A tela do computador acendeu de repente, e um e-mail anônimo saltou aos olhos de Olavo.O ID do remetente era uma sequência de caracteres sem sentido, com o campo de assunto vazio.A testa de Olavo se franziu, um pressentimento ruim subindo pelo corpo. Hesitou antes de abrir o e-mail.De repente, palavras densas e anexos surgiram diante dele: “Provas contra Tereza e Almir”.O título chamava atenção como uma chama negra, queimando sua razão.Respirou fundo, tentando se acalmar, e começou a ler cada linha com atenção.O e-mail era como uma caixa de Pandora, lentamente aberta, liberando uma escuridão sufocante.Sequestro forjado, lavagem de dinheiro, transferência de ativos... cada acusação caía sobre Olavo como marteladas pesadas no peito.O e-mail detalhava os planos meticulosos de Tereza e Almir, com cronologia clara e todos os detalhes.No início, Olavo ainda mantinha uma ponta de dúvida, achando que poderia ser outra jogada cruel de Isadora.Mas, ao abrir os anexos, ficou completamen
O coração de Olavo disparou, uma onda de frio subindo da sola dos pés até o topo da cabeça.O que... o que aconteceu?Tereza foi sequestrada... ou tudo não passou de uma farsa?Ele tentava recordar cada detalhe do “sequestro” de Tereza.Deve haver algum engano! Tereza o amava tanto, como poderia enganá-lo?Olavo se esforçava para se convencer, mas a foto era como um espinho cravado em seu peito, impossível de ignorar.Enquanto começava sua investigação silenciosa, uma notícia explodiu novamente na internet: Almir havia desaparecido.O comunicado oficial dizia que Almir estava sendo investigado pelo órgão regulador financeiro por suspeita de lavagem de dinheiro, mas, durante a investigação, desapareceu sem deixar rastros.A notícia causou alvoroço.O desaparecimento de Almir cobriu o caso de lavagem de dinheiro com uma aura ainda mais misteriosa. E as ações do Grupo Carvalho despencaram de novo, em queda livre.Na ala VIP do hospital, Tereza recebeu a notícia do desaparecimento de Almir
— O que você disse? Uma parceria com a Isadora?A voz de Olavo estava gelada, cheia de repulsa e resistência.— Impossível! Eu nunca me rebaixaria diante daquela mulher!Marcos já esperava essa reação, mas continuou firme:— Sr. Olavo, estamos em um momento crítico. Não é hora de vaidade e orgulho. Ela tem recursos e contatos. Se conseguirmos o apoio dela, talvez ainda haja uma chance.— Além disso, pelo que sei, a Sra. Isadora também está investigando Almir. Pode ser que já tenha provas importantes.As palavras de Marcos fizeram o coração de Olavo vacilar por um instante. Ele sabia que havia lógica no que Marcos dizia.O Grupo Carvalho estava encurralado; se pudesse se aliar à Isadora, talvez ainda fosse possível salvar a situação.Mas... se rebaixar perante a mulher que um dia feriu profundamente? Seu orgulho não permitiria.Ele interrompeu, irritado:— Chega! Não quero ouvir mais nada! Mesmo que eu quebre, jamais pedirei ajuda àquela maldita!Foi firme, não deixou margem para discus
Rafael assentiu com suavidade:— Certo, vamos.Ignorando Olavo, eles caminharam pelo bar, sumindo na penumbra do salão.As silhuetas deles, sob a luz difusa, pareciam perfeitas, mas ao mesmo tempo atraíam todos os olhares.Olavo observava-os ir embora, sentindo o peito prestes a explodir.Ciúme, raiva, humilhação e frustração se misturavam, quase dominando-o.Fechou os punhos com força, as unhas cravando na palma da mão, mas nem sentiu dor.— Isadora...Murmurou de novo, a voz carregada de desespero e ódio.Nesse momento, uma voz fraca surgiu atrás dele:— Olavo, por que se deixou chegar a esse estado?Tereza apareceu apressada e, ao vê-lo naquela condição, sentiu uma pontada de preocupação.Ela rapidamente o segurou, repreendendo com doçura:— Você bebeu demais, vai se prejudicar. Venha comigo.Ao vê-la, Olavo parecia se agarrar a um último fio de esperança.Ele envolveu Tereza com os braços, enterrando a cabeça em seu pescoço, como uma criança ferida, murmurando com voz trêmula:— Te
— Roubou minha filha e ainda destruiu minha empresa! Sua mulher cruel! Vou acertar as contas com você! Vai pagar pelo que fez!Aos berros, chamou ainda mais atenção. Vários começaram a cochichar:— Não é o presidente do Grupo Carvalho? Que vexame...— Dizem que a empresa dele está com problemas... deve estar arrasado.— Bem feito! Quem mandou trocar a esposa de anos por uma interesseira?Os comentários chegaram aos ouvidos de Olavo e o deixaram ainda mais furioso.Empurrou alguém que estava por perto:— O que estão olhando? Sumam daqui!Ele rugia como um animal acuado, fazendo as pessoas recuarem assustadas.Foi então que, perto da entrada do bar, surgiu um burburinho.Isadora entrou acompanhada de Rafael.Rafael vestia um blazer esportivo, elegante e sereno; Isadora, de tailleur preto impecável, exalava confiança e frieza.Juntos, chamaram a atenção de todos, como duas luzes em meio à escuridão.Tinham marcado ali uma conversa de negócios, mas, ao entrar, ouviram os gritos de Olavo.I
— Olavo... eu... acho que estou passando mal de novo... está doendo demais...A voz de Tereza estava cada vez mais fraca, quase sumindo.— Calma, Tereza, já estou indo!Ele desligou o telefone, pegou o paletó às pressas e saiu correndo do escritório.Na ala VIP do hospital.Quando Olavo chegou, Tereza estava pálida, ofegante na cama.O peito subia e descia rápido, como se fosse parar a qualquer instante. Os aparelhos ao lado apitavam sem parar.Ele gritou para a porta:— Cadê o médico? Doutor!— Sr. Olavo, estou aqui.O mesmo médico que vinha acompanhando Tereza entrou naquele momento.Ele a examinou rapidamente e franziu a testa:— Senhor, a Srta. Tereza está com o quadro agravado por conta do estresse. Ela precisa descansar, sem mais abalos emocionais.As palavras do médico caíram sobre Olavo como um balde de água fria. Toda a suspeita que vinha alimentando se dissolveu no mesmo instante.Olhou para Tereza, tão frágil na cama, e sentiu o coração amolecer. Perguntou, preocupado:— Dou