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Almas Gêmeas? Não no Meu Casamento!
Almas Gêmeas? Não no Meu Casamento!
Autor: Linda primavera

Capítulo 1

Autor: Linda primavera
— Srta. Inês, a senhora confirma que deseja cancelar a reserva do local do casamento?

Segurando o celular com firmeza, Inês respondeu sem demonstrar nenhuma emoção:

— Sim, confirmo.

— Perfeito, entendi. Então providenciarei o cancelamento.

— Obrigada.

Após desligar, Inês tirou a aliança do dedo anelar, colocou-a sobre a mesa, levantou-se e saiu arrastando a mala.

...

Duas semanas antes.

No fim da tarde, Inês terminou mais uma audiência e, ao sair do tribunal, a primeira coisa que fez foi pegar o celular.

Abriu o WhatsApp. Na conversa fixada no topo, dezenas de mensagens enviadas por ela, nenhuma resposta do outro lado.

Desde a briga sobre o modelo dos convites de casamento no mês anterior, Ibsen viajara a trabalho para o exterior no dia seguinte. Durante todo esse mês, não importava quantas mensagens ela enviasse tentando se reconciliar, ele simplesmente a ignorava.

Nessa relação, Inês já havia se humilhado ao extremo, mas nunca conseguia que Ibsen voltasse atrás.

A amiga Benícia não aguentava mais ver aquilo, zombava dizendo que Inês, mesmo lidando com tantos casos de divórcio e homens ruins todos os anos, continuava presa a Ibsen sem enxergar sua verdadeira natureza.

Na verdade, Inês enxergava sim. Ela apenas não queria abrir mão.

Não queria abrir mão de um amor tão grande, para acabar em um relacionamento onde já não havia mais sintonia, apenas mágoa e indiferença.

Também não queria abrir mão... de Ibsen.

Após oito anos juntos, ela já não se lembrava como era sua vida antes dele, nem sabia como se acostumar a viver sem Ibsen.

Ela digitou algumas palavras na caixa de mensagem, prestes a perguntar quando ele voltaria, quando uma notificação apareceu.

O Instagram de Ibsen havia sido atualizado.

Ele postara uma foto simples do mar, mas Inês reconheceu imediatamente: era o Arquipélago de São Vicente, o lugar ao qual ela tantas vezes pedira para ir com ele.

Seus dedos hesitaram ao mudar de tela, mas a mensagem de Benícia chegou.

Por impulso, abriu a mensagem. Era um print do Instagram de Mayra.

A mesma foto do mar, mas com um texto a mais:

[Reclamei só um pouco do cansaço da viagem, e ele já me trouxe para o Arquipélago de São Vicente para descansar!]

Ibsen não podia ignorar o que aquele lugar representava para ela.

O destino que ela mencionara tantas vezes, ele sempre dizia não ter tempo, mas agora levara outra mulher.

Piscaram-lhe os olhos, e as lágrimas vieram sem aviso.

O vento frio que sentira antes parecia ter entrado também em seu coração.

Logo em seguida, o telefone tocou. Era Benícia.

— Mayra é mesmo uma ordinária! Sabe que você e Ibsen estão prestes a se casar, mas faz questão de postar a mesma foto para te provocar!

— E o Ibsen também perdeu a cabeça! Tinha que levar logo ela para o Arquipélago de São Vicente? Não sabe que é o lugar que você sempre quis ir com ele? Oito anos juntos, nem que fosse a pé já teriam chegado lá!

— Eles estão desse jeito há três anos. Você ainda pensa em casar com ele?

O peito de Inês doía, amargo e azedo ao mesmo tempo. Ela entendia tudo o que Benícia dizia, mas após oito anos juntos e a um mês do casamento, não queria desistir assim.

Ela queria tentar mais uma vez, se o resultado fosse ruim, aceitaria o destino.

— Benícia, sábado é o dia da prova do vestido de noiva e dos vestidos das madrinhas, não esqueça de ir.

Do outro lado, o silêncio foi abrupto. Em seguida, Benícia xingou e desligou o telefone.

Se continuasse, teria um ataque de raiva por causa de Inês.

Todos à volta já haviam percebido que Ibsen não a amava mais, menos Inês, que seguia acreditando que ele mudaria de ideia.

O que Inês não sabia era que Benícia já flagrara Ibsen entrando em hotéis com outras mulheres mais de uma vez.

Ele já estava podre por dentro, não era mais aquele homem apaixonado do início. Virara um verdadeiro Babaca.

Um Babaca desse tipo merecia ser atropelado e ficar impotente para sempre!

Naquela noite, Inês dormiu mal, teve vários pesadelos e só conseguiu adormecer perto do amanhecer.

Mal havia cochilado, quando ouviu o som da fechadura biométrica destravando a porta.

Inês abriu os olhos, sentou-se na cama e viu Ibsen entrando.

Ele arrastava a mala, o rosto cansado, visivelmente exausto, mas Inês não deixou de perceber a marca de batom na gola e os arranhões discretos no peito.

Apertou o cobertor com força, sentindo um bloco de gelo no peito.

Ao ver que Inês estava acordada, ele arqueou a sobrancelha:

— Te acordei?

Enquanto falava, já caminhava até o armário, abriu e começou a procurar roupas.

Inês respirou fundo, olhando para suas costas, e perguntou:

— Você levou a Mayra para o Arquipélago de São Vicente?

Ibsen parou de mexer na camisa, virou-se sorrindo sarcasticamente:

— E daí? Se você quiser, podemos passar nossa lua de mel lá.

Percebendo o tom de deboche, Inês ficou ainda mais pálida.

— Você sabe que sempre quis ir ao Arquipélago de São Vicente.

— Você quer ir, então a Mayra não pode?

— Não é isso, eu só queria...

... ir com você.

Antes de terminar, Ibsen a interrompeu, impaciente:

— Chega, acabei de chegar de viagem, estou cansado. Não quero discutir.

Virou-se friamente e entrou no banheiro, fechando a porta, separando-se de Inês.

Com o olhar baixo, Inês encarou os dedos pálidos e esboçou um sorriso amargo.

Antes, eles ao menos discutiam. Agora, nem isso ele se dava ao trabalho.

Quando Ibsen terminou o banho, Inês já estava pronta, sentada à penteadeira, passando batom diante do espelho.

Ela vestia um longo de veludo verde escuro, cabelos soltos até a cintura, maquiagem impecável. Estava tão bonita que era impossível não notar.

Ibsen lançou-lhe um olhar rápido e indiferente, desviando logo em seguida.

Quando ele já estava quase saindo, Inês o lembrou, com voz calma:

— Sábado é a prova do vestido de noiva. Espero que não se atrase de novo.

Inês detestava atrasos. Um dos motivos para aceitar Ibsen havia sido sua pontualidade.

Mas, depois que ele mudou, passou a faltar aos compromissos por causa de outras mulheres.

Ibsen sorriu com desprezo:

— Fique tranquila, não vou me atrasar.

Assim que terminou de falar, o telefone dele tocou.

Não se sabe se de propósito ou por acaso, mas ele atendeu no viva-voz, e a voz melosa de Mayra ecoou do outro lado:

— Sr. Serpa, você foi tão intenso ontem que até agora estou dolorida. Vai ter que se responsabilizar!
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