Os lábios dele estavam frios, mas o beijo era agradável. Embora Sofia não tivesse experiência, já havia observado outras pessoas se beijando, mas nunca imaginara que a sensação seria tão boa.Samuel permaneceu rígido, sem se mover. Não fechou os olhos e viu que Sofia também os mantinha abertos. Nos belos olhos dela, havia inocência e curiosidade. Garotos e garotas da mesma idade, ao chegarem a certa fase da vida, acabam sentindo curiosidade e desejo pelo sexo. Com quem gostam, exploram juntos, de maneira imatura e ousada, novas sensações e experiências.Samuel sentia os lábios dela, macios e quentes, pressionando os seus. Logo, ela entreabriu os próprios lábios e deu um leve beijo no canto da boca dele.Uma onda de calor subiu dentro de Samuel. Essa onda parecia partir da base da coluna e se espalhar por todo o corpo. A sensação era ao mesmo tempo formigante e eletrizante, deixando seus olhos ligeiramente vermelhos.Agora, Sofia passava os braços em volta do pescoço dele. Os corpos dos
Sofia sentiu um calor repentino no nariz. Levou a mão até ele e percebeu que estava sangrando novamente.— Ah! Estou com sangramento nasal outra vez!Samuel imediatamente puxou um lenço de papel e o colocou em seu nariz.— Levanta a cabeça.Sofia ergueu o rosto.— Por que toda vez que estou com você meu nariz sangra?Samuel a lançou um olhar.— Já está melhor.Sofia o olhou.— Por que você não fala nada?O que ele poderia dizer?Samuel não disse uma palavra, apenas se virou para sair.Lá estava ele, ignorando-a mais uma vez.Sofia se colocou à frente dele, estendendo-lhe um frasco de remédio.— Isso aqui é para você.— O quê?Ela apontou para o ombro dele, que agora estava visivelmente vermelho.— Hoje você carregou tantos sacos de cimento que os ombros ficaram assim. Passe isso duas vezes ao dia, assim você evitará sentir dor depois.Samuel a olhou, ainda em silêncio.Sofia insistiu:— Vai, pega.Samuel estendeu a mão, mas ao pegar o remédio, puxou também a mão dela com força, fazendo
— Parece que o céu ouviu minhas orações. Num piscar de olhos, já se passaram quatro anos. Samuel atingiu a maioridade, cresceu... Eu sei que meu tempo está se esgotando. Sofia, quanto tempo ainda me resta?Os lindos olhos amendoados de Sofia se encheram de uma neblina cristalina.— Tia Estela, a senhora ainda tem cerca de dois meses.Estela murmurou:— Dois meses... Parece que nem vou conseguir ver Teresa fazer a prova do ensino fundamental.Sofia apertou com força a mão de Estela.— Tia Estela, fique tranquila. Já pedi ao Dr. Lucas para usar os melhores medicamentos disponíveis para a senhora. Vamos fazer de tudo para ganhar mais tempo.Estela olhou na direção de Sofia.— Sofia, eu só consegui entrar neste hospital por sua causa. Já lhe devemos esse favor. A nossa família pode não ter muito dinheiro, mas não gostamos de ficar devendo nada a ninguém. Vou ter alta ainda hoje, pois não quero continuar lhe dando trabalho.— Tia Estela...Sofia sabia que não conseguiria convencê-la. Tanto
Luana sorriu e deu um leve toque na testa de Teresa.— Seu irmão te ama mais do que tudo. Ele colocou você nas melhores escolas. Jamais deixaria você virar uma solteirona só para fazer companhia a ele.Teresa riu, divertida.Nesse momento, Sofia entrou no quarto.— Irmã! — Teresa falou, animada.Luana se levantou.— Sofia, você pegou os resultados dos exames?Os olhos claros de Sofia estavam vermelhos. Ela assentiu.— Peguei, sim.Teresa perguntou, aflita:— Irmã, o que aconteceu com a mamãe? Ela está doente?Sofia olhou para Estela, deitada na cama, sem responder.Percebendo que algo estava errado, Luana logo disse:— Teresa, venha comigo um momento. A titia quer conversar com você.Teresa não desconfiou de nada.— Tá bom.Luana levou Teresa para fora.Agora, restavam apenas Sofia e Estela no quarto. Sofia sentou-se ao lado da cama, olhando para Estela.Estela usava roupas bem limpas, embora já estivessem um pouco desbotadas pelo tempo. Ainda assim, estavam arrumadas. Seu cabelo grisa
Sofia curvou os lábios em um sorriso.— Tia Estela, eu fiquei com receio de incomodá-la, então sempre encontrei o Samuel na escola.Estela sorriu com alegria.Nesse momento, o Dr. Lucas chegou, e Sofia se retirou da sala.No escritório do diretor, o Dr. Lucas entregou o laudo médico a Sofia.— Srta. Ariadne, os exames do paciente já estão prontos.Sofia perguntou:— E o resultado?O Dr. Lucas balançou a cabeça.— O paciente está em estágio terminal de câncer.— O quê?Sofia ficou atônita.— Estágio terminal? Deve haver algum engano. A saúde da tia Estela sempre foi excelente.— Não há engano. A paciente provavelmente já havia desenvolvido o câncer há alguns anos. Ela sabia, mas não procurou tratamento nem contou a ninguém. Agora, o câncer já se espalhou para o coração e o cérebro. Ela tem, no máximo, dois meses de vida.Sofia caiu sentada na cadeira. Nunca imaginou que Estela teria apenas dois meses restantes."Por que ela não contou quando descobriu o câncer? Por que não se tratou?"S
Sofia saiu correndo atrás de Horácio.Mas Horácio a segurou com força.— Por que você está indo atrás dele? Não permito!Sofia se desvencilhou bruscamente.— Isso não é da sua conta!Ela correu atrás de Samuel sem hesitar.Horácio, furioso, cerrou os punhos....Sofia seguiu Samuel até um pequeno hospital. Estela estava deitada em uma cama branca, ainda inconsciente.Teresa, em pé ao lado, chorava sem parar, o rosto pálido de susto, enquanto uma vizinha tentava consolá-la.Samuel se aproximou rapidamente.— Teresa!— Irmão! — O corpo magro de Teresa se jogou nos braços de Samuel, chorando copiosamente. — Irmão, olha a mamãe, por favor, ela não acorda de jeito nenhum... buááá...Samuel tentou acalmar Teresa com algumas palavras e olhou para a cama onde Estela repousava.— Mãe!Estela não respondeu.A vizinha disse:— Samuel, vocês precisam levá-la logo para um hospital maior. O médico passou aqui há pouco e disse que ela precisa de atendimento especializado, não pode mais esperar. O pro