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Capítulo 2

Autor: Belarmino Verde
Nesse mês, ela teria a oportunidade perfeita para se divertir com a família Santiago.

Lívia guardou o celular e caminhou com passos firmes em direção à mansão dos Santiago.

Ao tocar a campainha, não demorou muito para que a empregada Margarida abrisse a porta.

— Lívia, você não estava viajando a trabalho? Como voltou de repente? — Ao vê-la, Margarida ficou surpresa.

Lívia não respondeu e passou por ela em direção à casa.

— Senhora, senhora! A Srta. Lívia voltou da viagem! — Margarida tentou impedi-la, mas acabou gritando para dentro da casa.

Quando Lívia chegou à escada, a mãe de Ian, Teresa Santiago, apareceu apressada com uma tigela de canja, tentando detê-la.

— Você... o que há de errado com você?

— Ian está no andar de cima, não é? — Perguntou Lívia.

— Não, ele não está em casa...

— Vou subir para procurá-lo.

Sem ouvir mais nada, Lívia foi direto para o andar de cima.

— Lili, Lili, não vá para o andar de cima! — Teresa correu atrás dela, aflita.

Lívia subiu as escadas correndo e avançou com passos largos até o quarto do casal. Ela queria ver como os dois explicariam ter sido encontrados juntos no mesmo quarto.

Ao abrir a porta, ela viu Ian saindo do closet.

Ao perceber sua entrada, os olhos dele mostraram um claro sinal de pânico, e ele recuou instintivamente, tentando esconder algo.

— Lili, você...

— Eu voltei de repente da viagem, não foi? — Lívia se aproximou em poucos passos em direção a Ian, levantando uma sobrancelha. — Por que a primeira coisa que você me diz ao me ver é isso? Eu não deveria ter voltado?

— Você deveria ter me ligado antes. — Ian apertou os lábios.

— Eu queria te fazer uma surpresa. — Lívia sorriu.

Ian permaneceu em silêncio.

— Por que parece que você está surpreso, mas não está feliz? — Ela perguntou.

Ian soltou um suspiro.

— Como assim? Eu senti tanto a sua falta. — Ele disse, se aproximando para abraçá-la, mas Lívia desviou e caminhou direto para o closet.

— Lili! — A voz de Ian soou desesperada, enquanto tentava segurá-la.

Mas Lívia já estava na porta do closet. Ela não via ninguém, mas percebeu a ponta de um vestido preso na porta. Viviane estava escondida no closet. Para enganá-la, aquela mulher estava disposta até a se contorcer.

É uma pena que Lívia, que estava "cega" por três anos, agora finalmente enxergava. Ela avançou até o closet e agarrou firmemente a maçaneta.

— Lili! — Ian segurou sua mão, a voz trêmula. — E-eu ouvi da Viviane que você está preparando nossa comemoração de casamento?

Lívia se virou.

Eles realmente compartilhavam tudo entre si. Deveriam estar muito orgulhosos de brincar com os sentimentos de alguém e enganar a pessoa por completo.

No entanto, naquele momento, Ian estava visivelmente em pânico.

Ele encarava a mão de Lívia segurando a maçaneta da porta do closet. Com a respiração ofegante, uma leve camada de suor surgiu em sua testa. Ele e a família Santiago tinham medo de que Lívia descobrisse.

Ela fingiu querer abrir a porta, e Ian entrou ainda mais em pânico. Então, observar a reação da vítima era algo realmente fascinante.

— Isso era segredo! Como ela pôde te contar? — Ela soltou a maçaneta e fingiu estar brava.

— Ela deixou escapar sem querer. Mas eu não gosto muito do Bistrô Nuvem Azul.

Claro que ele não gostava. Se fôssemos lá, descobriríamos que a certidão de casamento era falsa.

— Então vamos a outro restaurante. Mas é surpresa, nada de investigar!

— Está bem. — Ian respirou aliviado.

— Ah, onde está o meu casaco bege? Eu lembrava de tê-lo trazido para a viagem, mas não está na minha mala. Será que ficou aqui? — Lívia fez menção de abrir o closet.

— Qual casaco? — Ian, assustado de novo, tentou segurá-la.

— Aquele que a sogra comprou para mim. Eu gosto muito dele, não posso perder de jeito nenhum.

— Não está no closet, talvez esteja no meu escritório.

— Sério?

— Sim, eu já vi lá.

Ian puxou Lívia para fora do closet, bem na hora em que Teresa entrou apressada.

— Você... você...

— Mãe, a Lívia está procurando aquele casaco bege que você comprou para ela. Você viu?

Teresa piscou várias vezes antes de reagir.

— Ah, está procurando roupa. Aquele casaco?

— Você viu, sogra? — Lívia perguntou com naturalidade.

— Não, não vi. Não tem problema, depois eu compro outro para você.

— Você é tão boa para mim, sogra. — Lívia sorriu.

A expressão de Teresa ficou um pouco rígida, sem saber o que dizer.

— Você que fez essa canja para mim, sogra? Obrigada! — Lívia pegou a tigela da mão dela, sorrindo.

— Isso... isso...

— Não é para mim? — Lívia perguntou.

Teresa só pôde assentir com a cabeça, sem palavras.

— Sogra, sua canja está uma delícia. — Lívia bebeu a canja na frente deles, elogiando a comida da sogra.

Depois de terminar, ela não foi embora. Disse que estava cansada, tirou Ian do quarto e deitou-se na cama. Ela olhou para o closet. Viviane estava encolhida naquele armário estreito, apertada, sem espaço, certamente desconfortável. Pensando nisso, Lívia não conseguiu conter o sorriso. A situação era engraçada. Durante esse mês, ela planejava se divertir muito com eles.

À noite, quando o pai de Ian chegou em casa, Lívia desceu para jantar com a família Santiago.

O Grupo Céu Azul tinha sido construído pelo pai de Ian, Valter Santiago. Ele tinha se dedicado à empresa por anos e com menos de sessenta anos, já tinha cabelos completamente brancos.

Lívia sempre respeitou Valter, considerando-o um empresário inteligente e um líder justo e generoso. Mas, obviamente, ele sabia sobre Ian e Viviane.

— Como está o andamento do projeto do shopping com o Grupo Ouro & Valor? — Ele perguntou, olhando para Lívia.

Ela havia viajado justamente por causa desse projeto, era uma parceria crucial para o Grupo Céu Azul, e que também a conectou ao Sr. Nelson, dando início a toda a situação posterior.

— Está quase concluído. Agora é só discutir os detalhes da parceria e assinar o contrato. — Disse Lívia calmamente.

Valter assentiu satisfeito, mas depois ficou pensativo.

— Sua contribuição foi bastante significativa nesse projeto. Amanhã, ao ir à empresa, faça a transição do trabalho para outra pessoa assumir. Tenho outros planos para você.

Lívia franziu a testa. Depois de se esforçar por quase seis meses, ela teria que entregar seu projeto para outra pessoa?

— Para quem vou entregar? — Perguntou.

— Viviane. Ela também trabalhou nesse projeto e é sua amiga. Acho que você não tem objeções, certo?

Lívia riu friamente por dentro. Como esperado, só quem estava no papel contava como família. Eles não confiavam nela, tendo um projeto tão importante em mãos. Mas o que eles não sabiam era que, em breve, todo o Grupo Ouro & Valor estaria sob o comando de Lívia. Ela queria que o projeto desse certo, e ponto final.
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