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capítulo 11

Author: Inmaré
Ele caiu de joelhos na minha frente, chorando:

— Selene, é você mesmo?

Dei um passo para trás. Não queria que ele me tocasse, ele não merecia.

Seus olhos brilhavam de euforia.

— Suas pernas... você voltou a andar? Eu sabia! Sabia que havia um motivo pra você ter sumido! Você saiu pra se tratar, não foi? Queria me fazer uma surpresa, não é?

Tentou se aproximar, braços abertos, querendo me abraçar. Mas os policiais o impediram.

— Sr. Alexandre, o senhor precisa nos acompanhar.

Alexandre se debateu, recusando-se a entrar no carro da polícia.

— Eu não vou! Quero ir pra casa com a minha esposa!

Foi então que falei:

— Alexandre, entre nós dois não existe mais nada. Mas em breve, existirá.

Ele me olhou, esperançoso.

— Você vai me perdoar?

Sorri com frieza.

— Uma relação entre autora da denúncia e réu. Alexandre, estou te processando.

A expressão dele desabou. Cabeça baixa, sem mais palavras, foi algemado e levado pelos policiais.

No tribunal, as provas eram claras e irrefutáveis. Alexandre fo
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    Ele caiu de joelhos na minha frente, chorando:— Selene, é você mesmo?Dei um passo para trás. Não queria que ele me tocasse, ele não merecia.Seus olhos brilhavam de euforia.— Suas pernas... você voltou a andar? Eu sabia! Sabia que havia um motivo pra você ter sumido! Você saiu pra se tratar, não foi? Queria me fazer uma surpresa, não é?Tentou se aproximar, braços abertos, querendo me abraçar. Mas os policiais o impediram.— Sr. Alexandre, o senhor precisa nos acompanhar.Alexandre se debateu, recusando-se a entrar no carro da polícia.— Eu não vou! Quero ir pra casa com a minha esposa!Foi então que falei:— Alexandre, entre nós dois não existe mais nada. Mas em breve, existirá.Ele me olhou, esperançoso.— Você vai me perdoar?Sorri com frieza.— Uma relação entre autora da denúncia e réu. Alexandre, estou te processando.A expressão dele desabou. Cabeça baixa, sem mais palavras, foi algemado e levado pelos policiais.No tribunal, as provas eram claras e irrefutáveis. Alexandre fo

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    O secretário permaneceu ao lado de Alexandre por mais de quinze dias. Mesmo com o corpo todo machucado, com as pernas quase inutilizadas, Alexandre ainda arrastava-se todos os dias, tentando sair para me procurar. Ninguém conseguia impedi-lo.Enquanto isso, o Grupo Montenegro começava a afundar. Sem Alexandre no comando, o grupo perdia valor e prestígio a cada dia.Tudo o que acontecia com ele, o detetive particular que contratei fazia questão de me informar.Eu sabia: a hora havia chegado. As provas estavam completas.Passei os dedos pelo bracelete que minha mãe me deixou e murmurei:— Mamãe... chegou a hora de vingar você.Cortei o cabelo que mantive por tantos anos e fui até o quarto de Letícia.Quem fez mal à minha mãe, não escaparia.Ela agora vivia ligada a tubos de oxigênio, dependente de aparelhos. Sentei ao lado da cama e encarei aquele rosto sem cor, frágil, sem nenhum traço da mulher arrogante que foi um dia.— Letícia, quanto tempo.Ela abriu os olhos ao ouvir minha voz. Qu

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    Letícia sentiu um calor úmido escorrer sob o corpo. Naquele instante, ela soube, a vida do seu filho estava escapando lentamente.— Por favor... salva o meu filho... — Implorou, a voz tremendo de desespero.Mas Alexandre permaneceu calado. Durante todos esses anos, Letícia usou do sentimento que ele tinha por ela para fazer exigências sem fim. E ele, por amor, sempre cedeu. Mas dessa vez não mais.Ela o encarava com ódio, vendo nele alguém que agora jogava toda a culpa em cima dela, como se ele nunca tivesse feito nada errado.— Você se acha tão apaixonado, tão justo, não é? Acha que tudo isso foi culpa minha? Fui eu que te mandei atropelar a Selene e a mãe dela? A Selene sobreviveu, mas passou o resto da vida aleijada. Você sempre dizia que fazia tudo por mim, mas quando foi que eu pedi pra você matar alguém? — Nunca! Você se faz de nobre, de sofredor, mas nunca teve coragem de encarar os próprios erros. Teve todas as chances de consertar as coisas, de lutar por ela, por nós... Mas n

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    Depois de resolver tudo, fui até um hospital especializado em ortopedia.Durante todos esses anos, Alexandre sempre fez questão de manter médicos particulares ao meu redor. Quando fui diagnosticada com uma deficiência permanente, nunca passou pela minha cabeça que ele poderia estar por trás disso.Mas agora, lembrando de tudo. Sempre que eu dizia estar sentindo algo nas pernas, ele ficava radiante — dizia que era um bom sinal, e imediatamente chamava seu médico particular.Hoje eu percebo: toda vez que ele fazia isso, era só pra garantir que meu quadro piorasse.No hospital, o novo médico fez uma série de exames, analisou com atenção e, depois de um tempo, me chamou para conversar:— Suas pernas estão debilitadas, sim, mas tem algo estranho aqui. Aparentemente, seu corpo foi mantido sob efeito de medicação por muito tempo. Isso pode ter causado ou agravado o quadro. Mas, se você estiver disposta a encarar um processo intenso de fisioterapia e muita dor, talvez exista uma pequena chance

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    Ao ouvir ela me chamar de aleijada, perdi completamente a paciência.Ela podia se gabar do amor de Alexandre à vontade, eu até conseguia ignorar.Mas quando falou das minhas pernas, senti como se rasgasse meu peito de dentro pra fora.— E você acha que tem o direito de me chamar assim? — Gritei com fúria. — Se não fosse por você, eu nunca teria perdido minha chance de dançar! E você... você não tem o menor direito de falar da minha mãe!Letícia se preparava pra devolver na mesma moeda, mas uma voz do lado de fora interrompeu.Era Alexandre, que havia rodado o hospital procurando por ela até chegar ali.Ao reconhecer sua voz, Letícia não perdeu tempo: mudou a expressão, caiu no chão fingindo desespero e soltou um grito:— Alexandre! Me ajuda!Ele entrou feito um furacão. Ao ver Letícia no chão, com o rosto molhado de lágrimas, correu para chamar os médicos.— Ainda bem que você chegou. Eu não sei o que fiz pra irritar a Selene. Ela me empurrou com tanta força. Se eu não tivesse protegid

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