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A mão trêmula de Marco agarrou o papel do ultrassom, olhando para o tempo da gestação.— Um filho... eu tenho um filho?Ele ficou murmurando para si mesmo, e um lampejo de felicidade acendeu em seus olhos. Para alguém que havia ouvido dos médicos, que aquele acidente poderia tê-lo tornado estéril, aquilo era um milagre chocante. Percebendo a oportunidade, Sandra não perdeu tempo em assumir seu papel patético habitual e jogando-se aos pés de Marco, ela disse:— Sim, Marco! É um presente de Deus! Você não pode matar o nosso filho, por causa daquela vadia da Odessa!SLAP!O som do tapa foi seco e claro.Mas não foi Marco quem a acertou, foi Jude. Ele recolheu a mão e a limpou nas calças, como se tivesse acabado de tocar em algo imundo.— Cuidado com a boca. — Seus olhos estavam sombrios. — Não insulte a minha esposa novamente ou arranco essa sua língua e jogo para os cachorros.Então, ele retirou outro documento dos bolsos e jogou no colo de Marco.— Já que todo mundo gosta de jogar prova
O tempo foi engolido por um turbilhão de sensações.O mundo lá fora desapareceu, tornando-se apenas um zumbido abafado de uma realidade distante. Do outro lado da porta pesada, eu quase conseguia sentir a mudança na atmosfera do corredor — De sussurros escandalizados para um silêncio pesado e sufocante que marcava a humilhação final de Marco. Ele arquitetou tudo aquilo e agora era forçado a ficar de guarda, do lado de fora da sala, onde o seu grande plano havia se voltado contra ele, transformando-se numa genuína prova da devoção do meu marido. Por longas duas horas, nós éramos as únicas duas pessoas no universo.Jude se esbaldou com meu corpo, consumindo cada gosta da droga, com uma paixão tão intensa que parecia que ele estava marcando a minha própria alma.Aquilo não era apenas sexo, era praticamente um exorcismo.Era a declaração definitiva de que eu era a sua salvação e, para mim, cada toque, cada beijo era uma vitória.Quando terminou, ficamos abraçados naquele sofá macio e a
O Marco não morreu.Ele ficou cerca de um mês e meio na UTI, até que acordou milagrosamente. Mas ele não desapareceu como eu imaginei que faria, na verdade ele ficou ainda mais louco e obcecado. Já que o seu ato de autopiedade não havia funcionado, ele decidiu tentar uma nova tática e passou a gastar o que restava dos recursos da família Bianchi, para forçar encontros "por acaso".Exibições de arte, leilões, jantares de negócio — Em qualquer lugar que a família Moretti comparecesse, com toda certeza, o Marco, em sua cadeira de rodas, estaria lá.Ele não gritava mais, apenas me observava como uma cobra sorrateira na grama.Bom, até essa noite.A família Moretti estava organizando um leilão de caridade, para celebrar oficialmente a minha posse sobre o negócio de joias da família. Eu estava circulando entre os convidados, tentando encontrar o Jude, quando um garçom, em pânico, veio até mim.— Senhora Moretti! Temos um problema! O Don... lá no andar de cima. Ele não está... ele não parece
A imagem do Marco destruindo a própria mão ficou gravada em minha mente. Definitivamente eu não conseguia esquecer.No dia seguinte, não aguentei e atormentada por aquela visão, eu decidi que precisava sair.— Eu vou lá fora. — Eu disse ao Jude. — Preciso fazer ele ir embora.Jude franziu a testa.— Não tem necessidade.— Ele vai morrer se continuar lá.— Isso é escolha dele.— Jude, eu não quero um homem morto pesando na minha consciência.Ele ficou em silêncio por alguns segundos. Então, finalmente consentiu:— Eu vou com você.Marco permanecia lá fora ajoelhado, com a sua mão direita enrolada em bandagens ensanguentadas. Seu rosto estava pálido como o de um fantasma, mas uma esperança insana ardia em seus olhos.Quando ele me viu, tentou se levantar, mas cambaleou por causa da perda de sangue e caiu novamente de joelhos, rastejando na minha direção.— Odessa...Ele ergueu a mão arruinada, com um sorriso torto e suplicante em seu rosto.— Tá vendo? Eu me puni e quebrei esta mão... Ag
A mansão dos Moretti estava silenciosa naquela noite. Nenhum convidado barulhento, apenas os seguranças com seus paletós pretos... e aquele homem ajoelhado do lado de fora, na frente do portão principal.Marco estava ali há mais de cinco horas. A chuva pesada, chicoteava seu corpo com força, mas ele não se mexia. Através dos monitores de segurança, era possível ver tudo. Desde seu rosto pálido, até suas costelas quebradas — Um presente dos guardas, que haviam tentado tirá-lo dali mais cedo.— Ainda não foi embora?A voz de Jude veio por trás de mim, o que fez eu me virar.Ele tinha acabado de sair do banho, com os cabelos ainda molhados e pingando nos ombros. Usava um roupão de seda preto, amarrado frouxamente na cintura, o que deixava o seu peito escultural totalmente exposto.O ar estava repleto de um cheiro amadeirado de cedro, que parecia ao mesmo tempo intoxicante e perigoso.— Ele está esperando que eu o perdoe. — Falei, com os olhos fixos no monitor.— Você vai? — Jude se coloc
O cano da arma estava sendo pressionado contra a testa de Marco, fazendo ele congelar e prender a própria respiração.Mas Jude não puxou o gatilho, ele apenas sorriu com o canto da boca e guardou a arma.— Matar você iria arruinar meu casamento.Virando-se para aquela multidão, que era formada pela elite de Nova York, ele disse:— De agora em diante, minha esposa é quem administra o negócio de joias da família Moretti. Ela não é apenas a esposa do Don, ela é a principal designer.A multidão respirou ofegante.O rosto de Sandra se encheu de raiva:— Com que direito?! — Ela não conteve o grito. — Ela é apenas uma aleijada! Não consegue nem segurar a droga de um lápis! Eu sou a vencedora! As Lágrimas da Medusa.O Jude nem olhou para Sandra. Ele apenas estalou os dedos e uma tela gigante piscou e começou a exibir o início do primeiro vídeo: As gravações de segurança da explosão de dois anos atrás.Lá estava eu, arrastando Marco daquele inferno. O pedaço de vidro que me acertou e rasgou os