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Capítulo 2

Author: Sereia do Silêncio
— Lili, por que você não entende? — Bruno apressou-se a se explicar, ao perceber o tom de ironia nas minhas palavras. — Já te disse várias vezes que o meu casamento com a Ana é apenas temporário. A parceria entre a família Moreira e a família Lima não depende de mim. Além disso, Ana disse que também está disposta a aceitar a sua presença na minha vida.

— Bruno tem razão. — Ana se adiantou, olhando para mim com um ar de arrogância — Srta. Lívia, você talvez não saiba, mas pessoas como você são bastante comuns no nosso círculo. Contanto que não cause confusão, não vou precisar envolver meus pais. E posso até dizer algumas palavras ao seu favor para a família Moreira. Afinal, ter o sobrenome Silva não é igual a ter o sobrenome Toledo.

Diante dessa humilhação descarada, peguei o copo d’água sobre a mesa e o joguei diretamente neles.

— Ah! — Ana gritou.

Bruno rapidamente pegou um pano para secá-la.

— Lívia, você enlouqueceu? — Ele perguntou, indignado.

— Loucos são vocês! — Olhei friamente para os dois e sorri sarcasticamente. — Srta. Ana, você é surda ou só burra? Eu estive num relacionamento sério com Bruno por sete anos. E no fim, ainda preciso que você me "aceite"? Se acham no direito de fazer todo esse show na minha frente, mas me consultaram antes sobre isso? Agora saiam imediatamente da minha casa!

Parecia que minhas palavras irritaram Ana profundamente.

— Lívia, de que você está se orgulhando? — Ela avançou em mim, furiosa. — Sua mãe se humilhou na família Toledo por tantos anos, sem sequer ter uma certidão de casamento. Agora que o Sr. José Toledo vai se casar com a Sra. Cristina, sua mãe no fim não passa de uma amante. E, tal como a sua mãe, você também nasceu para ser amante! Se não fosse pelo pedido de Bruno, você nem teria chance de conhecer a família Moreira!

Sem esperar ela terminar de falar, levantei a mão e dei um tapa forte na cara da Ana.

No segundo seguinte, Bruno me empurrou, e eu bati na mesa que estava perto. Segurei minha testa machucada, sentindo a cabeça girar.

— Lívia, não exagere! — Bruno, preocupado, protegendo Ana, me repreendeu. — Você ainda não entendeu? Quando o Sr. José se casar com a Sra. Cristina, você e sua mãe serão apenas uma amante e sua filha bastarda. Com a sua origem, até ser amante é vergonhoso! Ana está sendo generosa, aceitando tudo por nossa causa. Se continuar sendo ingrata assim, não espere que eu seja gentil.

— Gentil? — Sorri baixinho, me apoiando no chão para me levantar.

Sem hesitar, joguei o copo de vidro na cabeça de Bruno. O copo se estilhaçou instantaneamente, deixando um rastro sangue na testa dele.

Ana gritou, ameaçando chamar a polícia, mas um olhar meu a fez calar.

— Bruno, você entrou na minha casa sem minha permissão. Isso é invasão de propriedade, quem deveria chamar a polícia sou eu. E não preciso da generosidade da Ana. Os sete anos que passamos juntos foram um desperdício!

— Lívia, você acha que é digna de ser a futura senhora da família Moreira? — Atordoado pelo golpe, Bruno saiu ainda murmurando palavras duras. — Vou esperar o dia em que você volte a me implorar!

Assim que a porta se fechou, eu caí novamente no chão, deixando lágrimas silenciosas rolarem pelo meu rosto. Conheço Bruno desde a infância e estivemos juntos por sete anos. Durante todo esse tempo, ele lembrava de todos os meus gostos, celebrava cada data importante comigo e sempre aparecia quando eu mais precisava. Eu pensei que tinha encontrado alguém para a vida toda, imaginei infinitas vezes nosso casamento. Mas ele, mesmo sabendo que eu detesto amantes, ainda tentou me forçar a ser submissa por um motivo tão ridículo.

Tudo que vivemos juntos se transformou em piada!

Uma vez ele disse que não se importava com nada, contanto que estivesse comigo. E agora, ele mesmo diz que não sou digna de ser sua esposa.

Pensando nisso, levantei-me de novo e olhei ao redor do apartamento. Desde os álbuns de fotos até os objetos de decoração, cada detalhe foi escolhido por nós dois. Ele disse que queria transformar o lugar em nosso lar, perguntando repetidas vezes sobre minhas preferências e comprando tudo que eu gostava.

— Lili, mesmo que, alguma vez, você fique brava comigo, por todo meu esforço, você vai me dar mais uma chance, certo? — Disse Bruno, brincando enquanto me abraçava.

— Depende do que você tiver feito. — Eu, séria, o avisei. — Se fizer algo que eu odeio, nunca vou te perdoar!

— Como assim? Se algum dia eu fizer isso, eu pulo do penhasco onde fizemos o nosso juramento para me redimir de todos os meus pecados. — Bruno prometeu firmemente, me abraçando com força. — E depois você me queima, e espalha as minhas cinzas.

Relembrar tudo isso só aumentava minha dor.

Peguei o celular e fiz uma ligação.

— Sim, vou vender este apartamento. Quanto antes, melhor.
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