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Capítulo 6

Author: Surpresa da Primavera
Os olhos claros de Sandra ficaram momentaneamente desfocados.

Nos últimos cinco anos, ela sempre preparava com todo cuidado um presente de aniversário para Pablo com meses de antecedência. Depois, escondia o presente no fundo do guarda-roupa, ansiosa para surpreendê-lo no dia.

Ela já havia dado a ele um prendedor de gravata que ela mesma poliu, ternos que ela mesma desenhou e até perfumes que ela mesma havia criado.

Mas Pablo nunca sequer olhou para os presentes. Ele simplesmente os jogava de lado, sem o menor interesse.

Por outro lado, a caneta com as iniciais dos nomes deles [PB MN], um presente de Mônica, estava sempre no bolso dele. Ele a carregava para todos os lugares, brincando com ela de vez em quando.

E durante todos esses anos, Sandra nunca recebeu um presente de Pablo. Agora, prestes a se divorciar, ele finalmente se lembrou de lhe dar algo.

Sandra olhou para o pequeno estojo em sua mão, seus dedos se fechando lentamente. Seus cílios longos e delicados tremularam como asas de borboleta.

Pablo, que a observava de cima com seus olhos profundos, percebeu a expressão delicada no rosto dela. Ele notou o pequeno sinal de comoção e deixou que os cantos de seus lábios finos se erguessem levemente.

"Todas as mulheres do mundo são iguais. Especialmente Sandra, uma mulher que nunca viu muita coisa na vida. Era fácil de agradar, fácil de manipular." Ele pensou.

Sandra abriu o estojo diante dele. Dentro, havia um par de brincos em forma de gota, feitos de pequenos diamantes.

À primeira vista, os brincos pareciam bonitos. Mas Sandra percebeu imediatamente que nenhum dos diamantes tinha sequer um quilate. Para pessoas como Pablo, brincos com diamantes tão pequenos eram insignificantes, algo que nem valia a pena exibir.

No entanto, o que mais feriu Sandra foi reconhecer o par de brincos. Eles eram, na verdade, um brinde que acompanhava o colar de rubi que Pablo havia dado a Mônica.

Sandra e Mônica faziam aniversário com apenas um dia de diferença.

Desde que Mônica foi trazida para casa por seu pai, Sandra nunca mais teve uma festa de aniversário só para ela. Todos os anos, o aniversário dela era celebrado junto com o de Mônica. Ela nunca teve um bolo ou um presente que fosse realmente seu.

Assim como esses brincos, que não passavam de um acessório, uma sobra, um complemento sem valor.

Mônica havia roubado a vida que deveria ser de Sandra. E agora, o marido dela estava pisoteando o pouco que restava de sua dignidade.

"Que piada sem graça..."

Sandra pegou o estojo e o arremessou sem cerimônia no lixo próximo.

— Sandra! O que você está fazendo? — Os olhos de Pablo se arregalaram de incredulidade.

— Pablo, se você queria me insultar, poderia ter feito isso diretamente, sem precisar me dar um presente que nem vale nada. Eu deveria me sentir grata por isso? Deveria cair aos seus pés, chorando de alegria?

Sandra levantou os olhos para ele, encarando os olhos escurecidos de raiva. Sua voz era fria como gelo:

— Se você quer continuar se divertindo com outras pessoas, pelo menos aprenda a manter as aparências. Se fosse para me comprar, deveria ter me dado algo como aquele colar de rubi que deu para Mônica.

Pablo ficou imóvel, claramente surpreso. Ele cerrou os lábios finos, mas não disse nada.

Sandra, sem se abalar, fechou a mala com força:

— Mas, mesmo assim, eu não aceitaria. Eu teria nojo de usar algo vindo de você.

O rosto de Pablo ficou tão sombrio quanto uma tempestade. Sua voz, normalmente grave e magnética, saiu rouca e cheia de tensão:

— Eu me expressei mal ou você é incapaz de entender o que eu digo? Eu já disse que só vejo a Mônica como minha irmã. Nós somos completamente inocentes. Se você tem um delírio ou está inventando coisas, procure um médico. Mas pare de usar isso para me provocar!

— Vamos nos divorciar, Pablo. — Sandra pegou o acordo de divórcio já assinado, que estava sobre a cama, e o entregou calmamente para ele. Seus olhos brilhavam com determinação. — Eu já ouvi o suficiente desse "somos inocentes". Você pode continuar repetindo isso, mas eu já não suporto mais ouvir.

Ela continuou, sua voz firme e carregada de sarcasmo:

— Eu sei que você e Mônica se amam. Estou disposta a abrir mão desse casamento e deixar vocês dois viverem felizes. Assim, vocês não precisarão mais fingir e nem esconder seus encontros sob o pretexto de viagens de trabalho. Você não acha que está sendo injusto com a minha querida irmãzinha, fazendo-a viver desse jeito?

— Divórcio? Você teve mesmo a coragem de dizer isso. — Pablo estreitou os olhos, sua voz carregada de raiva.

Ele ignorou completamente as mágoas de Sandra, fingindo não ouvir nada do que ela sentia ou dizia. Só conseguiu se fixar na palavra "divórcio", como se ela tivesse cometido a maior das ofensas.

Pablo deu alguns passos em direção a ela, a presença imponente dele a sufocando. Sua voz era fria e cheia de desprezo:

— A nova lei de casamento entrou em vigor. Agora, os bens adquiridos após o casamento são divididos de forma clara. Se você quer o divórcio, vai sair de mãos vazias. Não pense que levará nem um centavo meu.

Sandra o encarou, os olhos firmes e sem hesitação.

— Eu tenho mãos e pés. Para que eu precisaria do seu dinheiro? — Ela respondeu, com um tom que parecia vir do fundo da alma. — Pode ficar tranquilo. Eu saio exatamente como entrei. Nunca toquei no que não é meu, e não será agora que vou começar.

Os olhos de Pablo escureceram, tomados por uma raiva crescente. A mulher que antes era submissa e obediente agora se mostrava desafiadora e decidida.

Ele se perguntava de onde vinha tanta confiança. Sem uma carreira, afastada da família Neves, o que a fazia acreditar que podia enfrentá-lo?

— E o Caio? — Pablo perguntou, estreitando os olhos enquanto usava o filho como uma arma. — Você vai abandoná-lo também? Acha que consegue vencer uma disputa de guarda contra mim?

Sandra manteve o olhar inabalável.

— Não é uma questão de vencer ou não. Eu não quero a guarda dele. — Sua voz era tão calma que parecia um golpe direto no coração. — O Caio fica com você.

Os músculos do rosto de Pablo se contraíram. Ele a encarou, incrédulo, como se não reconhecesse a mulher à sua frente. Era difícil acreditar que esta era a mesma Sandra que ficava ao lado do leito de hospital do filho, rezando noite e dia, implorando a Deus pela recuperação dele.

Caio sempre foi o centro do universo de Sandra, a razão de sua existência, e agora ela simplesmente o descartava como se ele não significasse nada?

— Eu realmente te superestimei. — Pablo falou, a voz baixa, mas carregada de frieza. — Meu erro foi acreditar que você era diferente. Mas você é exatamente como seu pai sempre disse. Egoísta, insensível, incapaz de sentir algo por ninguém além de você mesma. Eu achei que você amasse o Caio, mas agora vejo que tudo foi uma farsa, uma tentativa de me enganar.

Sandra soltou uma risada, curta e amarga, mas não respondeu de imediato. No fundo, ela sentia uma dor aguda no peito.

Ela sabia que o pai sempre preferiu Mônica. Ele nunca perdeu uma oportunidade de diminuí-la, seja em casa ou em público, para destacar as "qualidades" da meia-irmã. Mas Sandra sempre ignorou. Para ela, o pai havia deixado de existir no momento em que sua mãe morreu.

— Isso mesmo, eu atuei por cinco anos. E sabe de uma coisa? Eu cansei de fingir. — Sandra encarou os olhos gelados e impiedosos de Pablo, aqueles mesmos olhos que um dia a fizeram se perder de amores. Finalmente, depois de cinco anos guardando a pergunta no fundo do coração, ela teve coragem de dizer. — Você está arrependido agora, não está? Aposto que, se pudesse voltar atrás, teria se casado com a Mônica, não é?

Seguiu-se um longo silêncio, sufocante e carregado de tensão, como se o ar tivesse sido arrancado do ambiente.

Pablo não respondeu de imediato. O silêncio entre eles era sufocante.

— Agora que penso nisso, teria sido muito melhor se eu tivesse escolhido a Mônica. — Ele finalmente disse, a voz carregada de sarcasmo. — Pelo menos ela jamais diria algo tão absurdo como abrir mão do próprio filho. Nenhuma mulher faria isso.

O sorriso de Sandra era amargo, mas ainda assim, de uma beleza quase cruel:

— Assine logo os papéis do divórcio.

Ela pegou a mala e saiu do quarto, deixando Pablo para trás. Sua silhueta era fria e determinada, como se nada pudesse segurá-la.

Pablo ficou parado, o corpo rígido como uma estátua. Seus punhos estavam cerrados, e ele se esforçava para conter a raiva que o consumia. Ele não sabia se Sandra estava apenas jogando ou se realmente tinha decidido ir embora.

Mas ele não iria atrás dela. Seu orgulho e sua posição não permitiam tal coisa. Além disso, ele não acreditava que ela fosse capaz de ir até o fim. Sandra não tinha coragem para isso. Sem ele, ela não teria como sobreviver na Cidade Kikuxi.

O toque do celular quebrou o silêncio, interrompendo seus pensamentos. Era Hugo.

— Sr. Pablo, eu entrei em contato com o joalheiro exclusivo da família Barros. Ele me disse que não tem nada de bom no momento. A nova coleção só chega na próxima semana. Parece que o presente da Sra. Sandra vai atrasar um pouco.

— Não precisa mais se preocupar com isso. — Pablo respondeu, encerrando a chamada imediatamente.

Ele havia planejado dar a Sandra algo simples no dia de seu aniversário e, depois, compensá-la com algo mais grandioso. Mas agora ele achava que ela não merecia nem o menor dos gestos.

Ele se jogou no sofá, as pernas longas cruzadas, e pegou um envelope de couro sobre a mesa. Ao abrir, tirou de lá os papéis do divórcio.

O nome de Sandra estava ali, assinado em letras firmes e claras, em contraste com o branco do papel.

No segundo seguinte, um som metálico ecoou pelo quarto. A aliança de casamento de Sandra caiu da bolsa, rolando pelo chão e refletindo um brilho frio e apagado.

— Infantil! — Pablo lambeu os próprios lábios com a ponta da língua, enquanto rasgava o acordo de divórcio em pedaços. Seus lábios finos se curvaram em um sorriso zombeteiro. — Sandra, acha que pode me impressionar com esse teatrinho? Você realmente acredita que eu vou cair nessa?

...

Sandra mal havia chegado à sala quando ouviu a voz animada e inocente de Caio:

— Tia Mônica, boa noite! Você tem que dormir usando o presente que eu te dei de aniversário, tá bom?

— Boa noite, Caio! — A voz de Mônica era doce e macia, do tipo que fazia as crianças se sentirem acolhidas e os homens perderem a cabeça.

Mônica continuou, com um tom casual:

— Ah, Caio, hoje é o aniversário da sua mãe. Você preparou algum presente para ela?

— Eu? Eu estou sempre muito, muito cansado por causa da escola. Não tenho tempo para essas coisas. E além disso, depois do jeito que a mamãe tratou você hoje, eu não quero dar presente nenhum para ela!

Nesse momento, Caio ouviu o som de passos atrás de si. Ele virou a cabeça e viu Sandra passando apressada pela sala, puxando uma mala.

Ela passou por ele sem sequer olhar para o filho.
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