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Capítulo 7

Penulis: Nina Prado
O grupo seguiu em direção ao clube.

O Jardim Imperial ficava em um recanto discreto da região mais agitada da cidade, mas parecia pertencer a outro mundo. Ali não havia o frio do concreto e do aço, e sim alamedas sinuosas, lagos tranquilos, quiosques elegantes e varandas abertas. A cada passo, uma nova cena surgia, como se fosse um refúgio tropical cuidadosamente planejado, com árvores frondosas, palmeiras e o perfume doce das flores pairando no ar.

Quem tinha o privilégio de entrar ali, sem exceção, era alguém de grande nome na Cidade N ou até mesmo em todo o país.

Naquela noite, o lugar brilhava ainda mais, repleto de estrelas.

Cristiane, cercada pelo grupo, atravessava os corredores sinuosos até chegar ao salão reservado "Esmeralda".

Ela usava um vestido branco de corte simples, mas de design refinado. Sua aura fria e elegante destoava do burburinho ao redor, e exatamente por isso atraía todos os olhares.

Alexandre caminhava ao lado dela, sempre meio passo atrás. Uma postura que revelava intimidade, mas sem ultrapassar limites. O sorriso tranquilo suavizava seus traços imponentes.

Não muito longe, oculto nas sombras, Henrique segurava uma taça de vinho. Os olhos, profundos como um lago congelado, estavam fixos na silhueta delicada.

"Cristiane?

O que ela estava fazendo ao lado de Alexandre?"

Ele semicerrava os olhos, atravessando a multidão até capturar com precisão o perfil dela.

Era realmente ela.

A mulher que, em nome da lei, ainda era sua esposa!

O olhar de Henrique acompanhava cada passo, até deter-se diante da porta do salão "Esmeralda".

A porta não estava totalmente fechada, deixando uma fresta.

Quase sem perceber, movido por impulso, Henrique se aproximou e espiou pelo vão.

Alexandre ocupava o lugar de honra, ladeado por duas mulheres.

Uma delas era Cristiane.

"Com aquele ar apagado e frágil, como poderia ser a enigmática e temida N?"

Henrique zombava em silêncio.

A outra parecia ainda mais jovem, o rosto inocente, a atitude submissa, menos provável ainda de ser a figura lendária.

Então seria…

O olhar de Henrique afiou-se ao pousar sobre o jovem sentado ao lado de Cristiane, expressão aberta, mas uma presença que não passava despercebida.

"Seria ele? O verdadeiro N?

N e Cristiane eram próximos?

Por que ela nunca mencionara isso?"

Uma irritação inexplicável tomou conta dele.

Nesse momento, o celular de Cristiane tocou. Ela se inclinou, disse algo baixinho a Alexandre e saiu sozinha.

Caminhou até um canto mais silencioso sob a varanda, pronta para atender.

— Alô…

Não conseguiu terminar. Uma força brutal a puxou de repente!

O mundo girou, e Cristiane se chocou contra um peito firme e quente. O cheiro intenso de álcool misturado a uma frieza familiar a envolveu.

Era Henrique!

— Cristiane… Está ficando esperta, não é? — A voz grave soou sobre sua cabeça, carregada de sarcasmo e raiva contida. — Se não me engano, ainda não estamos divorciados. E já não aguentava mais? Saiu correndo atrás de um substituto?

O braço dele a envolveu como morsa de ferro, apertando sua cintura com tanta força que parecia prestes a esmagá-la.

Cristiane sentiu uma pontada aguda de dor.

Debatia-se com força, tentando empurrá-lo.

— Henrique, enlouqueceu? Me solte agora! — A voz cortante e gélida ecoou.

Mas, em vez de soltá-la, ele a apertou ainda mais. O rosto bonito aproximou-se perigosamente do dela, os olhos borbulhando raiva, ressentimento e… Uma ponta de posse inconsciente.

— Eu, louco? — Ele riu com frieza. — Ao ver minha própria esposa rindo e conversando com outro homem, você me diz… Não deveria enlouquecer?

— O senhor Henrique anda mesmo esquecido. — Cristiane ergueu o rosto, firme, o canto dos lábios curvado em sorriso zombeteiro. — Já esqueceu que estamos em processo de divórcio? Desde quando, afinal, o senhor Henrique nutriu sentimentos tão profundos por mim?

Os olhos dele se estreitaram, frios. Ao encarar aquele rosto lindo, uma lembrança ardente lhe atravessou a mente.

— Talvez eu não tenha mostrado… Mas você sabe bem que houve momentos em que eu nunca consegui resistir a você.

Cristiane ficou atônita, as faces tingidas de vermelho.

"Desde quando esse homem se tornara tão descarado?"

— O senhor Henrique não me encurralou aqui só para relembrar o passado, não é? — Disparou, a voz firme.

Henrique a soltou, retomando o ar de indiferença.

— Você é próxima de Alexandre?

— E daí…?

— Então deve saber quem é N, não é? — Finalmente lançou a dúvida que o corroía.

Cristiane o fitou com um meio sorriso irônico.

— Ah, então o senhor Henrique também tem interesse em N. Já ia esquecendo… O Grupo Carvalho também tem negócios no setor médico.

Henrique não quis rodeios. Foi direto ao ponto:

— Se você me disser quem é N, eu mudo o acordo de divórcio. Pode levar mais duzentos milhões.

Cristiane cruzou os braços, olhando para ele como quem contempla uma fera exótica.

— Duzentos milhões? Muito obrigada pela generosidade do Sr. Henrique. Na verdade, eu ia lhe contar uma coisa… mas agora, de repente, não quero mais.

Foi a primeira vez que Henrique enxergou essa mulher de verdade. E notou que suas ambições estavam longe de ser pequenas.

Ele estendeu o braço e a empurrou contra a coluna atrás dela, os olhos penetrantes cravados nos dela.

— Quanto você quer?

Cristiane o afastou de um empurrão, o olhar frio como gelo.

— Senhor Henrique, você e eu não temos nada em comum. Fora da cama, confesso, não vejo nada em você que valha a pena!

"Fora da cama?"

O rosto de Henrique escureceu como tinta. Essa mulher ousava zombar dele?

Não fazia ideia de que ela também tinha esse lado feroz. Se soubesse, já a teria feito sofrer ainda mais…

Henrique deixou escapar um riso frio, a voz carregada de ameaça:

— Cristiane, você ousa me desafiar?

Ela ergueu o queixo, firme, e rebateu sem hesitar:

— E se eu ousar mesmo, Sr. Henrique? O que o senhor pode fazer comigo?

O olhar dela se tornou cortante, tão frio quanto o dele. Não havia sombra de medo.

Depois do divórcio, Cristiane se tornara dura como ferro. A suavidade de antes desaparecera.

Essa mulher… Sempre tinha o dom de inflamar sua fúria com facilidade!

O semblante de Henrique se obscureceu até destilar trevas.

De repente, a mão dele agarrou o pescoço dela.

E, sem aviso, cravou os dentes nos lábios vermelhos.

Os olhos de Cristiane se arregalaram, um choque percorreu-lhe o corpo. Uma dor latejante explodiu em sua boca.

"Esse homem só pode ser um maldito cachorro!"

Furiosa, ergueu a perna para atingi-lo, mas Henrique previu o movimento. A outra mão dele se fechou firme em seu joelho, imobilizando-a.

— Cristiane, o divórcio ainda não saiu no papel. Não me provoque, ou não me importarei em fazer você chorar e implorar de novo!

A voz perigosa roçou-lhe o ouvido, carregada de desejo sombrio.

Cristiane ficou sem palavras...

"Esse homem poderia ser ainda mais descarado?"

— Me solte! — Disparou, num tom baixo e cortante. — O senhor Henrique não tem um pingo de vergonha?

Henrique finalmente a largou, mas não sem antes lançar uma ordem:

— O aniversário do Grupo Carvalho está chegando. O vovô fez questão que você comparecesse. Não me cause problemas.

Ele ajeitou a lapela amassada do terno, voltando à postura arrogante, a voz marcada por autoridade inquestionável.

"De novo esse vovô…"

Cristiane riu por dentro, gelada.

Sempre usava o avô como pressão. Mas seria a última vez.

Respirou fundo, abafou a irritação e estampou no rosto um sorriso impecável.

— Atuar em cena? Quem não sabe? Talvez eu não seja tão profissional quanto a outra de ofício, mas não vou passar vergonha ao seu lado. — E, como se fosse uma despedida, inclinou levemente a cabeça, elegante, como se o confronto de segundos atrás jamais tivesse existido. — Ah, e mais uma coisa, senhor Henrique: não se iluda. N jamais se interessaria por você.

Com essa bomba sutil, virou-se e caminhou decidida em direção ao salão Esmeralda. A porta fechou-se atrás dela, isolando sua figura.

Henrique permaneceu imóvel, os olhos fixos na porta. A visão dela escapava de seu alcance.

Os punhos se cerraram, as veias saltaram em suas mãos.

"Maldição!"

Como conseguia aquela mulher deixá-lo tão enfurecido? Com aquela insolência, aquela altivez… Ele tinha vontade de…

Puxou o celular do bolso e discou um número sem hesitar:

— Segurem o acordo de divórcio. Só entreguem depois da festa de aniversário.

Do outro lado da linha, Wellington não entendeu nada, mas não ousou perguntar. Deu meia-volta no carro às pressas para recolher os documentos recém-enviados.

Henrique voltou ao salão, mas parou em seco.

O espaço estava vazio. Nem Marcelo, nem Maria.

O ar ainda trazia o cheiro de comida e vinho, mas sobre a mesa havia apenas um objeto solitário: o celular de Maria, a tela escura.

Um pressentimento sufocante o agarrou.

O coração perdeu uma batida.

— Mia? — Chamou alto. — Mia!

A única resposta que recebeu foi o silêncio sepulcral.

O rosto de Henrique empalideceu, os músculos tensos. Em um rompante, girou nos calcanhares e disparou porta afora.

Os seguranças de preto, postados na entrada, se sobressaltaram com a fúria dele.

— Onde ela está?! — A voz soou gelada, carregada de raiva prestes a explodir.

Os homens se entreolharam, sem respostas.

— Procurem! — Ele rugiu. — Fechem todas as saídas. Revirem cada canto!

Os seguranças se espalharam num piscar de olhos, a operação se movendo com rapidez.
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