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Capítulo 3

Author: Banana
Rafael trocou um olhar com Jorge. Diante do garoto que chorava, ele apertou os lábios, sem saber como dar a notícia que poderia destruir aquele coração.

— Nós… acabamos de encontrar o corpo de uma jovem sem identificação. — Disse em voz baixa, carregada de pesar.

As pernas do menino fraquejaram. Quase caiu no chão, repetindo sem parar:

— Não… não pode ser… não pode ser…

Ele precisou ser amparado até a mesa de registro, para anotar os detalhes.

De repente, o celular dele tocou.

Uma voz feminina e animada soou do outro lado:

— Mano, onde você está? Por que não está em casa? Passei dois dias no ônibus só para voltar e te dar uma surpresa!

— Irmã! Eu achei que tinha acontecido algo com você. Estou indo pra casa agora!

Enxugando as lágrimas, o garoto agradeceu rapidamente e saiu correndo.

Tanto eu quanto meu irmão soltamos um suspiro de alívio.

Com o avanço das investigações, todos os detetives que estavam em diligência voltaram, mas ninguém trouxe informações relevantes.

As sobrancelhas de Rafael se uniram em preocupação. O tempo passava e nada progredia.

Dois dias depois, Jorge falou com meu irmão, com o rosto carregado de apreensão.

— Rafael, isso não está certo. A Helena está sumida há dias. Isso não é normal.

Mas meu irmão, já impaciente pela falta de resultados, ficou furioso só de ouvir meu nome.

— Mestre, eu disse que não tem nada demais! Eu não tenho tempo pra ela. Preciso acompanhar a Marina, senão não vou nem conseguir estar na formatura dela.

Jorge se exaltou:

— Rafael, não seja irresponsável! A Helena pode estar mesmo em perigo. Se você não fizer nada, eu vou procurar por conta própria!

Ele apenas sacudiu a mão, indiferente:

— Faça o que quiser. Eu não vou atrás dela. Melhor mesmo que ela não volte, assim não me dá dor de cabeça.

— Eu não acredito, criei você para ser um homem, e virou esse ingrato! — Gritou o Jorge pelas costas.

Escondida no canto, vi Jorge me defender. Minhas lágrimas escorreram sem eu querer.

Mano… quando você vai acreditar que realmente aconteceu algo comigo?

Mal Rafael saiu do prédio, o telefone dele tocou.

— Alô, você é o irmão da Helena? Aqui é o orientador dela. Houve um pequeno problema com a monografia, tentei de todo jeito falar com ela e…

Mas antes que pudesse terminar, Rafael o interrompeu com impaciência:

— Como eu poderia saber para onde ela foi? Deixe-me em paz! Se ela está viva ou morta não é da minha conta!

E desligou com brutalidade.

Tomado pela raiva, pegou o celular e digitou uma mensagem para mim:

— Já chega dessa palhaçada! Se você não aparecer na formatura da Marina, eu mesmo acabo com você!

Lágrimas silenciosas caíram do meu rosto.

Mano…já apareci mesmo. Estou deitada há dois dias na sala de autópsia, bem ao lado de você! Quando vai perceber que sou eu? Quando vai seguir o conselho de Jorge?

Nesse instante, Marina entrou no escritório com uma marmita nas mãos.

O olhar de Rafael se iluminou. Correu até ela com um sorriso caloroso.

— Marina, o que você está fazendo aqui?

Ela sorriu docemente:

— Eu estava preocupada com você. Trouxe uma comidinha especial.

Meu mano bagunçou os cabelos dela com carinho:

— Marina é uma joia, ao contrário daquela ingrata que só causa problemas.

Os olhos de Marina se encheram de lágrimas.

Rafael se alarmou de imediato:

— O que foi? Marina, alguém te machucou?

Mordendo os lábios, ela assumiu um ar de vítima:

— Encontrei a Helena no caminho. Fui cumprimentá-la, mas ela me empurrou e jogou esse pingente em mim, dizendo que não queria mais nada com você.

Ele baixou a cabeça e viu o joelho dela realmente avermelhado. Tomado pela fúria, pegou o celular para me ligar, resmungando:

— Maldita ingrata!

Mas Jorge, ao ver o pingente, arrancou-o das mãos dela.

— Você disse que a Helena jogou isso em você?

Marina, assustada, se encolheu atrás de Rafael e confirmou com um aceno.

— Viu, mestre? Eu já disse. Ela está bem e só sabe provocar. Se empurrou a Marina, vou acertar as contas com ela.

Mas Jorge balançou a cabeça, com o semblante muito sério:

— Impossível. Esse pingente foi o único objeto que a mãe dela deixou. A Helena o usava desde pequena. Nunca o abandonaria, muito menos o jogaria fora.

Rafael ativou o viva-voz e falou:

— Escute. Ela vai atender agora mesmo.

Eu mesma não esperava que, dessa vez, a ligação realmente se completasse.

— Helena! Apareça já no escritório! Como ousa agredir a Marina? Está pedindo para morrer, né? — Gritou Rafael.

Depois de alguns segundos de silêncio, uma voz familiar respondeu:

— Senhor Rafael, encontrei este celular na cena do crime.
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