O olhar dele permanecia fixo à frente, vendo seus companheiros caírem um a um.Por fim, com o apoio dos colegas da agência, Diogo foi morto no local, e Marina acabou capturada.Jorge foi levado às pressas ao hospital.Naquela mesma noite, Rafael interrogou Marina.— Quem é você de verdade? Por que matou a Helena? — Sua voz ecoava de raiva.Ela apenas sorriu com desdém, sem pronunciar uma palavra.O punho de Rafael bateu contra a mesa.— Acha que, ficando calada, vai me impedir de descobrir a verdade?Logo, um policial entrou com a ficha dela.— Seu nome verdadeiro é Marina Santos? Seu pai é Xavier Santos?Rafael congelou.— Você… é filha do ladrão que meu pai matou?Marina soltou uma risada amarga:— Isso mesmo. E ainda tenho que te agradecer: tantos anos cuidando de mim, jogando sua irmã fora por minha causa. Se meu pai visse isso lá de cima, estaria satisfeito.O rosto dele se contraiu de incredulidade.— Você se aproximou de mim de propósito?Ela gargalhou, quase histérica:— Claro.
Ela só teve coragem de exibir o pingente porque contava com a confiança cega do meu irmão.Tudo o que Marina dizia, ele acreditava sem pestanejar.Por isso ela se atreveu, sem pudor, a envenenar nossa relação, jogando sujeira sobre mim sempre que podia.E até agora, meu irmão ainda preferia confiar nela.Depois de um longo silêncio, Rafael finalmente murmurou:— Então vamos investigá-la em segredo. Amanhã à noite eu vou ao encontro dela, como combinado. Não quero levantar suspeitas.Mas Marina não aguentou esperar nem uma noite.Mal as palavras saíram da boca do meu irmão, o celular dele tocou.— Mano, fiquei sabendo do que aconteceu com a Helena. Você está bem? — A voz dela soava tomada de preocupação e medo.Rafael lançou um olhar para Jorge e respondeu normalmente:— Estou bem.Ela hesitou, e logo pediu em tom frágil:— O assassino ainda não foi preso e estou com medo. Você pode vir me fazer companhia hoje?Com um aceno de Jorge, Rafael concordou:— Estou indo.Assim que desligou, J
— Você não cansa de arrumar problema? No fim do mês é a festa de formatura da Marina. Se você não aparecer, eu mesmo te mato!E desligou o telefone.Cortou meu pedido de socorro.Cortou também a última esperança que eu tinha de sobreviver.Diogo riu com desprezo:— Viu como seu irmão se importa mais com a minha irmã? Ele quer que você desapareça. Pois eu vou realizar o desejo dele.Vi a lâmina e depois perdi a consciência.O assistente de Rafael relatava cada detalhe, acompanhando-o de perto:— O sangue já foi recolhido para análise. Logo teremos os resultados.Rafael se agachou, vasculhando cada canto em busca de pistas que o assassino pudesse ter deixado.Ah, como eu queria dizer para ele: Mano, o assassino está bem ao seu lado.De volta ao escritório de investigação, o diretor Carlos o aguardava com semblante carregado.— Saiu o laudo… A vítima é… é a Helena Duarte.O corpo de Rafael vacilou. Seus olhos fixaram no relatório. A cabeça balançava em negação.— Não… não pode ser… Ela nã
Rafael ficou atônito, um lampejo de confusão cruzando seus olhos:— O que você está dizendo? Como o celular da Helena foi parar aí?— Senhor Rafael, encontramos a cena do crime. O aparelho estava lá. É melhor o senhor vir pessoalmente.A voz do outro lado fez seu corpo vacilar. Abriu a boca, mas a garganta parecia travada, incapaz de emitir som.Jorge puxou sua manga com urgência:— Não fique parado! Vamos logo!Ele então despertou do choque, murmurou às pressas para Marina:— Volte para casa, eu falo com você depois.Os olhos dela se encheram de lágrimas, tentando segurar a mão do meu irmão, mas só agarrou o vazio.Era a primeira vez que eu via meu irmão deixar Marina de lado… por minha causa.Ao observar suas costas se afastando apressado, uma onda de emoções complexas me invadiu. Por um instante, parecia que aquele irmão que um dia me protegeu estava de volta.Chegando ao local, um assistente lhe entregou meu celular.— Senhor Rafael, encontramos o aparelho num canto. Havia sangue
Rafael trocou um olhar com Jorge. Diante do garoto que chorava, ele apertou os lábios, sem saber como dar a notícia que poderia destruir aquele coração.— Nós… acabamos de encontrar o corpo de uma jovem sem identificação. — Disse em voz baixa, carregada de pesar.As pernas do menino fraquejaram. Quase caiu no chão, repetindo sem parar:— Não… não pode ser… não pode ser…Ele precisou ser amparado até a mesa de registro, para anotar os detalhes.De repente, o celular dele tocou.Uma voz feminina e animada soou do outro lado:— Mano, onde você está? Por que não está em casa? Passei dois dias no ônibus só para voltar e te dar uma surpresa!— Irmã! Eu achei que tinha acontecido algo com você. Estou indo pra casa agora!Enxugando as lágrimas, o garoto agradeceu rapidamente e saiu correndo.Tanto eu quanto meu irmão soltamos um suspiro de alívio.Com o avanço das investigações, todos os detetives que estavam em diligência voltaram, mas ninguém trouxe informações relevantes.As sobrancelhas de
— Alô? Marininha, sentiu minha falta?A voz do meu irmão soou suave, cheia de ternura. Nem precisava pensar para saber que do outro lado da linha estava Marina Costa.O irmão que antes queria me dar o mundo inteiro, agora só tinha olhos para essa irmã adotiva dissimulada.— Marininha, assim que terminar aqui eu volto para ficar com você… Tá bom, eu sei. Eu vou cuidar de mim.Ele falava sem parar, atencioso. Mas, de repente, o tom dele mudou, ficando frio:— Tranquila. Sobre a monografia de formatura, vou obrigar a Helena a admitir que copiou o seu trabalho. Se ela não confessar, vou forçar até que confesse!— Pronto. Fique quietinha em casa até eu voltar. Agora está perigoso sair por aí. Se precisar sair, me avise antes, tá?Enquanto ouvia aquelas palavras carinhosas, dei um riso amargo.Ele era meu irmão de sangue, mas não acreditava em mim. Preferia confiar numa estranha que ele mesmo trouxe para casa.O trabalho de Marina foi claramente plagiado do meu! Por que você não acredita em