— Não tenha medo, Helena. Sua irmã vai ficar bem. — Disse Gabriel, suavizando o olhar e tentando confortá-la com uma voz calma.Helena segurava a camisa de Gabriel com as mãos trêmulas. Seu corpo estava levemente sacudindo, um reflexo incontrolável do pânico. Quando estava lutando contra Zuriel, Helena não sentiu medo. Naquele momento, ela tinha aceitado até mesmo a ideia de morrer. Mas, ao ver Carolina sendo feita de refém, foi como se seu sangue tivesse congelado instantaneamente. Ela não tinha medo de perder sua própria vida, mas não conseguia suportar a ideia de ver sua irmã caçula sendo assassinada diante de seus olhos. Gabriel repetiu, em um tom firme, mas gentil: — Não tenha medo, Helena.No terraço, o helicóptero já havia pousado. Carolina ainda estava nas mãos daquele homem musculoso e intimidador. Enquanto eles subiam até o topo do prédio, os snipers escondidos nas construções vizinhas também ajustaram suas posições. Felizmente, os snipers estavam posicionados na co
Aquele dia, Gabriel havia esperado por muito tempo.Zuriel finalmente tinha caído em suas mãos. Ele estava prestes a acabar com Zuriel e seus capangas de uma vez por todas. Lá fora, Gabriel havia posicionado muitos de seus homens em pontos estratégicos. Além dos snipers, ele tinha convocado às pressas um grupo de mercenários que havia trazido de outro país na noite anterior. Quando chegou ao prédio, Gabriel havia analisado com cautela o cenário. Assim como ele esperava, Zuriel estava com poucos recursos no País H. Os homens que estavam ali representavam quase todo o reforço que Zuriel ainda podia mobilizar nessa região. O plano de resgate que Gabriel havia elaborado na noite anterior era arriscado, mas, se tudo corresse bem, ele não só salvaria Helena, como também eliminaria Zuriel e sua operação no País H de uma vez por todas. No entanto, o sucesso desse plano dependia de Gabriel expor-se ao perigo. Se falhasse, nem ele nem Helena sairiam vivos dali. Agora, com a missão quas
Gabriel ergueu o olhar e encarou Zuriel. — Eu troco por ela. Você manda alguém levá-la daqui.Zuriel abriu um sorriso provocador, mas de uma beleza assustadora, carregado de ironia. — Tsc, tsc, tsc... Não dizem que os casais devem enfrentar as dificuldades juntos? Por que, então, na hora do perigo, cada um quer salvar a própria pele? Gabriel ignorou as provocações de Zuriel. Ele abaixou a cabeça e cuidadosamente envolveu Helena em seus braços, com uma delicadeza que contrastava com a tensão no ambiente. Ele tinha medo de causar mais dor aos ferimentos dela. O corpo de Helena estava coberto de cortes, não profundos, mas suficientes para fazer o sangue escorrer. As manchas vermelhas se espalhavam pelo tecido das roupas dela, e cada gota de sangue parecia uma faca cravada no coração de Gabriel. Ele sentia como se estivesse sendo despedaçado por dentro.Gabriel falou, com um tom frio e cheio de autoridade: — Eu a levo até o térreo, e você manda sua gente tirá-la daqui.Mas, enquan
O som de um tiro ecoou pelo céu.Os moradores ao redor, acostumados com barulhos incomuns, nem se deram ao trabalho de se preocupar. Para eles, era apenas mais um dia em que alguma equipe de gravação filmava na velha construção abandonada. O que eles não sabiam era que, naquele momento, a cena que se desenrolava no prédio era mais intensa do que qualquer roteiro de cinema poderia oferecer.Dez minutos antes, Gabriel havia chegado pontualmente ao local combinado. Ele subiu até o vigésimo sexto andar e, ao ver o que estava acontecendo, seu sangue gelou.Helena estava toda ensanguentada. Seu rosto estava marcado por hematomas — vermelho em algumas partes, roxo em outras. Ela estava pendurada no ar, com os pés fora do chão, enquanto Zuriel a segurava pelo pescoço. A força do aperto fazia seu rosto ficar cada vez mais vermelho, denunciando a dificuldade que ela tinha para respirar.A mulher estava na beira da construção inacabada, onde não havia nenhuma proteção ou barreira. Tudo o que sepa
Aos dezesseis anos, Zuriel foi jogado em uma arena de combate, onde teve que lutar até a morte contra feras selvagens.No dia em que ele saiu vivo daquele inferno, Zuriel conquistou sua primeira força armada. Ele formou seu próprio grupo paramilitar e começou a realizar trabalhos sujos para o seu padrinho. Envolveu-se em guerras sangrentas contra outras gangues, roubos e assassinatos, enquanto passava por um treinamento militar rigoroso, digno de mercenários.Aos dezoito anos, a influência de Zuriel havia se tornado tão grande que ele já era capaz de enfrentar as forças armadas locais do País A. Quando chegou aos vinte e quatro anos, ele resolveu acabar com o homem que o criou. Com suas próprias mãos, ele matou o padrinho, assumindo o controle do maior grupo criminoso do País A e se tornando seu líder absoluto.Um homem como ele, que parecia mais uma máquina do que um ser humano, era impossível de ser derrotado por alguém como Helena.Mas, às vezes, a raiva e o desespero podem transf
— Vai, desamarre as cordas dela. Qual a graça de mantê-la amarrada? — Disse Zuriel, num tom despreocupado, mas cheio de intenção maliciosa. Ele jogou as palavras diretamente para Valdir, que não hesitou.— Sim, senhor. — Valdir respondeu de forma seca e começou a caminhar em direção a Helena.A conversa entre os dois foi ouvida nitidamente por todos os presentes. Não havia espaço para dúvidas sobre as intenções de Zuriel. Ele havia acabado de ordenar que seus homens violentassem Helena, e eles, como predadores famintos, já estavam avançando em bando, prontos para atacá-la.Helena estava caída perto da borda do prédio, um pouco distante deles. Quando os homens estavam no meio do caminho, ouviram Zuriel dar a nova ordem. Como se obedecendo a um comando automático, todos pararam ao mesmo tempo, engolindo em seco. Seus olhares estavam fixos em Helena, e eles agora esperavam ansiosamente Valdir soltar as cordas, como se fossem cães aguardando permissão para atacar.Helena não tirou os olhos