.

Hana desviou do toque e respondeu com frieza:

— Nossa relação termina aqui.

Ela não precisava de uma amiga que fosse capaz de traí-la por interesses próprios.

Hana saiu rapidamente daquele lugar que a enojava.

Dolores ficou cercada pelas outras amigas, que começaram a questioná-la:

— Hoje era o aniversário da Hana. O que você fez?

— Você realmente aceitou algo daquela mulher?

— Dolores, foi isso que você preparou como "surpresa" para a Hana?

O aroma do álcool impregnava o ar no camarote, que estava absurdamente silencioso. Uma tensão quase palpável pairava sobre o ambiente, abafando qualquer tentativa de conversa.

Breno havia acabado de virar vários copos de uísque forte. Ele se recostava preguiçosamente no sofá, com o olhar afiado e uma expressão de irritação evidente. Incomodado, puxou a gravata com impaciência, percebendo que a faixa preta que havia sido usada para cobrir seus olhos ainda pendia em seu pescoço. Isso o deixou ainda mais frustrado. Com um movimento brusco, arrancou o tecido e o atirou na mesa com força. Logo em seguida, tirou o paletó e a gravata, começando a desabotoar, devagar, os primeiros botões da camisa branca.

Rebeca, sentada ao lado de Breno, cruzou os braços e se recostou no sofá com um suspiro impaciente. Com um tom carregado de insatisfação, ela comentou:

— Mulheres são todas tão mesquinhas assim? É só um showzinho de dança de uma garota bonita, e já ficam irritadas? Sinceramente, é por isso que eu odeio brincar com mulheres. Não tem graça nenhuma.

Caio Cruz, sentado do outro lado, pegou a garrafa e encheu novamente o copo vazio de Breno, tentando aliviar o clima:

— Vamos beber, Breno. Não deixa a diversão acabar.

Breno se inclinou para a frente, pegou o copo e, sem hesitar, virou o conteúdo de uma só vez. O gosto forte do álcool queimou sua garganta, mas ele nem sequer piscou. Com a voz fria e despretensiosa, perguntou:

— Quem armou isso?

O grupo congelou no mesmo instante.

— Ninguém armou nada. — Rebeca respondeu, nervosa. — Foi só uma coincidência, nada mais.

Breno curvou os lábios em um sorriso sarcástico e levantou os olhos, lançando um olhar cortante para Rebeca. Ele apontou para a porta por onde Hana havia acabado de sair e perguntou:

— Quem é ela?

Rebeca trocou olhares de desespero com os outros, procurando ajuda.

Breno repetiu, agora com a voz mais incisiva:

— Eu perguntei, quem é ela?

Rebeca sabia exatamente quem ela era. Hana era a linha que Breno nunca permitia que ninguém ultrapassasse. Ela era o limite, um nome que ninguém ousava mencionar sem cautela.

— Hana. — Murmurou Rebeca, quase num sussurro.

Breno soltou uma risada de escárnio, cheia de ironia e amargura.

Sim, ela era Hana. Todos ali sabiam o peso desse nome. Hana não era apenas um nome; era um símbolo, uma parte de Breno que ninguém ousava tocar.

Ele pronunciou cada palavra com firmeza:

— Ela nunca deveria estar em um lugar como este.

Rebeca, contrariada, murmurou baixinho:

— E quem disse que uma cientista farmacêutica não pode se divertir em um lugar assim?

Breno inclinou o corpo para a frente, apoiando os cotovelos nos joelhos e abaixando a cabeça. Sua voz ficou ainda mais gélida, quase um sussurro ameaçador:

— Fazer algo tão feio assim… é divertido para vocês?

Caio, ao notar o pânico evidente no rosto de Rebeca, decidiu intervir, assumindo a responsabilidade:

— Breno, fui eu. Fui eu que pedi a garota para dançar. E também fui eu que arrumei uma maneira de trazer sua esposa para cá. Só queria ver se ela ainda sente algo por você.

Breno levantou a cabeça lentamente, e seus olhos frios e penetrantes se fixaram em Caio. Era um olhar que parecia atravessar a alma, gélido e implacável.

Caio engoliu em seco, sentindo o peso daquela expressão. Sua garganta secou, e sua coluna ficou rígida de tensão.

Hana não conseguia dormir. Nas primeiras horas da madrugada, ainda insone, ela se levantou e foi até a cozinha. Tirou um pouco de leite da geladeira, aqueceu-o e sentou-se no sofá da sala para beber.

A brisa suave da noite entrava pela sala, balançando delicadamente as cortinas transparentes. As luzes da cidade brilhavam mais do que a escuridão lá fora. Tudo era silêncio.

Ela segurava o copo de leite quente com as duas mãos, bebendo pequenos goles. Mas, por dentro, sua mente estava agitada, incapaz de encontrar paz.

Um leve ruído quebrou o silêncio.

Hana virou a cabeça em direção à porta. A fechadura girou, e Breno entrou. Ele parou no hall de entrada e trocou os sapatos pelos chinelos. Seus olhos percorreram a sala bem iluminada antes de pousarem sobre Hana.

Hana, que geralmente ia dormir cedo, estava acordada naquela noite, algo incomum. Ela olhou para Breno de relance, terminou o leite de uma vez e foi até a cozinha para lavar o copo. Depois, apagou as luzes e saiu.

Breno jogou-se no sofá com uma postura despreocupada, braços e pernas esticados. Ele reclinou a cabeça no encosto com um ar de cansaço. Parecia ter bebido demais ou estar exausto. Ficou ali, imóvel, com os olhos fechados.

Hana passou silenciosamente ao lado dele, tentando não chamar atenção.

— Estava me esperando? — A voz de Breno, fria e grave, ecoou pela sala.

Hana parou no meio do caminho, de costas para ele. Seu peito ficou apertado, e ela soltou um suspiro leve.

— Não. — Respondeu, com a voz firme.

— Viu o seu marido se divertindo fora de casa e não tem nada a dizer? — Breno perguntou.

As palavras dele perfuraram o coração de Hana como uma agulha, uma dor aguda que a fez prender a respiração. Mas ela já estava acostumada a enterrar suas mágoas bem fundo.

O silêncio tomou conta da sala. Foram apenas alguns segundos, mas pareceram uma eternidade. O ar parecia ter parado, e o peso das palavras de Breno pairava sobre ela.

Por fim, Hana fingiu uma calma que não sentia. Em um tom sereno e controlado, respondeu:

— Cuide da sua higiene e proteja-se.

A frase de Hana foi como um golpe direto no orgulho de Breno. Ele se levantou do sofá abruptamente e caminhou até ela com passos rápidos.

Antes que Hana pudesse reagir, Breno agarrou seu pulso e o puxou com força.

Hana foi pega de surpresa e se virou bruscamente. A dor no pulso era intensa, e seus olhos se encheram de lágrimas. Assustada, ela perguntou:

— Breno, o que você está fazendo?
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