Na véspera do meu casamento, sofri um grave acidente de carro e entrei em coma. Enquanto eu lutava pela vida, meu noivo não hesitou: anulou o casamento e se casou com a amiga de infância dele, Letícia. Minha mãe, inconformada, tentou buscar justiça, mas morreu tragicamente no caminho. No pior momento da minha vida, meu amigo de infância, Alexandre, ajoelhou-se na porta do hospital com um dote de um milhão e cuidou do funeral da minha mãe. Fui levada para a cirurgia, sobrevivi… mas fiquei com sequelas permanentes. E ainda assim, Alexandre me prometeu uma vida inteira ao lado dele. Comovida, aceitei me casar. Cinco anos depois, ouço sem querer uma conversa entre ele e a secretária: — Sr. Alexandre, o senhor não teme que a Sra. Selene descubra que foi o senhor quem mandou atropelá-la, só pra que Letícia pudesse se casar com o amor da vida dela? — Por Letícia, eu faria tudo. Já dei minha vida inteira pra Selene Duarte. Não chega? Tapei a boca, segurando o choro. Foi naquele instante que entendi que meu casamento sempre foi uma mentira. Se era só uma substituição, então que fique com o lugar que sempre foi dela. Eu vou embora.
View MoreEle caiu de joelhos na minha frente, chorando:— Selene, é você mesmo?Dei um passo para trás. Não queria que ele me tocasse, ele não merecia.Seus olhos brilhavam de euforia.— Suas pernas... você voltou a andar? Eu sabia! Sabia que havia um motivo pra você ter sumido! Você saiu pra se tratar, não foi? Queria me fazer uma surpresa, não é?Tentou se aproximar, braços abertos, querendo me abraçar. Mas os policiais o impediram.— Sr. Alexandre, o senhor precisa nos acompanhar.Alexandre se debateu, recusando-se a entrar no carro da polícia.— Eu não vou! Quero ir pra casa com a minha esposa!Foi então que falei:— Alexandre, entre nós dois não existe mais nada. Mas em breve, existirá.Ele me olhou, esperançoso.— Você vai me perdoar?Sorri com frieza.— Uma relação entre autora da denúncia e réu. Alexandre, estou te processando.A expressão dele desabou. Cabeça baixa, sem mais palavras, foi algemado e levado pelos policiais.No tribunal, as provas eram claras e irrefutáveis. Alexandre fo
O secretário permaneceu ao lado de Alexandre por mais de quinze dias. Mesmo com o corpo todo machucado, com as pernas quase inutilizadas, Alexandre ainda arrastava-se todos os dias, tentando sair para me procurar. Ninguém conseguia impedi-lo.Enquanto isso, o Grupo Montenegro começava a afundar. Sem Alexandre no comando, o grupo perdia valor e prestígio a cada dia.Tudo o que acontecia com ele, o detetive particular que contratei fazia questão de me informar.Eu sabia: a hora havia chegado. As provas estavam completas.Passei os dedos pelo bracelete que minha mãe me deixou e murmurei:— Mamãe... chegou a hora de vingar você.Cortei o cabelo que mantive por tantos anos e fui até o quarto de Letícia.Quem fez mal à minha mãe, não escaparia.Ela agora vivia ligada a tubos de oxigênio, dependente de aparelhos. Sentei ao lado da cama e encarei aquele rosto sem cor, frágil, sem nenhum traço da mulher arrogante que foi um dia.— Letícia, quanto tempo.Ela abriu os olhos ao ouvir minha voz. Qu
Letícia sentiu um calor úmido escorrer sob o corpo. Naquele instante, ela soube, a vida do seu filho estava escapando lentamente.— Por favor... salva o meu filho... — Implorou, a voz tremendo de desespero.Mas Alexandre permaneceu calado. Durante todos esses anos, Letícia usou do sentimento que ele tinha por ela para fazer exigências sem fim. E ele, por amor, sempre cedeu. Mas dessa vez não mais.Ela o encarava com ódio, vendo nele alguém que agora jogava toda a culpa em cima dela, como se ele nunca tivesse feito nada errado.— Você se acha tão apaixonado, tão justo, não é? Acha que tudo isso foi culpa minha? Fui eu que te mandei atropelar a Selene e a mãe dela? A Selene sobreviveu, mas passou o resto da vida aleijada. Você sempre dizia que fazia tudo por mim, mas quando foi que eu pedi pra você matar alguém? — Nunca! Você se faz de nobre, de sofredor, mas nunca teve coragem de encarar os próprios erros. Teve todas as chances de consertar as coisas, de lutar por ela, por nós... Mas n
Desde que fui embora, Alexandre contactou todos os meus amigos, até os que moravam no exterior.Mas todos eles balançaram a cabeça com pesar, dando a mesma resposta:— Desculpe, senhor, não conheço ninguém chamada Selene.Em uma única noite, a Selene dele havia evaporado do mundo. Todos ao redor diziam que essa mulher nunca existiu.Mas sua memória continuava intacta. Ele sabia o que viveu. Anos cuidando de mim, protegendo-me, mimando cada detalhe do meu dia...E agora, queriam que ele acreditasse que tudo aquilo era só um delírio?Como aceitar isso?Quando visitou o último conhecido da minha antiga vida, ainda havia um fio de esperança em seus olhos.Já não pedia mais a localização. Só queria ouvir, ao menos uma vez:"Sim, eu me lembro dela."Mas a resposta foi a mesma de todas as outras:— Me desculpe, senhor... Eu realmente não conheço essa pessoa.Foi a gota final. Dias sem dormir, consumido por saudade e desespero. O corpo não aguentou. Alexandre desmaiou ali mesmo.Quando recobro
Enquanto isso, eu já havia desembarcado e finalmente cheguei até meu mentor.Meu número de celular fora cancelado há tempos, então, eu não fazia ideia das dezenas de ligações desesperadas que Alexandre vinha fazendo.Meu mentor, sabendo da minha condição física, me esperava no aeroporto desde cedo.Ao me ver depois de tantos anos, seus olhos pousaram nas minhas pernas — e ele soltou um suspiro profundo.Pude ver com clareza que seus olhos estavam úmidos.Era dor. Era cuidado.Respirei fundo, deixando o ar novo invadir meus pulmões. Pela primeira vez em muito tempo, senti que minha vida estava sob meu controle.Sem amarras, sem olhos me vigiando, sem ninguém me dizendo o que eu deveria ou não ser.Agora, finalmente, eu podia viver por mim.Abracei meu mentor com força, e ele retribuiu, batendo firme em meu ombro.— Selene, agora que voltou... viva. Trabalhe. Mas, acima de tudo, viva. — Disse ele, com seriedade.Olhei em seus olhos e assenti com firmeza.Ele me levou de volta ao nosso in
— Investigue! Agora! Descubra pra onde a senhora foi! Ela é uma mulher com deficiência, não pode ter ido muito longe! — Gritou Alexandre, furioso.— Sr. Alexandre, já revirei tudo, todos os registros possíveis. Mas não há mais nenhum rastro da senhora Selene. Nenhum.— Como assim, sem rastro? Que história é essa de não encontrar vestígios? Ela sumiu no ar, por acaso? Continue procurando! — Exclamou ele, cheio de raiva.— Sr. Alexandre... A verdade é que a existência da senhora Selene foi apagada. Ela não está em lugar nenhum. Como se... nunca tivesse estado aqui. — Disse o secretário, com cuidado.Alexandre, tomado pela fúria, agarrou o buquê de flores em cima da mesa — o mesmo que tinha dado para Letícia — e o arremessou no chão. Pétalas voaram por todo lado.Letícia, assustada com a explosão, franziu a testa:— Alexandre... O que aconteceu? — Perguntou, cautelosa.Ele passou a mão pelo rosto, exausto:— A Lene desapareceu. — Respondeu, em voz baixa.Nos olhos de Letícia surgiu um bri
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